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Semana Laudato Si' 2022 Semana Laudato Si' 2022 

Laudato si´: aprender a cuidar do que é comum, da nossa Casa

Um cuidado que aprendemos com Deus, na medida em que assumimos que somos instrumentos dele, que “todos podemos colaborar, como instrumentos de Deus, no cuidado da criação, cada um a partir da sua cultura, experiência, iniciativas e capacidades” (LS 14).

Padre Modino - CELAM

Cuide do que é seu, um chamado de atenção que temos recebido muitas vezes, mas que na medida em que somos homens e mulheres de fé, deveria nos leva a assumir a necessidade de cuidar do que é de todos, do que é comum.

Para isso se faz urgente entrar em um caminho de conversão, que nos leve a sair de nós mesmos e ter um olhar maior, um olhar divino, que nos faz deixar para trás nossa mesquinhez humana, que nos leva a nos encerrarmos dentro de nós mesmos, a fomentar atitudes individualistas que nos afastam de tudo e todos aqueles que temos em volta.

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O cuidado é um chamado que aparece na Laudato si´ mais de 30 vezes, mas desde o início da Encíclica de Francisco, inspirada em outro Francisco, nos faz ver que esse cuidado diz respeito àquilo que é comum a todos: a Casa Comum. Cuidado do que é frágil, pois a gente acostuma dizer que quando algo é forte, resistente, não precisa de maiores cuidados.

A realidade planetária nos mostra que esse cuidado se torna cada vez mais urgente. 7 anos depois da primeira encíclica do Papa Francisco, vemos que longe de melhorar no que diz respeito ao cuidado da casa comum, a situação vai piorando, que nossa Casa está cada vez mais fragilizada. Não aprendemos, mesmo diante de catástrofes naturais cada vez mais frequentes, de fenómenos climáticos a cada dia mais extremos, que atingem sobretudo aos mais pobres, pois “o clamor da terra como o clamor dos pobres” (LS 49) é o mesmo, são eles os que mais sofrem as consequências dessa falta de cuidado, que tanta dor provoca no Planeta e na humanidade.

Um cuidado que aprendemos com Deus, na medida em que assumimos que somos instrumentos dele, que “todos podemos colaborar, como instrumentos de Deus, no cuidado da criação, cada um a partir da sua cultura, experiência, iniciativas e capacidades” (LS 14). Fomentar essa cultura do cuidado deveria ser um empenho em nossa sociedade, também na nossa Igreja, na medida em que nossa fé se sustenta no relato bíblico, onde o Criador encomenda à humanidade o cuidado de sua obra.

Um cuidado que tem que ser em nível geral, planetário, mas também em nível local, lá onde cada um vive, assumindo a conversão ecológica, um chamado decisivo na preservação da casa comum. Um cuidado que “interpela a nossa inteligência para reconhecer como deveremos orientar, cultivar e limitar o nosso poder” (LS 78). Não podemos esquecer que fazemos parte de um mundo frágil, e somos nós, os seres humanos, a quem Deus confia o cuidado do mesmo.

Até que ponto a Encíclica Laudato si´ está nos ajudando a “dar maior coerência ao nosso compromisso com o meio ambiente” (LS 15), a que “nós, crentes, conheçamos melhor os compromissos ecológicos que brotam das nossas convicções” (LS 64)? Não podemos ignorar a exigência de “uma preocupação pelo meio ambiente, unida ao amor sincero pelos seres humanos”, algo que o Papa Francisco coloca como “um compromisso constante com os problemas da sociedade”.

São compromissos que tornam concreta a conversão ecológica, algo que é pessoal e comunitário, também eclesial, e que deve nos levar a olhar a realidade de um modo diferente, com um olhar mais cuidadoso, que nos leva a fazer realidade um mundo melhor para todos e todas, um mundo que realmente seja a imagem e semelhança de Deus, do Deus Criador, do Deus que é fonte de vida plena. A Semana Laudato Si´ é mais uma oportunidade para isso, não deixe passar esta ocasião mais uma vez.

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26 maio 2022, 14:41