Pe. Mauro Argenton: comunicação institucional, mais humana que técnica
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
Roma é o destino de sacerdotes de várias partes do mundo, que aqui vem para aprimorar seus conhecimentos nas Universidade Pontifícias, e não só, como é o caso do padre Mauro Argenton, da Diocese de Frederico Westphalen (RS), que faz um curso de Comunicação Institucional na Universidade Santa Cruz.
Com base na sua experiência na diocese gaúcha e diante da realidade com a qual se deparou na Itália e na universidade, o sacerdote formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM-Campus Frederico) fala dos desafios da evangelização e da comunicação. E se a expectativa era de encontrar na universidade em Roma maior ênfase na tecnologia e na técnica, o sacerdote gaúcho se surpreendeu positivamente ao se deparar com a insistência na comunicação humanizada. De fato, conta ele ao Vatican News, a orientação é que a comunicação institucional não seja uma comunicação técnica, mas uma comunicação humana. E “é isso que a Igreja faz, é isso que diferencia o cristianismo, que diferencia a Igreja, é a humanidade acima de tudo, é a vida humana, e a comunicação aqui preza por isso, uma comunicação institucional”.
E diante dos desafios da comunicação na Igreja em tempos de pandemia, padre Mauro é enfático: “um dos perigos que a pandemia trouxe foi isso, foi achar que a vida de comunidade pode ser substituída, ou criar novas comunidades virtuais”, mas a vida de comunidade não pode ser substituída.
Ademais, o questionamento sobre o quanto são eficazes e participativas as transmissões de celebrações. “A pergunta é: «está acompanhando a Missa?» Então esse é um desafio, eu não tenho uma resposta, é claro, mas o desafio está aí e continua, a pandemia continua, vamos continuar transmitindo Missa sim, mas devemos estar atentos a isso”.
E se por um lado destaca a forte cultura religiosa do brasileiro e o crescimento da comunicação da Igreja no Brasil, por outro questiona: “Quanto nós levamos a doutrina, a mensagem da Igreja para esses meios de comunicação?” Aspecto também importante, no sentido de tornar mais próximo dos fiéis o Magistério da Igreja, do Sucessor de Pedro. "O povo tem acesso, mas nós não usamos a estratégia mundana, e não vamos usar, de enxurrada de notícia ou de tentar fazer o povo nos ouvir a força. Nós não vamos fazer isso, não precisa ser feito, mas podemos sim usar dos nossos meios".
Inspirado no Papa Francisco, padre Mauro destaca ademais, que na comunicação nos dirigimos a cada um em particular e não a uma massa, motivo pela qual é primordial, antes de tudo, “conhecer a realidade, não dá para falar para desconhecidos, mesmo nos meios de comunicação que utilizam-se da massa”.
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