Caritas Líbano: "Nosso povo está morrendo lentamente"
Federico Piana - Rho (Milão)
“Não nos deixem morrer!”: é o comovente apelo do padre Michel Abboud, presidente da Caritas Líbano, durante o 42º Congresso da Caritas diocesana italiana, que terminou na sexta-feira, 24, na Feira de Milão, em Rho.
O sacerdote diz, com pesar, que a população do seu país está encontrando, cada vez mais, dificuldade para sobreviver, devido à forte crise econômica e o consequente aumento da inflação: “Muita gente é obrigada a revirar latões de lixo para encontrar algo para comer. Entre esta multidão de famintos não estão somente os pobres, mas até pessoas da burguesia libanesa: profissionais, comerciantes, professores”.
Sem assistência médica
Quando o padre Abboud, após a atenuação do pico da pandemia, recomeçou a passar de casa em casa para levar alívio e conforto aos seus concidadãos, mas se deparou com uma situação que nunca havia visto: "Muitas vezes, encontro pessoas que, não podendo gastar com remédios, me dizem: “Quero morrer aqui! Deixe-me morrer em minha casa!” Não faz muito, soubemos que muitas pessoas morreram por não poder pagar um médico”.
É quase impossível ajudar
Também para a Caritas Líbano, agora se tornou até difícil ajudar, às vezes, até mesmo impossível, afirmou padre Abboud: “Não podemos ajudar a todos como gostaríamos; não podemos pagar assistência médica aos que mais necessitam. As pessoas estão morrendo por falta de subsídios básicos”. E recorda um trágico paradoxo: “As mesmas pessoas que ajudamos agora, há apenas alguns anos, iam às nossas paróquias para dar sua contribuição. Eram elas que financiavam nossas obras”.
Grito pela vida
A participação do padre Michel Abboud no Encontro das Caritas diocesanas italianas tem a esperança de que o evento possa ser uma caixa de ressonância do seu premente apelo. No entanto insiste: "Por favor, ouçam nosso grito: precisamos de ajuda concreta para a sobrevivência do nosso povo"!
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