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Perdão e esperança: festival na Ucrânia ajuda jovens a prevenir e superar o ódio

De 27 a 31 de julho, em Tyvriv, vilarejo próximo a Vinnytsia, os Oblatos de Maria Imaculada organizaram três dias intitulados "O sopro da vida", com orações, conferências, atividades ao ar livre e momentos de reflexão. Padre Dorosh, um dos organizadores explicou: "Tentamos fazer com que os jovens entendessem o que é o perdão e que o ódio realmente nos destrói".

Svitlana Dukhovych - Cidade do Vaticano

A guerra na Ucrânia não para. E enquanto a mídia ocidental fala cada vez menos sobre isso, os bombardeios de cidades ucranianas pelo exército russo não mostram sinais de diminuir. É natural que quem está longe queira proteger sua mente de más notícias e imagens, e para isso desvia o olhar. Já aqueles que vivem a guerra em primeira mão, não podem fazê-lo e devem buscar outras maneiras para encontrar algum alívio para a alma, corpo e mente.

Neste sentido, a Igreja na Ucrânia procura fazer com que todos ouçam a voz de Jesus que diz: "Vinde a mim, todos vós que estais cansados ​​e oprimidos, e eu vos aliviarei". Portanto, procura cuidar especialmente dos menores e mais vulneráveis.

Durante os meses de verão em várias paróquias ucranianas, tanto católicas romanas como greco-católicas, são organizadas - seguindo as regras de segurança necessárias - colônias de férias, peregrinações, encontros e workshops para crianças, adolescentes e jovens.

Um momento de reflexão dos jovens
Um momento de reflexão dos jovens

O novo formato do Festival, adaptado às condições da guerra

 

De 27 a 31 de julho, em Tyvriv, vilarejo próximo a Vinnytsia, no centro da Ucrânia, os Missionários Oblatos de Maria Imaculada organizaram o Festival para os jovens intitulado "O sopro da vida".

Em entrevista ao Vatican News, o padre Vadym Dorosh, um dos organizadores do evento, explicou que este evento acontece todos os anos desde 2009. Em outros anos, geralmente chegam entre 150 e 200 jovens. O programa habitual incluiu oração, vários workshops e um concerto de música cristã.

“Há muito tempo pensamos se organizaríamos o Festival este ano”, contou Pe. Vadym. “Por um lado, não queríamos colocar em risco a segurança dos jovens, mas, por outro, sabemos que este evento é muito importante para eles. Por isso decidimos mudar o formato, adaptando-o às necessidades atuais: havia menos participantes, não se realizou o concerto, pelo contrário, mais oração, atividades ao ar livre e reflexão”.

Um verdadeiro sopro de vida

 

“Estou feliz que, apesar da guerra, pude participar do Festival”, diz Maria Teresa, 25 anos, que foi pela quarta vez a Tyvriv. "Nestes tempos difíceis, foi muito importante sentir o 'sopro de vida' no encontro com outros jovens e na proximidade com Deus através da Missa, da oração e da adoração noturna. O próprio fato de tais eventos serem realizados mesmo em tempos tão difíceis, nos ajuda a manter viva a esperança e a fé de que Deus vence. Vencem os valores como amor, amizade e não o mal, guerra e morte, porque Cristo ressuscitou, venceu a morte. Foi isso que senti fortemente durante este encontro”.

Atividade ao ar livre durante o festival
Atividade ao ar livre durante o festival

"O que nos move deve ser o amor, não o ódio"

 

Além de orações e atividades esportivas, os organizadores propuseram palestras temáticas aos jovens, uma das quais, sob a orientação de uma psicóloga, tratou do tema prevenção e superação do estresse.

“Muitos jovens - relata Pe. Vadym - viveram os bombardeios em primeira pessoa, alguns vêm de Mariupol, Kharkiv, Kiev, etc.”. A cidade vizinha de Vinnytsia também foi recentemente alvo do bombardeio de um prédio civil, no qual mais de 20 pessoas perderam a vida e muitas ficaram feridas.

Diante da violência brutal, indignação e raiva surgem inevitavelmente. O missionário muitas vezes fala sobre isso com os jovens. “Infelizmente, às vezes o ódio também pode encher nossos corações e não podemos mais distinguir entre o ódio ao pecado e ao mal e o ódio à pessoa que faz esse mal. Durante o Festival discutimos este tema na conferência intitulada 'A Cruz do Senhor e a minha cruz'. Falamos de Jesus Cristo que também foi torturado, açoitado e deu a vida, e Suas palavras na Cruz foram: 'Senhor, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem'. Ou seja, queríamos fazer com que os jovens entendessem o que é o perdão, e ajudá-los a entender que o ódio, de fato, destrói a nós mesmos, e não podemos gastar energia com isso porque devemos defender nossa pátria e fazer o que pudermos, cada um no próprio lugar. Nossa principal intenção deve ser o amor”.

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04 agosto 2022, 11:36