Bispos da Argentina, México e Bolívia: realidade social e caminho sinodal
Vatican News
Esta semana, em curso as Assembleias plenárias dos bispos da Argentina, México e Bolívia, enquanto a do Episcopado do Paraguai acaba de ser concluída. No centro dos trabalhos, a análise da realidade social e religiosa dos respectivos países, as respostas que a Igreja é chamada a dar na evangelização e no caminho sinodal.
Argentina
"A pandemia não nos deixou com um mundo melhor, mas com uma nova pandemia de graves desequilíbrios e rupturas", enfatizou dom Oscar Vicente Ojea, presidente do Episcopado argentino, na homilia da missa que presidiu no primeiro dia de trabalhos da assembleia, que vai de 7 a 11 de novembro.
Tendo em mente que "a profunda divisão em que vivemos como sociedade é motivo de escândalo e de perplexidade para muitas pessoas", o arcebispo Ojea enfatizou que "o início do processo sinodal é uma tentativa da Igreja de construir unidade diante de um mundo cheio de desacordos, para curar as feridas da violência e dos confrontos".
Escuta, início de um caminho de diálogo e de encontro
Ele então insistiu sobre a escuta como "o início de um caminho de diálogo e de encontro", "como verdadeira acolhida", um desafio neste tempo de "fraturas profundas no corpo social".
O presidente da Conferência episcopal também convidou a refletir sobre o pedido dos discípulos a Jesus para aumentar sua fé: "sem fé é impossível olhar e compreender bem a realidade", sublinhou, insistindo que "a fé deve ser transmitida através de nossa presença, já que nossa proximidade é o principal instrumento evangelizador". Uma fé que ajuda a "perceber como o Espírito Santo guia sua Igreja".
Caminho sinodal
Os trabalhos da Assembleia, que reúne 96 bispos de todo a Argentina, além de 41 eméritos, 2 bispos eleitos e o núncio apostólico, dom Miroslaw Adamczyk, incluem uma análise da realidade sócio-cultural do país, a fim de fortalecer o acompanhamento pastoral.
Os bispos também discutirão o Caminho sinodal com um enfoque especial na pastoral juvenil e vocacional. Outros temas que serão analisados incluem aspectos relacionados à vida dos sacerdotes e o plano de formação para seminários, catequistas, textos litúrgicos e reforma econômica. Será reservado espaço para o trabalho das Comissões episcopais.
México
Os bispos do México também estão reunidos para sua Assembleia plenária, de 7 a 11 de novembro, que terá como marco de referência as experiências durante o processo sinodal nacional e seu impacto sobre a Igreja e a sociedade.
Uma atividade que procurou assegurar a continuidade do Projeto Pastoral Global, e na qual se inserem temas relativos à realidade do país, como a reconstrução do tecido social e eclesial, a promoção da participação cidadã, a construção da paz, o exercício da democracia e a experiência de liberdade em todas as suas expressões.
Entre as prioridades dos bispos encontra-se a proposta que está sendo construída na Igreja mexicana através dos chamados "Diálogos sociais para a paz", que no momento em que a nação está passando, constituem uma proposta com uma grande carga de esperança.
Bolívia
Todos os bispos das 18 jurisdições eclesiásticas da Bolívia foram convocados para a Assembleia da Conferência Episcopal que se realiza de 10 a 15 de novembro em Cochabamba.
O secretário-geral adjunto da Conferência Episcopal Boliviana, padre Diego Plá, explicou que a Assembleia tratará principalmente da realidade do país porque os bispos "estão muito preocupados".
Além da situação social e política, serão discutidas questões relacionadas ao trabalho pastoral e à evangelização, "para que possamos ser verdadeiramente uma Igreja missionária, em saída e evangelizadora, que está presente e proclama a palavra de Deus na realidade boliviana", enfatizou padre Plá.
Que os bispos estejam abertos à ação do Espírito Santo
A Assembleia também contará com a presença de vários relatores que abordarão os diferentes temas em discussão, todas as equipes de apoio da Conferência Episcopal Boliviana, e especialmente as quatro áreas de evangelização.
"Sobretudo, pedimos a todo o povo de Deus que reze para que os bispos estejam abertos à ação do Espírito Santo, e que a Assembleia seja um momento em que Deus esteja presente e atue através dos bispos", recomenda o secretário-geral adjunto.
(com Fides)
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