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The Standard, um jornal diário local, com manchetes relatando a eleição do 5º presidente eleito do Quênia, William Ruto, em Eldoret, em 16 de agosto de 2022. (Photo by Simon MAINA) The Standard, um jornal diário local, com manchetes relatando a eleição do 5º presidente eleito do Quênia, William Ruto, em Eldoret, em 16 de agosto de 2022. (Photo by Simon MAINA) 

Quênia: Igreja faz apelo à calma, após anúncio da eleição do novo presidente

Quenianos se preparam para um potencial período de incerteza depois que William Ruto foi proclamado vencedor da eleição presidencial, o que é contestado por seus opositores. Todos os olhos estão voltados para a reação do candidato derrotado Raila Odinga, que fracassou em sua quinta tentativa de ocupar a presidência.

"Queremos pedir a todos os líderes religiosos que rezem pela paz em nosso país", disse o arcebispo de Nyeri, Dom Anthony Muheria, imediatamente após a proclamação da vitória de William Ruto como presidente do Quênia, com 50,5% dos votos nas eleições de 9 agosto. "Caros quenianos mantenedores da paz. Vamos manter a paz", acrescentou.

Por sua vez, o presidente da Conferência Episcopal do Quênia (KCCB), Dom Martin Kivuva, de Mombaça, saudou a condução pacífica da campanha eleitoral e da votação: “Parabéns aos quenianos. Chegamos até aqui sem atirar uma pedra em nós mesmos, com apenas pequenas escaramuças aqui e ali, mas mais do que isso, conseguimos concluir uma parte importante da nossa história”.

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No entanto, o temor de violência pós-eleitoral permanece após uma semana tensa de contagem dos votos da Comissão Eleitoral Independente (IEBC) que assim estabeleceu que o vice-presidente cessante venceu seu principal adversário e líder histórico da oposição, Raila Odinga, que obteve 48,8% dos votos, mesmo contando com o apoio do presidente cessante, Uhuru Kenyatta.

O presidente eleito William Ruto é o vice-presidente de Kenyatta, mas os dois se desentenderam anos atrás, e Kenyatta na eleição apoiou a figura da oposição de longa data Raila Odinga, que pediu a seus apoiadores para manterem a calma em um país com histórico de violência pós-eleitoral. 

Apoiadores do candidato Raila Ondiga queimam penus em Kibera, Nairóbi. (Photo by Marco Longari/AFP)
Apoiadores do candidato Raila Ondiga queimam penus em Kibera, Nairóbi. (Photo by Marco Longari/AFP)

Odinga, no entanto, chamou o resultado da votação de "farsa" e anunciou que vai recorrer, usando “todas as opções constitucionais e legais” para contestar sua derrota nas eleições. Seus apoiadores fizeram protestos com pedras e pneus queimados nos subúrbios de Nairóbi e nos municípios que fazem fronteira com o Lago Vitória, de onde vem Odinga. Ele pode valer-se do fato de que alguns minutos antes do presidente do IEBC, Wafula Chebukati, anunciar os resultados presidenciais, quatro Comissários deixaram o Centro Nacional de Contagem e realizaram uma entrevista coletiva no Hotel Serena, afirmando que não reconheciam os resultados anunciados por Chebukati. 

Também num grupo de observadores de alguns países da região da Associação dos Bispos Membros da Região da África Oriental (AMECEA), supervisionou para assegurar a equidade das eleições e promover a transparência e e a responsabilidade.

Em seu discurso de abertura antes do início da formação, o secretário geral da AMECEA pe. Anthony Makunde recrodu aos 25 observadores do Quênia, Malawi, Uganda, Etiópia, Tanzânia e Sudão do Sul que, "como Igreja, devemos não apenas pregar sobre a boa governança, mas também formar a consciência dos líderes políticos e comunitários para que possam cumprir as princípios e valores relacionados a isso”.

Uma delegação parlamentar dos Estados Unidos, chefiada pelo senador de Delaware Chris Coons, desembarcou no Quênia para se encontrar com o presidente cessante Uhuru Kenyatta, que tem se mantido em silêncio após as eleições de 9 de agosto, e com a intenção de ser recebido também pelo novo líder eleito, William Ruto, e seu adversário derrotado Raila Odinga.

A visita, segundo o jornal queniano The Standard, é uma das etapas da visita do grupo de cinco senadores a países africanos. Na mesa de discussão, as contestadas eleições presidenciais e estabilidade política do Quênia, pólo estratégico e econômico regional.

A delegação foi recebida pela Embaixadora Meg Whitman, que também confirmou outros compromissos em sua conta no Twitter: "A delegação chefiada pelo senador se reunirá com ambientalistas, profissionais de saúde e organizações para as quais trabalham a emancipação das mulheres jovens".

A Embaixada dos EUA no Quênia, em comunicado oficial, lançou apelos para a paz e a resolução de disputas eleitorais por meios legais. "Pedimos a todos os líderes dos partidos políticos para continuarem a exortar os seus apoiantes a manter a paz e abster-se da violência durante o processo eleitoral", lê-se no comunicado. (ANSA).

*Com informações da Agência Fides

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18 agosto 2022, 12:43