Bispos chilenos sobre as eleições presidenciais: “uma nova oportunidade para o país”
Filipe Brogliatto - Vatican News
A Comissão Permanente da Conferência Episcopal do Chile (CECh), divulgou na quinta-feira (16/12), uma declaração intitulada “Uma nova oportunidade para o país”, sobre as eleições presidenciais do próximo domingo (19/12). Na ocasião, o eleitorado chileno deverá escolher entre o candidato ultraconservador do Partido Republicano, José Antonio Kast, e o candidato da coalizão de esquerda, Gabriel Boric. O comunicado foi lido pelo vice-presidente da conferência e bispo de Concepción, dom Fernando Chomali Garib e publicado na página web da CECh.
A declaração pede “aos católicos e a todos os cidadãos chilenos, que exerçam o seu direito de voto” e “votem com consciência”. Além disso, reforça que todos devem buscar, o mais possível, o bem comum, “considerando os princípios cristãos fundamentais para a ordem política e social”, mesmo quando os candidatos apresentam deficiências em relação a esses mesmos princípios.
Clima de polarização
A Comissão lembra como as eleições presidenciais de domingo, ocorrerão “em um contexto de polarização e consequentemente, em um clima de campanha eleitoral agressivo e desqualificador. Um clima que tem aumentado o descontentamento com a política e, muitas vezes, impedido uma discussão profunda sobre questões fundamentais para o povo chileno”. No entanto, o aspecto positivo – reconhece a Conferência Episcopal – é que nas últimas semanas viu-se “um certo tom moderado nas propostas e no reconhecimento de erros por parte dos candidatos”.
Candidatos devem honrar os valores democráticos
“Domingo teremos um novo presidente da república e nós já rezamos por ele e pelo seu governo”, escrevem os bispos. Eles pedem ao novo chefe de Estado, seja ele quem for, “que governe por todos os chilenos, buscando caminhos de diálogo, entendimento, justiça e fraternidade”. Além disso, a Conferência Episcopal solicita “a ambos os candidatos, que honrem os valores democráticos, aceitem a opinião dos cidadãos e colaborem, a partir do cargo que forem ocupar, na construção de uma comunidade política cuja alma é a caridade social”. Tudo isso, porém, levando em consideração que, – como nos lembra o Papa Francisco em sua encíclica Fratelli tutti –, “o Chile não se constrói só com a ação de seus políticos”. Eles afirmam ainda que “todos os dias, nos é oferecida uma nova oportunidade, uma nova etapa. Não devemos esperar tudo de quem nos governa, seria infantil. Desfrutamos de um espaço de corresponsabilidade, capaz de iniciar e gerar novos processos e transformações. Devemos ser parte ativa na reabilitação e apoio às sociedades feridas. Hoje, nos deparamos com a grande oportunidade de expressar o nosso ser irmãos, de ser outros bons samaritanos que assumem a dor dos fracassos, ao invés de fomentar ódio e ressentimento”.
Pacificadores
Os bispos concluem a mensagem convidando os chilenos a rezarem pela unidade do país, contemplando, neste tempo próximo do Natal, o “Deus conosco que assume a nossa condição humana, para que possamos viver como irmãos”. Eles pedem ainda “que o canto do ‘Glória a Deus nos céus e paz na terra aos homens por ele amados’, encoraje-nos a ser construtores da paz”.
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