Militares russos prendem mais um sacerdote no sul da Ucrânia

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

O bispo auxiliar do Exarcado arquiepiscopal de Donetsk, Dom Maksym Ryabukha, denunciou em entrevista à TV2000 dos bispos italianos a prisão de mais um sacerdote por forças russas no sul da Ucrânia. Em 16 de novembro, de fato, dois sacerdotes já haviam sido presos em Berdyansk.

“Depois da celebração da Missa - disse ele -, alguns soldados russos entraram na paróquia e depois de terem desrespeitado os católicos, a oração e seu encontro, capturaram e levaram para um lugar desconhecido o P. Oleksandr Bogomaz, o jovem pároco de Melitopol”. O sacerdote foi retirado à força da igreja, observou Dom Maksym.

Em 1° de dezembro, o arcebispo greco-católico de Kiev, Sviatoslav Schevchuk, fez um apelo especial a todos que o acompanham suas reflexões diárias, em particular às organizações internacionais de direitos humanos, aos serviços democráticos:

Em 16 de novembro, na cidade de Berdyansk, as autoridades de ocupação prenderam dois de nossos sacerdotes, dois hieromonges: o padre Ivan Levytskyi e o padre Bohdan Heleta. Esses dois sacerdotes decidiram ficar com sua gente mesmo nos territórios ocupados. Eles serviram tanto às comunidades greco-católicas quanto às comunidades católicas romanas, para dar uma luz de esperança àqueles que se encontravam sob a ocupação russa.

Após a prisão, denunciou o arcebispo greco-católico, os militares russos levaram armas para dentro da igreja, para assim poder acusar o sacerdote por porte ilegal de armas.

Ademais, no dia 30 de novembro, o religioso recebeu informações de que os sacerdotes estavam sendo "torturados sem piedade". "De acordo com os métodos clássicos de repressão stalinistas - afirmou Schevchuk - deles são extraídas confissões de crimes que não cometeram. De fato, nossos dois heroicos pastores são diariamente ameaçados de morte sob tortura":

Peço a todos os que me ouvem, antes de mais nada, dirigindo-me àqueles que hoje os atormentam e torturam, que procedam à sua libertação imediata, pois são sacerdotes de Cristo e são inocentes de qualquer culpa. Na verdade, eles são culpados de amar seu próprio povo, sua própria Igreja, as pessoas confiadas aos seus cuidados.

O arcebispo dirigiu então um apelo "aos representantes diplomáticos, às organizações internacionais de direitos humanos, para que façam todo o possível para salvar a vida desses pastores heróicos! E peço a todos os fiéis da nossa Igreja na Ucrânia e nos assentamentos, todos os cristãos, todas as pessoas de boa vontade que rezem pela salvação destes nossos heróicos sacerdotes".