Chiara Lubich na história: do encontro com dom Hélder Câmara à busca pela paz
Adriana Masotti e Andressa Collet - Vatican News
Em 14 de março de 14 anos atrás morria Chiara Lubich (22/01/1920 – 14/03/2008) em Rocca di Papa, uma pequena cidade italiana a 25 Km de Roma. A fundadora do Movimento dos Focolares estava circundada pelo afeto e gratidão de tantos que tinham encontrado nela uma mãe e uma mestra empenhada em viver de acordo com o Evangelho. Em 1943, Chiara tinha começado, quase sem perceber, a corrente espiritual dos Focolares que tem o “carisma da unidade” como objetivo, através de uma única família humana onde todos se reconhecem como irmãos e irmãs.
Chiara Lubich tem sido lembrada em todo o mundo, da África à América, da Ásia a várias cidades da Europa, além da própria Itália. Afinal, durante o séc. XX, muitos foram os encontros marcantes da fundadora dos Focolares, desde Madre Teresa de Calcutá ao brasileiro dom Hélder Câmara, protagonistas da era contemporânea que abriram novas perspectivas para a vida pessoal e coletiva da humanidade.
Desde 2008, por exemplo, cada aniversário da morte de Chiara Lubich tem sido uma oportunidade para os membros dos Focolares aprofundarem a figura e o alcance do pensamento da sua fundadora, na convicção de que muito sobre ela ainda não foi completamente compreendido. Neste final de semana, por exemplo, Florença, na Itália, recebeu o encontro de dois dias intitulado “O Concílio Vaticano II e o carisma da unidade de Chiara Lubich”, que pode ser revisto em italiano e inglês pelo canal oficial dos Focolares. O evento ganhou a colaboração do Centro Chiara Lubich e do Instituto Universitário Sophia.
Uma compreensão mais madura da sua doutrina é também o objetivo de um recente livro que reúne especialistas de vários campos culturais e científicos que fazem incursões profundas na sua experiência, publicado pela Editora “Città Nuova”. Um dos organizadores da obra é Donato Falmi, que conversou com o Vatican News.
O carisma de Chiara em época de guerra
Segundo ele, “Chiara disse muito honestamente que, de certa forma, nunca escreveu livros, e isso é verdade. Mas também é verdade que Chiara comunicou incessantemente ao longo da sua vida. Nos seus anos mais jovens, ela escreveu muito e escreveu sobretudo cartas porque essa era a forma mais comum de partilhar e manter contato com os outros”. Donato também falou da obra se sensibilização de Chiara para criar um mundo novo, mais fraterno, assim como faz o Papa Francisco e diante de um momento obscuro da história com a guerra na Ucrânia:
“Lembro-me do episódio dos aviões nas Torres Gêmeas, em Nova Iorque, que foi para Chiara um momento dramático. Há anos convidava os jovens a dedicar um minuto de oração ou de silêncio, todos os dias ao meio-dia, precisamente pela paz e, esse fato, vinha a interromper essa fé na paz. Hoje penso que Chiara se encontraria na mesma situação de ter de dizer novamente: ‘as razões da paz são maiores do que aquelas da guerra, continuemos a acreditar que a paz é possível’. Estou bem ciente de como Chiara nos tenha solicitado continuamente a confiar na possibilidade de que a unidade de toda a família humana seja alcançada apesar de tudo, e inclusive a resposta que está sendo produzida nestes dias em todo o mundo de solidariedade, mas também de oração pela paz, confirma isso.”
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