Pastoral da Sobriedade: transformando e resgatando vidas
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
“Nas reuniões semanais da Pastoral da Sobriedade, instituída em quase todas as Paróquias brasileiras, incutem-se, através do convencimento, as virtudes humanas e cristãs, base da serenidade e da sobriedade. Virtude é a disposição habitual e firme para fazer o bem. Permite à pessoa não só praticar atos bons, mas dar o melhor de si: tender ao bem, procura-lo e escolhe-lo na prática. As virtudes humanas são atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições habituais da inteligência e da vontade que regulam nossos atos, ordenando nossas paixões e guiando-nos segundo a razão e a fé. Facilitam, assim, e nos ajudam a ter domínio e alegria para levar uma vida moralmente boa. Pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem. As virtudes morais são adquiridas humanamente. São os frutos e os germes de atos moralmente bons; dispõem todas as forças do ser humano para entrar em comunhão com Deus.” Dom Fernando Areas Rifan - Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, Bispo referencial da Pastoral da Sobriedade no Regional Leste 1 da CNBB.
Na Diocese de Campos a Pastoral da Sobriedade está resgatando vidas. Com a Pandemia o serviço está sendo implantado em praticamente em todas as paróquias nos dois vicariatos. Um desafio de promover uma igreja em saída e presente nas periferias existenciais e geográficas. Neste tempo de pós-pandemia a pastoral começa a ganhar destaque na sociedade. O diácono permanente Luiz Kléber Paravidino ressalta a urgência em resgatar vidas e famílias que vivem nas dependências químicas e de tecnologias.
“A Pastoral da Sobriedade é um instrumento de Deus que, por meio da sua Igreja busca resgatar a dignidade humana dos dependentes de drogas, álcool e outras formas que escravizam e destroem vidas. Por meio da mensagem de Cristo Libertador, instrumentalizada por meio do Programa Vida Nova, vivenciado nas salas de auto ajuda, dependentes e familiares recebem do próprio Deus a oportunidade de retomar a uma vida nova sem drogas e sobriedade”, destaca o diácono.
Vitor Eduardo Souto Martins é um exemplo de superação e de encontrar na Pastoral da Sobriedade o resgate de sua vida. O jovem foi usuário de álcool e drogas e serve de exemplo. Recorda o sofrimento e as dores, bem como a alegria de sair das drogas com vida. Atualmente ajuda na missão da pastoral de cuidar e resgatar outros jovens.
Salvando vidas e resgatando dignidade
Com alto índice de jovens assassinados pelo tráfico de drogas a Pastoral da Sobriedade tem buscado ajudar no combate ao uso de drogas e salvar vidas e resgatando a dignidade. Um grande número de famílias sofre com esse problema. Ajudar no resgate e apoiar as famílias a buscarem ajuda nos grupos de auto ajuda e em comunidades terapêuticas. Para a Igreja é um desafio, mas uma missão.
Marcelo das Chagas Costa, Itaperuna destaca a necessidade e urgência de uma ação pastoral em defesa da vida e de apoio as famílias que sofrem com as drogas.
Superar desafios e valorizar a vida
” A PASTORAL DA SOBRIEDADE vem nos propor a libertação das dependências das drogas, ou o correto uso da liberdade que Deus nos deu: “Comportai-vos como homens livres, e não à maneira dos que tomam a liberdade como véu para encobrir a malícia” (S. Pedro - 1Pd 2, 16). “Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais” (São Paulo - Gl 5, 13). Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, bispo referencial da Pastoral da Sobriedade no Regional Leste 1 da CNBB.
Adailton Conceição, coordenador da Pastoral da Sobriedade, da diocese de Campos aponta para a necessidade de multiplicar a ação pastoral para ajudar a superar os problemas causados pela dependência química em favor de uma vida saudável. E compete a igreja avançar no cuidado e na proteção as famílias que sofrem com o flagelo das drogas.
Para o coordenador diocesano, Adailton Conceição além das drogas as dependências tecnológicas devem uma das preocupações das famílias de darem limites aos filhos no acesso as redes sociais e a internet que vem causando danos sérios a saúde mental de jovens e adolescentes.
“A pastoral da sobriedade além da dependência química e tecnológica, busca a levar a pessoa a ter uma cura interior, tentando buscar a fonte da dependência. É importante as famílias, terem paciência, buscar ajuda participando das reuniões de grupo de auto ajuda da pastoral da sobriedade é fundamental para entender o problema, essa doença da dependência química é terrível, por isso, buscamos sempre a prevenção”, declara Adailton.
Sobriedade e desafios pastorais
“A Pastoral da Sobriedade é uma escola de cristianismo, onde aprendemos a sermos cristãos verdadeiramente. Não importa a nossa dependência, mas saber que saímos com uma experiencia positivado cristão como deve agir. Nossa escolinha e cada semana temos uma aula e nunca podemos desistir.” – Lenita Nogueira Rangel – Fundadora da Pastoral da Sobriedade em Itaperuna.
No Município de Itaperuna, Noroeste Fluminense a Pastoral da Sobriedade teve desafios para a sua implantação em 2005 e um tempo de muitos desafios, em especial os preconceitos que associaram a pastoral a dependência química, mas seria positivo que todo cristão pudesse vivenciar os 12 passos e saber o que é ser cristão. Experiencia pessoal e pastoral, Lenita Nogueira Rangel, fundadora da Pastoral da Sobriedade, Itaperuna partilha experiencias, desafios e conquistas.
“Iniciamos em 2005 quando me mudei de Campos para Itaperuna, começamos na São José do Avahy e padre Rodrigo deu total apoio e iniciamos e nunca mais paramos. Foi muito difícil no início, mas temos resultados positivos, tivemos a parceria com a justiça, que enviavam como pena alternativa e muitos resgatados encontro com muitos deles. Agora dificultou muito, sem a justiça eles não nos procuram, mas continuamos atuando e ajudamos muitas famílias com dependentes”, declarou.
Lenita Rangel iniciou implantando em 2002 na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, I:OS, Campos dos Goytacazes e ajudou a fundar na Paróquia São Benedito também em Campos dos Goytacazes e ao retornar a Itaperuna inicia nova missão fundando a pastoral na cidade.
“Quando eu procurei a pastoral a minha filha tinha casado com um dependente de drogas. Cheguei pensar que tinha deixado o vício, mas descobrimos que continuava usando as drogas e foi um período muito difícil para mim e minha filha e a Pastoral da Sobriedade me ajudou muito e descobri que era uma pessoa doente e acabou perdendo a vida. Mas eu nunca deixei a pastoral que é uma oportunidade de ajudar a compreender o dependente químico e nunca podemos condena-los”, revela Lenita.
Tempo de cuidar: Sobriedade em tempos difíceis
“É urgente a implantação dessa importante pastoral em todas as nossas paróquias. Quantas famílias destruídas e atingidas pelo sofrimento de tantos filhos extraviados pelas drogas e outras dependências! Problema que se agravou com a recente pandemia. – Dom Fernando Areas Rifan – Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianey e Referencial da Pastoral da Sobriedade no Regional Leste 1.
Dom Fernando Areas Rifam, Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianey e Referencial da Pastoral da Sobriedade no Regional Leste 1 aponta que que 25% da população brasileira está, direta ou indiretamente, ligada ao fenômeno das drogas, e que cada vez mais cedo os adolescentes entram em contato com elas, carregando consigo, em média, quatro outras pessoas, chamadas de codependentes, membros da família e amigos, a Pastoral da Sobriedade, instituição da Igreja do Brasil, como uma atuação especial diante desse problema, vem prestando nesse setor imenso benefício à sociedade, como ação concreta na prevenção e recuperação da dependência química.
“Trata-se de uma ação pastoral conjunta que busca a integração entre todas as Pastorais, Movimentos, Comunidades Terapêuticas, Casas de Recuperação para, através da pedagogia da fé e da ciência, usando a terapia de grupo, resgatar e reinserir os excluídos, conduzindo a uma mudança de vida através da conversão. A Pastoral da Sobriedade nos propõe a libertação da dependência das drogas, do álcool, dos vícios, das manias, das compulsões e pecados, ajudando a resgatar valores, numa transformação de vida e valorização da pessoa humana. Como Bispo referencial dessa Pastoral no Estado do Rio de Janeiro, desejo que se institua em todas as paróquias essa benéfica instituição da Igreja”, considera dom Rifan.
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