Dom Catelan: as reflexões da Comissão Teológica Internacional
Padre Pedro André, SDB – Vatican News
Na última quinta-feira, 24 de novembro, o Papa recebeu um grupo de 28 pessoas da Comissão Teológica Internacional (CTI), uma instituição cinquentenária que é fruto do Concílio Vaticano II. Estabelecida por Paulo VI em 1969, João Paulo II a descreveu em 1994 como um trabalho pós-conciliar de "estreita colaboração entre pastores e teólogos.
Na Sala do Consistório, no Vaticano, Francisco começou o discurso aos membros da CTI agradecendo pela "generosidade, competência e paixão" pelo serviço desenvolvido em 50 anos, inclusive superando as dificuldades impostas pela pandemia, ao trabalhar à distância. Um "compromisso renovado", salientou o Papa, desempenhado na esteira do Concílio, que "constitui a bússola segura para o caminho da Igreja".
Um dos membros desta Comissão é dom Antônio Catelan, bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Em entrevista ao Vatican News, dom Catelan disse que “após 2 anos sem encontros presenciais, por culpa da pandemia, a Comissão teve nesta semana a reunião plenária.” Sobre a metodologia de trabalho da Comissão, ele afirmou que “os membros foram divididos em 3 grupos, e cada grupo trabalha um tema. Em geral os temas são propostos pela Congregação para a Doutrina da Fé, pela própria Comissão Teológica e são aprovadas pelo Papa”.
Os temas escolhidos, para os trabalhos de cada grupo, são ligados as seguintes áreas: o primeiro é cristológico - “O Concílio de Niceia e a sua cristologia, o credo niceno, pois em 2025 será celebrado os 1700 anos da celebração deste Concílio, onde se fez a definição de que Jesus é consubstancial ao pai, a definição dogmática da natureza de Jesus”. O segundo tema, questões antropológicas atuais - “são grandes desafios que existem hoje em dia, postos pela tecnologia, pelas biociências, pelo pensamento contemporâneo e isso desafia a teologia, o nosso modo de compreender a pessoa humana, que é a antropologia teológica.” O terceiro tema, questões ligadas à ecologia à luz da teologia da criação: o pensamento ecológico hoje em dia é muito importante. Para a Igreja isso vem crescendo ao longo do século XX, até que no magistério do Papa Francisco, com a Encíclica Laudato si, assumiu um plano muito significativo e é um desafio para a humanidade neste momento, então para que a gente não simplesmente repita informações a respeito dos dados científicos, mas se tenha uma reflexão teológica a respeito disso, que já está sendo feita por muitos teólogos, mas a Comissão Teológica quer também se posicionar e dar uma contribuição nesse debate”.
Após o encerramento da reunião plenária, cada grupo dará continuidade nas reflexões, e em novembro de 2023 a Comissão se reunirá novamente para avaliar os trabalhos que foram feitos em cada grupo.
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