Para o Natal, Israel poderá conceder vistos a 500 cristãos de Gaza
Uma notícia "positiva" e também um "belo sinal" para os cristãos da Faixa de Gaza, embora por enquanto "seja apenas um anúncio", mas a esperança é que em breve se torne um "elemento concreto". Esta é a avaliação do sacerdote argentino do Verbo Encarnado, padre Gabriel Romanelli, responsável pela Paróquia da Sagrada Família, ao comentar à AsiaNews a decisão de Israel de conceder centenas de autorizações de saída aos cristãos da Faixa para as festividades de Natal. Se confirmada a medida, eles poderão visitar parentes e familiares que moram em Israel, Palestina e Jordânia.
“O bom - continua o religioso - é que pretendem, pelo menos esses são os boatos, conceder as autorizações a todas as faixas etárias, não somente a crianças e adultos, como fizeram nos anos passados. Agora parece que o sinal verde também se refira aos jovens entre os 16 e os 35 anos, com pelo menos 500 autorizações para todas as idades por ocasião do Natal”.
O comentário esperançoso do sacerdote é anterior ao anúncio feito pelo governo israelense no domingo, 28 de novembro, de fechar completamente suas fronteiras a estrangeiros, como forma de evitar a propagação da variante ômicron do coronavírus e de impor quarentena obrigatória a todos cidadãos israelenses que regressem ao país, além de outras restrições internas. A previsão é que estas medidas tenham a duração de duas semanas, a depender do desdobramento da propagação da nova variante.
Mas caso a situação pandêmia permita, cerca de 500 dos mil cristãos das diferentes confissões que compõem a comunidade da Faixa de Gaza poderão viajar a Israel e à Cisjordânia para as festividades. Concessões semelhantes também ocorreram no passado, embora no último ano as práticas tenham sido congeladas em massa devido à pandemia de coronavírus. Ulteriores limitações aos deslocamentos foram impostas após a guerra entre Israel e o Hamas em maio, se bem que nos últimos meses, sob a mediação do Egito, houve uma flexibilização de algumas medidas.
A Faixa de Gaza tem sido repetidamente chamada de a maior prisão a céu aberto do mundo: dentro dela, dois milhões de pessoas vivem abaixo do limiar da sobrevivência, o desemprego beira os 60% e a pobreza atinge 80% da população.
E o mesmo vale para as famílias cristãs, cerca de 300 em toda a Faixa - um total de mil pessoas, sendo católicas pouco mais de cem - 34% dos quais não têm fontes de renda. No passado era a Igreja Ortodoxa que administrava a emissão de licenças, mas desde 2016 também os católicos passaram a ser responsáveis por isso.
Para o Natal e a Páscoa, as autoridades militares de Israel encarregadas pelas entradas e saídas pelo posto de controle de Erez avaliam a concessão de autorizações por motivos religiosos. No entanto, na maioria das vezes, os pedidos são rejeitados, principalmente para os jovens com menos de 35 anos.
O Cogat, nome do órgão de defesa israelense responsável pelos assuntos civis palestinos, explica que graças às licenças será possível visitar os lugares sagrados e familiares que vivem em Jerusalém, Belém, Nazaré e outros centros da Terra Santa. O acesso à cidade sagrada também será melhorado para os cristãos da Cisjordânia e outros 200 residentes da Faixa poderão ir para a Jordânia via Israel.
“As licenças - sublinha pe. Romanelli - valerão de 24 de dezembro a 19 de janeiro. A esperança é que sejam antecipadas alguns dias, quem sabe dias 21 e 22, porque na véspera já estaremos vivendo intensamente as celebrações”.
Enquanto isso, a comunidade de Gaza aguarda a chegada do patriarca latino de Jerusalém Pierbattista Pizzaballa, esperado de 17 a 19 de dezembro para as tradicionais celebrações e festividades. “Pensamos em alguns momentos com o patriarca - conclui pe. Romanelli - incluindo Missa solene, visita às famílias e à escola, e depois uma Missa de Natal para aqueles que não poderão usufruir do visto de saída”.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui