JMJ 2023: peregrinação dos símbolos é “movimento de evangelização”
Rui Saraiva – Portugal
A Paróquia de Vila Real de Santo António, foi a primeira a receber os símbolos da JMJ. A Vigararia de Tavira acolheu os símbolos na primeira semana de peregrinação da cruz peregrina e do ícone mariano na diocese do Algarve. E foi de barco que no passado dia 29 de outubro os símbolos chegaram para a partir dai encherem Portugal de fé e de esperança.
Levar Cristo às periferias
Os jovens, são assim, protagonistas de um “movimento de evangelização que leve Cristo às periferias da sociedade” – afirma o jornalista Samuel Mendonça numa crónica sobre a primeira semana da peregrinação dos símbolos.
O diretor do jornal diocesano algarvio sublinha que a Jornada Mundial da Juventude “não é limitada a alguns, mas um ‘dom para todos’.”
“A semana inaugural dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Algarve – primeira diocese portuguesa a recebê-los para os dois anos de peregrinação em Portugal – deu o mote para aquilo que se pretende que seja a passagem da cruz e do ícone de Nossa Senhora pela região algarvia e até por todo o país: um movimento de evangelização que leve Cristo às periferias da sociedade, sendo elas mais existenciais e humanas do que geográficas, como bem as identificou o Papa Francisco.
O Comité Organizador Diocesano algarvio para a JMJ de 2023, em Lisboa, desde logo explicou que para além de todos os momentos celebrativos e de oração, sempre existiu a indicação da necessidade de se ir mais longe, bem para lá das “periferias das igrejas e das capelas”, demonstrar que aquela JMJ não é limitada a alguns, mas um ‘dom para todos’.
Nesse sentido, esta semana de peregrinação dos símbolos pelas paróquias que constituem a Vigararia de Tavira ficou marcada por dois momentos que são a imagem do exercício do pontificado de Francisco. O primeiro, uma escapadela ao esquema vicarial do itinerário da visita para ir ao encontro daqueles que têm a sua liberdade condicionada por estarem a cumprir pena de prisão no Estabelecimento Prisional de Olhão, na área da vizinha Vigararia de Faro, e o segundo a visita à Fundação Irene Rolo, na própria cidade tavirense, uma instituição que acolhe jovens e outras pessoas portadoras de deficiência. Duas realidades que se enquadram perfeitamente na categoria das tais realidades periféricas.
No primeiro encontro, depois de lhes ter sido dito que ‘em Deus há sempre perdão’, vários reclusos aceitaram o convite a aproximarem-se da cruz e do ícone para fazerem uma oração silenciosa, sendo visível nalguns a expressão de comoção. No segundo, a ideia transmitida de que ninguém deve sentir-se excluído de participar na JMJ, por qualquer que seja a sua condição, porque Jesus espera pela participação de todos. Uma mensagem de inclusão fundamentada pelo gesto de levar ali os símbolos que o Papa envia sucessivamente, desde 1984, a percorrer o mundo.
No princípio da semana houve ainda uma incursão dos símbolos pela serra algarvia, uma realidade que também tem tanto de periferia geográfica como de existencial. Cruz e símbolo mariano subiram até Alcoutim, o concelho mais envelhecido de Portugal, para estarem presentes na oração do terço e na celebração da eucaristia, presidida pelo bispo do Algarve com as gentes que viram a interioridade a que foram votadas roubar-lhes as gerações mais novas por si criadas tão necessárias para o apoio a quem vive agora o entardecer da vida.
Nestes exemplos, começaram os jovens algarvios a cumprir o compromisso assumido nos últimos encontros de preparação para a JMJ de se fazerem missionários para levar outros ao encontro de Jesus e de fazerem daquele evento mundial um acontecimento nas suas vidas que não se resuma a uma semana de festa. Conforme lhes pediu D. Américo Aguiar – o bispo da Conferência Episcopal Portuguesa destacado para a organização da JMJ 2023 – importa que sejam capazes de caminhar juntos, sendo ‘capazes de acertar a velocidade de maneira que ninguém se sinta deixado para trás’.”
Recordemos que no inicio da peregrinação dos símbolos em Portugal o bispo do Algarve referiu à reportagem da Agência Ecclesia a importância deste evento num momento em que decorre a fase diocesana do Sínodo dos bispos sobre a sinodalidade. “Uma igreja que escuta como nos pede o Papa” – assinalou D. Manuel Quintas.
A cruz peregrina e o ícone mariano passaram no dia 7 de novembro da Vigararia de Tavira para a Vigararia de Faro. Seguem depois para a Vigararia de Loulé no dia 14 e para a Vigararia de Portimão a 19 de novembro. A 27 de novembro os símbolos serão acolhidos pela diocese de Beja.
A Peregrinação dos Símbolos da Jornada Mundial da Juventude em Portugal é organizada pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil que é um secretariado da Comissão Episcopal Laicado e Família da Conferência Episcopal Portuguesa.
Laudetur Iesus Christus
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