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Igreja bombardeada em Mianmar nos últimos dias Igreja bombardeada em Mianmar nos últimos dias 

Bombardeadas igrejas e conventos em Mianmar. Cristãos em fuga

O PIME criou um fundo para ajudar as Igrejas locais atingidas pelo exército e força aérea da ditadura militar, que usa os M-24 e o Sukhoi 30, de fabricação russa.

Uma igreja católica e um convento sofreram graves danos após serem bombardeados em Mianmar, onde há mais de um ano um conflito civil. A informação foi divulgada pela AsiaNews, agência de informação do PIME.

Em 8 de março, a junta militar birmanesa, que derrubou o governo civil liderado por Aung San Suu Kyi em 1º de fevereiro de 2021, atingiu com um ataque aéreo a igreja de Nossa Senhora de Fátima no povoado de Saun Du La, danificando seu teto e as janelas.

Já na manhã de quinta-feira, 10 de março, foi bombardeado o convento das Irmãs da Reparação, usado como casa de repouso e hospital pelas irmãs mais idosas do vilarejo de Doungankha. A igreja perto do convento havia sido bombardeada em 6 de junho de 2021.

 

Ambas edificações estão localizadas nas proximidades da cidade de Demoso, região predominantemente cristã, onde milícias anti-golpistas das Forças de Defesa Popular lutam contra as tropas do Tatmadaw, o exército birmanês.

Como na Ucrânia, também neste caso o ataque foi realizado com o propósito expresso de aterrorizar a população civil: “Naquela área não havia conflito armado em curso. Foi um ataque planejado contra a igreja e civis inocentes”, denunciou um sacerdote.

Os militares birmaneses, apoiados com armamentos pelo presidente russo Vladimir Putin, também usam a mesmas aeronaves que bombardeiam alvos civis na Ucrânia: o M-24 e o Sukhoi 30, de fabricação russa.

As forças anti-golpe exigem a proibição da venda de petróleo à junta militar birmanesa: "Sem combustível, o exército não pode usar a aviação", disse Zin Mar Aung, ministro das Relações Exteriores do Governo de Unidade Nacional formado por ex-deputados da Liga Nacional para a Democracia - partido de Aung San Suu Kyi - agora no exílio. “Se seus jatos não podem voar, eles não podem bombardear. É muito simples".

 

Não se sabe quantas reservas de combustível a junta militar birmanesa tem disponível, escreve o Wall Street Journal. Nos últimos anos, Mianmar sempre importou 100% de seu combustível do exterior, obtendo-o de empresas ocidentais que o vendiam a intermediários. Partiu de Cingapura, Índia e Malásia para chegar ao seu destino final nos portos birmaneses.

Recentemente, o Conselho da União Europeia incluiu na lista de entidades sancionadas algumas personalidades do Tatmadaw e algumas empresas estatais birmanesas, incluindo a Myanma Oil and Gas Enterprise (Moge), a empresa nacional de petróleo e gás.

Na Diocese de Loikaw, no Estado oriental de Kayah, a junta militar atingiu pelo menos oito igrejas em ataques aéreos, ignorando os apelos dos bispos para poupar civis que buscavam abrigo em locais de culto. Pelo menos 16 das 38 paróquias foram bombardeadas, obrigando religiosas e sacerdotes a fugir.

O último relatório da Agência das Nações Unidas para Refugiados divulgado no início deste mês, estima que o conflito no país gerou até agora mais de 500.000 pessoas deslocadas internamente, com um aumento de 50.000 apenas na última semana. Em Loikaw, capital do Estado de Kayah, e na vizinha Demoso, pelo menos 100 casas foram incendiadas.

Um fundo para ajudar as Igrejas locais de Mianmar

 

Diante dessa situação, a Fundação PIME decidiu abrir o Fundo de Emergência S145 Myanmar, para apoiar as iniciativas das Igrejas locais, muitas das quais foram fundadas por missionários do PIME antes da expulsão dos missionários estrangeiros em 1966.

O objetivo da campanha é dar ajuda imediata a milhares de pessoas, apoiando a rede de acolhimento que as Dioceses de Taungoo e Taunggyi estão organizando. Muitas realidades religiosas locais responderam a esta emergência e o fazem mostrando o rosto mais bonito de Mianmar: o de um povo que, apesar dos muitos sofrimentos que marcaram sua história, escolhe o caminho da solidariedade. É para eles que enviaremos ajuda, a partir das necessidades básicas do povo: um teto, comida, uma escola para os pequenos, que há dois anos - entre pandemia e guerra - não a frequentam mais.

Veja como doar

 

Você pode doar com o causale "S145 - Myanmar Emergency":

1) diretamente on-line no link, escolhendo o projeto "S145 - Myanmar Emergency" entre as opções: https://donazioni.pimemilano.com/fondi-ed-emergenze

2) por transferência bancária à Fondazione Pime Onlus IBAN: IT 11 W 05216 01630 000000005733

(recomenda-se o envio de cópia da transferência bancária por e-mail para uam@pimemilano.com indicando nome, apelido e morada, local e data de nascimento, Codice Fiscale (correspondente ao CPF no Brasil)

3) na conta corrente postal ordem nº. 39208202, em nome da Fondazione Pime Onlus, via Monte Rosa, 81 20149 Milão

4) em dinheiro ou cheque junto ao Centro PIME em Milão na via Monte Rosa 81 de segunda a sexta (9h-12h30 e 13h30-17h30).

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11 março 2022, 10:14