Sábado é dia de oração e jejum pelo diálogo entre Rússia e Ucrânia
Andressa Collet - Vatican News
Um dia de meditação, oração e jejum para pedir com força uma mesa de diálogo que leva a um cessar-fogo imediato da guerra na Ucrânia. Essa é a proposta para este sábado, 15 de outubro, feita pela Comunidade Papa João XXIII e dirigida a todas as pessoas de todas as confissões, preocupadas com a expansão do atual conflito.
A associação internacional fundadda por Pe. Oreste Benzi convida a promover iniciativas espontâneas de ação não violenta num pedido às instituições que façam todo esforço para apoiar a possibilidade de mediação entre as partes em conflito. O jejum é o primeiro instrumento de ação não violenta e, combinado com a oração, é uma ocasião importante para a comunhão e o crescimento espiritual nas principais religiões do mundo.
A voz comum à ONU
O presidente da associação, Giovanni Paolo Ramonda, comenta a iniciativa: "nós nos unimos à Assembleia das Nações Unidas para condenar a anexação de territórios ucranianos à Rússia. No entanto, a situação de escalada que estamos vivendo nestes dias é dramática, e acredito que as chancelarias ocidentais estão subestimando perigosamente o perigo da expansão do conflito. Até agora, a referência a armas cada vez mais devastadoras já entrou no léxico diário. Devemos voltar ao diálogo para o bem de toda a humanidade".
A Comunidade Papa João XXIII está presente na Ucrânia desde março deste ano, graças aos voluntários da Operação 'Colomba' do Corpo de Paz, que começaram a compartilhar suas vidas com pessoas que por opção ou necessidade não fugiram. Com várias iniciativas e através da rede de solidariedade #StopTheWarNow, 500 voluntários já se revezaram nas áreas de conflito na Ucrânia, ajudando a chegar na Itália e depois acolhendo mais de 1000 refugiados. Eles entregaram toneladas de ajuda humanitária e contribuíram para a construção de dessalinizadores de água na cidade de Mykolaïv.
Ninguém tem o direito de fazer a guerra
Alberto Capannini, a referência do grupo na Ucrânia, afirma que a iniciativa de jejum foi lançada "partindo do ponto de vista daqueles que conhecem a guerra: as vítimas, agora nossos amigos. Quem comanda uma guerra não está profundamente consciente de quanto sofrimento suas ações estão causando às pessoas que lhes são estranhas". Além disso, "pedimos negociações que partem de um contexto inalienável de justiça, porque é inaceitável se acostumar ao bombardeio de civis, à constrição de pessoas indefesas ao frio, à sede, à violência. Ninguém, nem mesmo as pessoas mais ricas e poderosas do mundo, tem o direito de fazer a guerra".
A proposta do jejum coletivo antecipa e prepara as iniciativas planejadas entre 21 e 23 de outubro pela rede Europa pela Paz, apoiada na Itália pela Rede Paz e Desarmamento da qual a associação internacional é membro. A comunidade vai participar das diversas iniciativas de paz planejadas nas próximas semanas, apoiando as manifestações nacionais unidas.
O material para meditação pessoal durante o jejum e as ferramentas para continuar a iniciativa não violenta deste sábado (15) estão sendo disponibilizados pela associação em seu site institucional: www.apg23.org.
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