O compromisso da Igreja na Alemanha com o futuro da criação
Vatican News
Na sexta-feira, 25 de outubro de 2021, a Conferência Episcopal alemã apresentou pela primeira vez uma documentação sobre o estado do compromisso com a criação nas (arqui) dioceses alemãs. O novo subsídio de trabalho intitulado "O nosso compromisso com o futuro da criação - Relatório sobre o clima e a proteção do ambiente 2021" fornece informações abrangentes sobre como a Igreja Católica na Alemanha promove a sustentabilidade e contribui para a mudança socioecológica.
O relatório explica antes de tudo o compromisso da Igreja nas áreas de liturgia de ação e da pregação, da educação, da gestão de prédios, da mobilidade e do business sustentável. Em seguida, são apresentadas as atividades nas (arqui) dioceses e em organizações católicas como a Associação Caritas alemã, a Conferência alemã dos Superiores das Ordens Religiosas, o Comitê Central dos Católicos alemães e as agências de ajuda da Igreja mundial. O objetivo da publicação é, entre outras coisas, estimular um intercâmbio mais profundo sobre o compromisso com a criação entre (arqu) dioceses e organizações.
“A transformação socioecológica da sociedade ganhou impulso. A Igreja quer contribuir aqui com o melhor de sua capacidade”, escreve no prefácio o presidente da Conferência Episcopal alemã, Dom Georg Bätzing.
A ministra federal do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear, Svenja Schulze, ressalta em sua saudação escrita: “É um importante sinal sócio-político que a Conferência Episcopal alemã agora se expresse com seu próprio relatório sobre clima e proteção do meio ambiente. As dioceses católicas, as ordens religiosas, as associações e organizações leigas são atores que asseguram maior sustentabilidade no terreno com conceitos de proteção do clima”.
Na apresentação da documentação em uma coletiva de imprensa on-line nesta segunda-feira, o bispo Dr. Heiner Wilmer SCJ (Hildesheim), presidente da Comissão para Assuntos Sociais e Corporativos da Conferência Episcopal Alemã, enfatizou que a Igreja Católica está comprometida com a proteção do clima e ambiente "pela nossa fé em Deus criador".
O prelado também destacou a forte consciência da Igreja sobre a ameaça à criação e a necessidade de ação. Isso inclui a grande diversidade do compromisso da Igreja com a criação, especialmente por meio da educação e do setor sócio-caritativo, pela espiritualidade da criação e pelo compromisso diaconal e político com os pobres e vulneráveis no mundo.
“Se quisermos ser credíveis como Igreja Católica, isso significa não somente fazer pedidos, mas também implementar os nossos pedidos”, acrescentou o bispo auxiliar Rolf Lohmann (Münster), presidente do Grupo de Trabalho para os Assuntos Ecológicos da Comissão para os Assuntos Sociais. É, portanto, justo e importante "que também olhemos para nós mesmos e para as nossas ações no que diz respeito à preservação da criação".
Cada diocese escreveu uma contribuição, “que informa sobre o respectivo compromisso com os pontos focais escolhidos e ao mesmo tempo os aprofunda. As diferenças e a diversidade tornam-se muito claras”, disse Dom Lohmann. Como elementos exemplares de sucesso, destacou os fundos climáticos para apoiar as paróquias, associações regionais com outros atores sociais, bem como ofertas educacionais em desenvolvimento sustentável para os jovens. Em muitos casos, no entanto, existem dificuldades que primeiro devem ser reconhecidas "para que possamos trabalhar nelas e nos tornarmos melhores".
Já Dom Franz-Josef Overbeck (Essen), ex-presidente da Comissão para os Problemas Sociais e a Sociedade, descreveu o relatório como um "autosseguro", "mostra-nos onde estamos". Além disso, sublinhou as diferenças entre dioceses e arquidioceses, por exemplo no número de católicos, na superfície ou na dotação de recursos, que também influenciam o estado do respetivo compromisso com a criação.
O relatório deveria fazer justiça a esta circunstância e "ser a base para discussão e diálogo, mesmo com opiniões diferentes, mas sinceras e honestas".
Ao concluir, o bispo Dr. Overbeck destacou que “combater a mudança climática em todas as suas facetas é atualmente o maior desafio que a sociedade enfrenta. É, portanto, também um desafio para a Igreja Católica que devemos enfrentar juntos - o tempo está se esgotando”.
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