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Equipes de resgate trabalham no local de um ataque militar russo, enquanto o ataque da Rússia à Ucrânia continua, em Zaporizhzhia, Ucrânia, 6 de novembro de 2022. REUTERS/Stringer Equipes de resgate trabalham no local de um ataque militar russo, enquanto o ataque da Rússia à Ucrânia continua, em Zaporizhzhia, Ucrânia, 6 de novembro de 2022. REUTERS/Stringer 

Superior dos Albertinos testemunha ataque com mísseis perto do mosteiro em Zaporizhia

"Entre duas e três da manhã houve cerca de dez explosões no bairro onde está localizada nossa casa, algumas estrondosas. As janelas e paredes da nossa casa tremeram. Mais tarde, soubemos que um prédio de sete andares localizado nas proximidades havia sido destruído. Mais de uma dúzia de civis foram mortos e cerca de cinquenta feridos", contou à ACS frei Franciszek Grzelka

O superior geral da Congregação dos Frades Albertinos, Fr. Franciszek Grzelka, originário da Polônia, visitou recentemente seus irmãos em Zaporizhia, no sul da Ucrânia, com um carregamento de mantimentos. Lá, os Albertinos administram um refeitório e uma padaria, além de um abrigo para os sem-teto. Durante sua visita, ele testemunhou um ataque de mísseis perto da casa dos frades.

Em uma conversa com a fundação de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), Grzelka relatou que “na última noite de nossa visita, testemunhamos ataques de mísseis. Entre duas e três da manhã houve cerca de dez explosões no bairro onde está localizada nossa casa, algumas estrondosas. As janelas e paredes da nossa casa tremeram. Mais tarde, soubemos que um prédio de sete andares localizado nas proximidades havia sido destruído. Mais de uma dúzia de civis foram mortos e cerca de cinquenta feridos."

Como explicou o superior geral, este não foi o único ataque: “Houve vários alarmes antiaéreos durante o dia e a noite, mas não ouvimos nenhuma explosão na área do nosso mosteiro. Meus colegas me informaram que nos dias anteriores à minha chegada, o outro lado da cidade, onde fica o refeitório, havia sido bombardeado com mísseis e drones. O irmão Euzebiusz nos disse que os ataques ocorreram principalmente à noite, mas que também houve explosões perto de onde serviram a comida, por volta das 10 da manhã. Felizmente, nenhuma das pessoas necessitadas que vieram comer ficou ferida.”

Segundo Grzelka, a distribuição de mantimentos no centro da cidade, a que assistiu durante a sua visita, é frequentada regularmente por cerca de 1.300 pessoas. A maioria são mulheres com seus filhos, mas também muitos homens buscam ajuda. O frade explicou à ACN que “a distribuição foi pacífica. Alguns dos necessitados eram sem-teto que vêm até nós há anos, outros são pessoas que precisam de ajuda de caridade por causa da guerra, pois os preços nas lojas subiram muito e há pouco trabalho.” Além disso, disse ele, há em Zaporizhia um grande grupo de pessoas deslocadas das áreas do sul da Ucrânia ocupadas por tropas russas. “Os russos estão a cerca de 50 km da cidade desde o início de março; portanto, a frente está próxima, mas a cidade está em mãos ucranianas. 80% da província de Zaporizhia está ocupada, Putin também realizou referendos fictícios para incorporá-la 'no papel' à Federação Russa. Desde então, os ataques de mísseis à cidade aumentaram consideravelmente.”

A ACN apoia há anos o trabalho dos frades Albertinos na Ucrânia, por exemplo, através de bolsas e apoios em massa, financiando veículos e reformando suas casas.

Segundo Grzelka, a Congregação dos Albertinos, originária da Polônia, vem organizando desde o início da guerra transportes de alimentos e outros bens necessários, como geradores e suprimentos médicos para seus centros na Ucrânia. “Transportamos uma vez por mês com dois caminhões pequenos. Desde o início da guerra, o número de pessoas necessitadas aumentou muito: antes, cerca de 150 pessoas usavam nossos serviços, enquanto em maio já eram 700 pessoas que vinham à nossa cantina e padaria. Quando o número aumentou para mais de 1.000 pessoas, as autoridades municipais decidiram que a área ao redor do refeitório era um lugar muito perigoso para um grupo tão grande, então nos designaram um novo local para servir comida. Lá, nossos irmãos começaram a distribuir pão e alimentos como conservas para os sem-teto e outros alimentos para quem tem casa e pode preparar suas próprias refeições em casa.”

Quando questionado sobre sua avaliação da situação atual, Grzelka sublinhou: “Como Albertinoss, não nos concentramos em análises políticas ou militares. Rezamos pela vitória da Ucrânia, pela conversão do agressor e pela paz neste país atormentado. Enquanto for possível, queremos estar perto das pessoas e agir de acordo com o nosso carisma para ajudar os necessitados, que são muitos neste momento. Somos muito gratos a todos que apoiam nosso trabalho tanto em Zaporizhia quanto em Lviv."

A Congregação dos Frades Albertinos é uma pequena Congregação polonesa fundada em 1888 por Santo Alberto Chmielowski e pertencente à família religiosa franciscana. Atualmente, eles têm 34 frades em um total de seis casas na Polônia e na Ucrânia, e sua casa mãe está localizada em Cracóvia, Polônia. Na Ucrânia, a Congregação está presente em Lviv e Zaporizhia. O carisma dos Albertinos é servir os pobres e especialmente os sem-teto, com ênfase especial na pastoral para esses sem-teto. Assim, os homens nos centros de acolhimento são ensinados a viver de acordo com o Evangelho: rezam juntos, assistem à Santa Missa e se esforçam para colocar suas vidas em ordem. Segundo os frades, geralmente são homens abandonados por suas famílias que perderam o controle de suas vidas. O objetivo é ajudá-los a "encontrar significado em suas vidas novamente".

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10 novembro 2022, 07:04