Carlo Acutis: exemplo para jovens que vivem a sua fé
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
“Chegou ao ponto de com 16 anos, retornando da escola vi um casal de idosos carregando uma cesta básica com muita dificuldade. Percebendo a situação, ofereci ajuda e levei até a casa deles. O mais incrível foi que uma semana depois os dois idosos vieram e agradecem a meu avô Manoel, e eram parentes dele, sabiam quem eu era, mas eu não os conhecia. Elogiaram a mim tantas vezes que meu avô caiu em lágrimas. Nessa época já apresentava deficiência visual e se emocionava sempre.” Albert Lima Machado.
O Beato Carlo Acutis revelou ao mundo uma vida dedicada ao amor a Deus, a Eucaristia e a Nossa Senhora. Passados 15 anos de sua morte, sua lição de vida continua inspirando jovens de todas as partes do mundo. No Brasil o jovem Albert Lima Machado, 20 anos, universitário revela sentimentos semelhantes ao beato. Gosta de tecnologias, usa a internet para estudar, mas vive experiencias de solidariedade e de amor ao próximo. Um amor que vive em família cuidando dos dois irmãos menores. Albert é a certeza de uma nova sociedade possa surgir na pós pandemia.
“Enquanto os olhares ficam voltados para os celulares, a pobreza de espirito cresce. Pessoas em situação de rua ficam invisíveis, filhos deixam de cumprimentar os pais, pais deixam de demonstrar carinho aos filhos, relacionamentos começam a existir apenas de forma virtual, o desafio não é apenas ser jovem, mas ser uma boa pessoa em uma sociedade tão desigual”, revela Albert.
O jovem conta um pouco de sua história de amor a família e as recordações do avô que deixa lições que procura vivenciar. Destaca que um dos graves problemas da sociedade moderna é o individualismo que gera as desigualdades sociais. Um mundo que não busca a construção de uma sociedade justa e esta foi a motivação de ingressar na Faculdade de Direito. Ensinamentos que recebeu ao longo de seus 20 anos.
Desde criança sempre se importava com pessoas que precisavam de ajuda. Episódios marcantes e as lições recebidas da família. Albert recorda fatos que ocorreram e que faz questão de recordar sempre. Ajudar idosos e pessoas nas ruas.
“Chegou a ter vezes que ia a rua comprar algo para minha família, mas acabava voltando com menos quantidade ou nenhuma por ter encontrado alguém necessitando de ajuda. Em várias ocasiões, um pouco mais velho, deixei de comer algo na rua com meus amigos ou trocava o pedido por ter visto alguém necessitando de auxílio. Não importava se eu ficasse na vontade, o que realmente é importante é ajudar”, conta.
A alegria da chegada dos irmãos
Aos 7 anos de idade recorda a grande alegria do nascimento do irmão que ele mesmo fez questão de escolher o nome, numa homenagem ao avô falecido. A perda deixou o jovem muito abalado e foi a fé e a devoção a Nossa Senhora e São José que ajudaram no momento de dor e de perda. Nascia Orlando recebido com muito amor pelo jovem.
“Queria que meu irmão se chamasse Orlando, em homenagem ao meu tio. Após muita conversa e muito tempo “enjoando” meus pais, convenci eles e lembro até hoje que com oito anos, na sala do quarto fui a terceira pessoa a pegar ela e anunciar que ele se chamaria Orlando”, recorda Albert.
Mas a alegria do jovem se completou com o nascimento da irmã que fez questão de homenagear a tia Inês Cristina falecida num acidente automobilístico em 2007 onde perdeu familiares muito amados. O nascimento da irmã completou a felicidade do jovem que revela um grande amor aos dois irmãos.
“Na época, descobri que teria mais um irmão ou irmã e tinha certeza que nesse momento seria uma menina e que eu teria que convencer de colocarem o nome de Inês Cristina. Orlando já com 8 anos me ajudou muito e após longos meses finalmente consegui convencer minha mãe e meu pai de deixar o nome de minha irmã em homenagem a minha tia e foi assim que escolhi o nome dos meus dois irmãos! Nesse momento nasceu o segundo maior presente que Deus me deu, meus filhos, meus irmãos, meus melhores amigos, Orlando e Inês. Trato eles como verdadeiros filhos, com grande cuidado, carinho e amor. Tenho certeza que foram meus irmãos que trouxeram felicidade para a família depois de grandes perdas”, comenta Albert.
Aos 20 amos revela um grande amor aos irmãos. E neste ano se emociona ao contar um pouco das histórias do irmão Albert, coroinha na Matriz do Senhor Bom Jesus e de partilhar o serviço do altar na função de Cerimoniário. Uma vida de exemplos de amor e de cuidado que devem ser seguidos por jovens. Albert revela a sociedade a certeza de um novo amanhã na pós pandemia. Da sociedade egoísta a um tempo de fraternidade e de paz.
“A sociedade se encontra cada vez mais desigual, cheia de pobreza de espírito e de bolsos e barrigas vazias. O mundo se torna cada vez mais triste, cheio de ausência no centro do peito e de cabeças que só pensam em problemas. O individualismo é um problema real, pois acaba por criar um novo tipo de segregação, a segregação das mídias sociais. Imaginar que a cada passo, mais e mais pessoas se encontram desligadas por estarem grudadas em seus aparelhos celulares é de entristecer os mais positivos”, conclui o jovem.
Lições de vida partilhadas
“Iniciei a faculdade de Direito em minha cidade e me apaixonei completamente por toda disciplina e iniciai o Estágio na Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro em que comecei como estagiário voluntário. O tempo passou e já em 2020, em setembro, minha família se contaminou pelo Covid-19. Acabamos por ficar de isolamento e minha mãe e meu avô internaram.
Nesse momento, enquanto estava trabalhando em home office finalmente fui contratado pela Defensoria Pública como Estagiário Oficial e fui logo contar para meus país e meu avô que sempre sonho com isso. Meu avô ainda no hospital chorou tanto quando falei que finalmente consegui o estágio que queria e prometi a ele que assim que saísse, levaria ele na padaria que tem perto de minha casa, pagaria o que ele quisesse comer Como ele era diabético, acabava por não poder comer coisas doces.”
“Chegou ao ponto de com 16 anos, retornando da escola vi um casal de idosos carregando uma cesta básica com muita dificuldade. Percebendo a situação, ofereci ajuda e levei até a casa deles. O mais incrível foi que uma semana depois os dois idosos vieram e agradecem a meu avô Manoel, e eram parentes dele, sabiam quem eu era, mas eu não os conhecia. Elogiaram a mim tantas vezes que meu avô caiu em lágrimas. Nessa época já apresentava deficiência visual e se emocionava sempre. Albert Lima Machado.
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