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Um veículo blindado das Nações Unidas (ONU) é visto perto da Embaixada da França e da Televisão Nacional em Ouagadougou, em 3 de outubro de 2022. Um veículo blindado das Nações Unidas (ONU) é visto perto da Embaixada da França e da Televisão Nacional em Ouagadougou, em 3 de outubro de 2022. 

Oração é a nossa resposta às armas, diz cardeal de Burkina Faso

“Nossa resposta a Kalashnikov é a oração. Isso significa que devemos intensificar nossas orações neste mês de outubro em favor da paz, em nosso país e em todo o mundo”, disse o cardeal arcebispo de Ouagadougou.

"A nossa resposta à Kalashnikov [AK-47, ou AK como é oficialmente conhecida] é a oração", afirmou o arcebispo de Ouagadougou, cardeal Philippe Nakellentuba Ouédraogo, por ocasião da abertura do Mês Missionário no domingo 2 de outubro.

“Queridos irmãos e irmãs em Cristo, no início de outubro, Mês Missionário, as Pontifícias Obras Missionárias propõem meditar sobre o seguinte tema: “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Mas como podemos testemunhar o amor e a misericórdia de Deus diante do terrorismo assassino que lança no desespero a vida cotidiana de homens e mulheres, vítimas diretas ou colaterais dessa violência injusta e inútil?”, pergunta o cardeal. “Nossa resposta à Kalashnikov é a oração. Isso significa que devemos intensificar nossas orações neste mês de outubro em favor da paz, em nosso país e em todo o mundo”.

O pronunciamento do cardeal Ouédraogo ocorre no contexto do golpe que derrubou a junta militar chefiada pelo tenente-coronel Paul Henri Sandaogo Damiba, que deixou Burkina Faso graças à mediação de líderes religiosos.

 

Em 24 de janeiro, Damiba derrubou o presidente democraticamente eleito Roch Christian Kabore, acusando-o de ser incapaz de garantir a segurança diante dos ataques cada vez mais frequentes de grupos jihadistas.

No entanto, 9 meses após o golpe de Damiba, a segurança em Burkina Faso se deteriorou ainda mais. As organizações terroristas se espalharam por cerca de 40% do país. Unidades do Exército foram atacadas nos últimos meses. As perdas sofridas causaram descontentamento entre os militares contra o governo.

Em 2021, Burkina Faso foi uma das regiões com maior número de mortos por ataques terroristas. O homem forte da nova junta militar, capitão Ibrahim Traoré, usou os mesmos argumentos para justificar a derrubada da junta anterior. Os massacres realizados pelos jihadistas enfraqueceram a posição de Damiba tanto no exército quanto na opinião pública.

Neste contexto, o cardeal Ouédraogo recorda que "perante os desafios do terrorismo e da instabilidade política, a Igreja, que está intimamente ligada ao mundo e à sua história, só pode ser sinal e testemunho de solidariedade promovendo um mundo de amor e de fraternidade".

*Com Agência Fides

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05 outubro 2022, 10:51