Páscoa. Primaz da Comunhão Anglicana, Justin Welby: o mal não terá a última palavra
Vatican News
"A Ressurreição promete a cada nação, cada vítima e cada sobrevivente que as injustiças, crueldades, ações malignas e instituições sem alma deste mundo não terão a última palavra": durante o sermão proferido por ocasião da celebração da Páscoa, o arcebispo de Cantuária e primaz da Comunhão Anglicana, Justin Welby, dirigiu um pensamento especial para aqueles que sofrem por causa de guerras, violências e perseguições, particularmente na Ucrânia.
Páscoa é estação de vida, esperança e renovação
Com a morte de Jesus, "parecia que não havia justiça, que a violência havia triunfado", explicou o primaz anglicano durante o rito celebrado na Catedral de Cantuária, "e, no entanto, nosso mundo - apesar de todas as injustiças - não é deixado a si mesmo".
"Se fosse - continuou Welby -, teríamos simplesmente que reconhecer repetidamente que 'o fim do mundo chegou', pois quem entre nós não reconhece a impotência dos indivíduos e das nações diante do mal destrutivo?" Mas a mensagem pascal significa que "através de Jesus um novo futuro é estabelecido para o mundo inteiro".
Reiterando que a Páscoa é "uma estação de vida e esperança, de arrependimento e renovação", o arcebispo de Cantuária também lembrou que, por sua vez, "os muçulmanos estão celebrando o Ramadã, um tempo de purificação e mudança", enquanto "os judeus celebram a Páscoa e a libertação".
Guerra na Ucrânia e cessar-fogo por parte da Rússia
"Que este seja o momento para um cessar-fogo por parte da Rússia, da retirada das forças armadas e do início das negociações - auspiciou finalmente o primaz da Comunhão Anglicana -, que este seja o momento de restabelecer os caminhos da paz."
A guerra na Ucrânia esteve no centro também do sermão de Welby proferido mais cedo durante o serviço litúrgico da Santa Comunhão, durante o qual ele também abordou as questões do custo de vida, da crise no âmbito da saúde e da difícil situação dos requerentes de asilo na Grã-Bretanha.
"Para muitos britânicos as notícias provenientes da Ucrânia são terríveis, mas o custo crescente da energia, combustível e alimentos são o primeiro e acachapante pensamento do dia", enfatizou o prelado. Para outros cidadãos, por sua vez, o dia começa com a lembrança de seus entes queridos afetados pela pandemia do coronavírus "a quem sequer puderam dizer o devido adeus".
Ressurreição é derrota da morte e abertura para a vida eterna
"Ao morrer por nós, Jesus vê e conhece as feridas que nos causam tanta dor", prosseguiu o arcebispo anglicano, "Ele ouve o grito das mães na Ucrânia, vê o medo dos pequenos e sente a vulnerabilidade dos órfãos e refugiados."
Cristo também vê "a humilhação do avô que visita o banco de alimentos em nosso país pela primeira vez, as escolhas desesperadas dos pais que se encontram na pobreza, e a dor causada pela pandemia".
A ressurreição de Jesus "não é uma varinha mágica que torna o mundo perfeito", disse por fim Justin Welby, mas "a derrota da morte e a abertura para a vida eterna, através de Jesus, um presente oferecido a todo ser humano que se aproxima d’Ele". Um ponto de referência para cada indivíduo, sociedade e nação.
(L'Osservatore Romano)
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