Dom Jorge Lozano: é importante comunicar uma experiência
Paola Calderón – ADN, CELAM
Nos últimos anos, o Dicastério para a Comunicação vem trabalhando para repensar as formas e métodos que caracterizam o sistema de informação da Santa Sé, favorecendo a integração de todos os seus serviços para oferecer uma gestão muito mais unificada, todos eles olhando para o mesmo horizonte.
O Dicastério reúne organismos como o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, a Sala de Imprensa da Santa Sé, o serviço de Internet do Vaticano, a Rádio Vaticano, o Centro de Televisão do Vaticano, L'Osservatore Romano, a tipografia do Vaticano, o serviço fotográfico e a livraria do Vaticano.
Ele também é responsável pelo site institucional da Santa Sé e pela administração da conta do twitter do Papa Francisco. O arcebispo de San Juan de Cuyo, na Argentina, falou à ADN Celam sobre a importância deste chamado do Papa Francisco para servir a partir do ambiente de comunicação.
Dom Jorge Eduardo Lozano, Secretário-Geral do Celam, acaba de ser nomeado pelo Papa Francisco como um dos membros do Dicastério para a Comunicação. Como o senhor recebe esta nova missão pastoral?
Por um lado, com alegria, porque é uma forma de a Igreja na América Latina estar presente em um serviço tão importante como a comunicação, e também com um sentimento de grande exigência, de uma responsabilidade que deve ser incluída na agenda, na dedicação, no estudo.
Quais são os principais desafios que a Igreja enfrenta ao comunicar toda sua ação pastoral ao mundo inteiro a partir da Santa Sé, uma responsabilidade deste Dicastério?
As formas de comunicar a fé são diversas. O importante é que podemos comunicar uma experiência. A fé, como insiste o Papa Francisco, não é uma questão de conhecimento, não é simplesmente ensinar uma doutrina. É comunicar uma vida e levar à experiência do encontro com Jesus e a experiência do encontro entre os seres humanos.
Portanto, a comunicação pode ajudar muito a nos aproximar daqueles que vivem em países diferentes, em culturas diferentes, e também nos aproximar de uma experiência espiritual, para nos levar à solidariedade, que também tem a ver com nossa fé. Portanto, os desafios são realmente importantes e, ao mesmo tempo, também emocionantes.
Que contribuições o senhor acha que a Igreja na América Latina e no Caribe pode fazer ao Dicastério para a Comunicação?
No continente temos uma importante trajetória no trabalho de comunicação, na mídia tradicional, muitos de nossos países, dioceses, têm jornais impressos, programas de rádio ou estações de rádio católicas, canais de televisão, uma presença crescente nas redes sociais. E me parece que dessa experiência temos algo a contribuir e ao mesmo tempo algo a aprender de outros continentes e da trajetória que esta comissão, este Dicastério, tem no Vaticano.
Outro dos aspectos importantes deste Dicastério no momento atual na Igreja é a realização de atividades e processos como o Sínodo sobre a Sinodalidade, e esta união com a Assembleia Eclesial que acaba de terminar. Em termos de comunicação, como o senhor acha que todo este processo vai realmente alcançar as pessoas?
A Assembleia Eclesial que acabamos de concluir nesta fase, tudo o que tem a ver com comunicação tem sido de vital importância. Por um lado, porque apenas um pequeno grupo pôde estar no México, mas havia perto de mil membros da assembleia que se juntaram à tarefa, através de redes sociais e plataformas virtuais. Milhares de pessoas, além dos membros da assembleia, puderam participar de algumas das reflexões e orações.
Portanto, tivemos uma experiência muito próxima do que a mídia e as redes sociais podem fazer pela atividade pastoral de uma assembleia, e isto também será uma oportunidade no caminho sinodal.
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