Busca

Manifestações de violência em Essuatíni Manifestações de violência em Essuatíni 

Essuatíni, a Igreja em uma missão de paz

Essuatíni, ex-Suazilândia é a única monarquia absoluta da África. No país, continuam os protestos clamando por justiça e mais democracia. A Conferência Episcopal se reúne com as partes beligerantes para retomar o diálogo. Dom José Luis Ponce de León: "Sem passos concretos de boa vontade, há o risco de violências sem precedentes".

Federico Piana – Vatican News

Em Essuatíni, ex-Suazilândia, continuam as tensões sócio-políticas. No país da África Austral - o único em todo o continente onde reina a monarquia absoluta - os protestos dos jovens e de partes da sociedade civil não diminuíram. Os protestos, que começaram em maio passado depois que a polícia foi acusada de assassinar brutalmente um estudante, assumiram agora o objetivo de exigir uma nova estrutura institucional mais democrática. O Papa Francisco recebeu na segunda-feira (18) em audiência Dom Peter Bryan Wells, Núncio Apostólico na África do Sul, Botsuana, Lesoto, Naimíbia e Essuatíni para um diálogo. Recordamos também que depois do Angelus de 4 de julho passado o Papa tinha feito um apelo para um confronto pacífico: "Convido todos os que ocupam posições de responsabilidade e os que manifestam as suas aspirações para o futuro do país a fazer um esforço comum de diálogo, reconciliação e resolução pacífica das diferentes posições".

Ouça e compartilhe!

Bispos pedem para ouvir os manifestantes

Motivados pelas palavras do Papa Francisco, alguns dias atrás, a Conferência dos Bispos Católicos da África Austral, da qual a Igreja de Essuatíni é parte integrante, fez uma visita de solidariedade pastoral por todo o país. Nos encontros com as instituições e os manifestantes, os bispos expressaram seu temor por uma situação que logo poderia degenerar em um ponto sem retorno e pediram escuta e diálogo. "Pelo que ouvimos - escreveram os bispos em uma declaração - parece que há um pedido para considerar uma forma diferente de governo. Estamos preocupados porque a falta de atenção a estas solicitações pode levar a uma escalada da violência com mais perda de vidas humanas".

Ponce de León: "Reconciliação difícil"

A pequena Igreja do país, composta apenas pela diocese de Manzini, também entrou em campo para tentar reconciliar as partes beligerantes. O bispo, Dom José Luis Ponce de León, confirma que "há uma semana, as tensões recomeçaram com mais vigor. Não tenho certeza, porém, de que conseguiremos restabelecer um mínimo de calma, já que a decisão do governo de fechar todas as escolas também complicou a situação".

Sinais de diálogo

E mesmo assim, apesar de tudo, Dom Ponce de León diz que a missão dos bispos correu bem, além de todas as expectativas: "Foi providencial. O governo estava disponível, não se tratava de uma visita de cortesia. O encontro durou uma hora e meia e tivemos também a participação de delegados dos jovens, das mulheres e do Conselho de Igrejas Cristãs.

As solicitações foram consideradas

No entanto, isto ainda não é suficiente. O bispo conclui: "É necessário estabelecer um verdadeiro diálogo e levar em consideração os pedidos, não apenas os políticos, mas também os sociais, que chegam ao governo. Se não forem dados passos concretos nessa direção, o risco é o de uma violência sem precedentes.

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

19 outubro 2021, 09:42