Patriarca latino de Jerusalém Pizzaballa dá as boas-vindas ao novo núncio apostólico
Vatican News
“Somos uma Igreja que vive e atua em uma sociedade, cuja grande parte é islâmica ou judaica. Porém, o diálogo inter-religioso constitui a essência da nossa identidade: um diálogo, nem sempre fácil, que parte da vida real e jamais acadêmica, mas, precisamente por isso é essencial”: com estas palavras, na Basílica do Santo Sepulcro, o Patriarca Latino de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa, apresentou, nesta quinta-feira (30/9), as boas-vindas ao novo núncio apostólico em Israel e Chipre e Delegado apostólico em Jerusalém e Palestina, dom Adolfo Tito Yllana.
O novo núncio fez sua entrada na Basílica do Santo Sepulcro, depois de ter passado pela Porta de Jafa e percorrido as ruas e vielas da Cidade Velha, acompanhado pelos chefes das Igrejas de Jerusalém. Depois da recepção, por parte de representantes das Igrejas Católica, Greco-ortodoxa e Armênia, o Núncio deteve-se diante da Pedra da Unção e visitou o Sepulcro de Cristo.
Em seu discurso de boas-vindas ao novo núncio apostólico, o Patriarca Pierbattista Pizzaballa apresentou "o contexto político e social ferido e dividido" em que vive a Igreja de Jerusalém: “O conflito político de Israel e Palestina absorve grande parte das nossas energias e se expressa, não só pelas repetidas tensões militares, mas pelo esforço contínuo de construir uma vida normal, extenuante e cansativa; sem falar da grande dificuldade de locomoção, trabalho, contatos, celebrações. Em nossos encontros percebe-se sempre ressentimentos, preconceitos, incompreensões, suspeitas, temores, que, muitas vezes, encontram espaço em muitos corações. Não obstante, há também muita determinação, empenho, esperança por parte das diversas organizações e pessoas, que não se resignam diante desta realidade, pelo contrário, se esforçam, concretamente, para viver juntos e em paz”.
O Patriarca destacou ainda a presença, na Basílica do Santo Sepulcro, dos bispos da Igreja Católica na Terra Santa - melquitas, maronitas, sírios, caldeus, armênios e latinos, - expressão da tradição multiforme da Igreja na Terra Santa: uma Igreja rica de iniciativas e atividades pastorais e sociais, atenciosa com o mundo escolar e acadêmico, como também com a saúde e o serviço aos jovens.
“A nossa Igreja – acrescentou dom Pizzaballa - fala várias línguas e muitos, apesar da diversidade, vão além dos confins dos países fronteiriços. A língua oficial é o árabe, que representa o coração pulsante da Igreja da Terra Santa, da Comunidade árabe e, sobretudo, a palestina, memória e raiz que sustenta o edifício espiritual e material da nossa Igreja. O povo ainda não conseguiu ver a realização do seu desejo de paz e serenidade nesta sua terra, mas é orgulhoso das suas tradições e fiel guardião da memória cristã da Terra Santa”.
Por fim, o Patriarca Pierbattista Pizzaballa explicou que a Igreja de Jerusalém é composta também de católicos de língua hebraica, trabalhadores estrangeiros, migrantes, além dos numerosos peregrinos, cujo número diminuiu por causa da pandemia.
Vatican News Service - TC
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