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Papa fortalece "participação efetiva do laicato na vida da Igreja e, também, nos espaços de decisão" Papa fortalece "participação efetiva do laicato na vida da Igreja e, também, nos espaços de decisão" 

Leigas e leigos são a esperança da Igreja

Mestre em exegese bíblica assina artigo em que comenta os dados do Anuário Pontifício que "constata certo 'desequilíbrio pastoral', uma vez que há mais fiéis e menos pastores. O que fazer então? Uma das respostas vem do próprio laicato", afirma João Luis. Igreja e congregações religiosas abrem cada vez mais espaço para os leigos viverem a vocação e contribuírem na vida e missão.

João Luis Fedel Gonçalves*

Nos últimos anos, a Igreja Católica vem observando um fenômeno que preocupa: a redução significativa no número de novas vocações sacerdotais e religiosas. Recentemente, a Santa Sé – jurisdição eclesiástica da Igreja e entidade soberana independente em Roma – divulgou o Anuário Pontifício de 2022, que revela uma redução no número de padres, bispos, religiosos e religiosas de maneira generalizada, ainda que com diferenças regionais.

Por outro lado, o Anuário Pontifício apresenta outro dado impactante: o número de católicos batizados no mundo aumentou 1,2% em 2020, ultrapassando os mais de 1,3 bilhões de fiéis ao redor do mundo. O documento, inclusive, constata certo "desequilíbrio pastoral”, uma vez que há mais fiéis e menos pastores.

O que fazer então? Uma das respostas vem do próprio laicato. Cresce o número de batizados que compreendem sua vocação e se comprometem com a vida e a missão da Igreja. Assumem tarefas e ocupam espaços nas comunidades e na sociedade. Em muitos lugares em que há falta de sacerdotes e religiosos, são a presença ativa e atuante da Igreja.

Em junho deste ano, por exemplo, o Papa Francisco promulgou, durante a Constituição Apostólica Praedicate evangelium, uma norma que autoriza a liderança de Leigos e Leigas nos dicastérios vaticanos, cargos que até então eram reservados aos bispos.  Essa medida mostra um sinal claro do Papa fortalecendo a participação efetiva do laicato na vida da Igreja e, também, nos espaços de decisão.

Muitas congregações e institutos religiosos têm feito o mesmo movimento de abertura. Há Leigas e Leigos que estão envolvidos com os carismas. Para isso, se organizam em associações, seguem itinerários formativos e fazem compromissos de viver a mesma espiritualidade e se engajar na missão.

O Instituto Marista, embora tenha sido iniciado pelos Irmãos Maristas, encontrou um jeito bonito de sinalizar esse novo momento. Em vários documentos e comunicações aparece a expressão “Maristas de Champagnat”. Quem são? Todas as pessoas que participam do mesmo carisma e missão: Irmãos, Leigas e Leigos, colaboradores, famílias, crianças e jovens. Ser Marista não é um privilégio ou uma função, mas um jeito de ser, um modo de enxergar o mundo, que aprendemos do fundador, Padre Marcelino Champagnat.

Até 2024, acontece em todo o mundo Marista, presente em 80 países, o Fórum Internacional sobre a Vocação Marista Laical. O objetivo é discutir o que significa ser Marista de Champagnat, refletir sobre as trilhas formativas e pensar formas de associação e de vida comunitária. Esse é um caminho que está sendo feito junto com os Irmãos Maristas, a partir do último Capítulo Geral do Instituto, em 2017. Naquela época, o Capítulo já previa: o futuro dos Maristas de Champagnat é um futuro de comunhão entre vocações religiosas e Laicais.

*João Luis Fedel Gonçalves é mestre em exegese bíblica e especialista em Identidade, Missão e Vocação na Província Marista Brasil Centro-Sul

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12 setembro 2022, 08:00