Missionários Redentoristas: Centenário de presença na Diocese de Campos
Ricardo Gomes – Diocese de Campos
“Em 1923 Campos era uma cidade de 60 mil habitantes, onde os católicos tinham pouca assistência espiritual, sendo assim um território apropriado para os Missionários que Santo Afonso fundou para atender os mais abandonados. Os cinco primeiros confrades chegaram em 25 de janeiro de 1923, fixando residência junto à igreja de São Francisco da Rua Treze de maio. Além de atender pastoralmente a cidade, eles começaram a pregar Missões em toda a Diocese recém-fundada. ”– Padre José Raimundo Vidigal
Em 1923 chegava à Diocese de Campos os primeiros Missionários Redentoristas, que se instalaram na Igreja São Francisco até que construíram o Convento e logo em seguida a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Iniciava uma missão que transformava toda a realidade eclesial na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ). E 100 anos após o Santuário da Mãe do Perpetuo Socorro é uma referência na ação social de serviço para dar dignidade aos pobres.
Os Redentoristas trouxeram a Campos dos Goytacazes a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, uma devoção que se renova a cada ano, reunindo devotos para oração e para a missão evangelizadora. Missão e serviço através das Pastorais Sociais que acolhe e cuida dos vulneráveis da sociedade. Vida e dignidade que revela uma igreja samaritana
Comunicar o Evangelho e transformar Vidas
“Eu poderia te dizer tantas coisas, contar mil histórias cheias de palavras difíceis, mas eu prefiro dizer da simplicidade dos dias, da vida que se aninha entre suas paredes, da beleza dos seus vitrais iluminados pelo sol da manhã. Prefiro falar das festas da nossa Padroeira, das noites de Natal, das semanas Santas. Prefiro falar dos encontros maravilhosos com o Cristo em cada uma das celebrações…
Eu poderia te dizer tantas coisas mais, mas fico com o que me causa encantamento e me ajuda a ser melhor … – Jércia Gomes – Missionária Leiga.
Nestes 100 anos de presença os Missionários Redentoristas comunicaram o Evangelho e ajudaram a formar um laicato maduro que assume a missão de ser presença numa sociedade plural e marcada por dores e falta de cuidado com os mais vulneráveis. Com a Pandemia a Pastoral Social promoveu ações de cuidado com os pobres.
Através das pastorais sociais os pobres e descartados são acolhidos e recebem o cuidado. No ano passado a Pastoral Afro-brasileira conseguiu dar dignidade a jovens afrodescendentes e pobres dando condições de acesso as instituições de ensino públicas e privadas. O resultado foi a aprovação nos vestibulares.
A Mãe do Perpétuo Socorro: Devoção que une gerações
A devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro une gerações que a cada dia agradecem e pedem a intercessão maternal da Virgem. Em tempos de Pandemia as orações do terço diante dos hospitais foi uma força que alentou aos enfermos. Tânia Maria Ferreira da Silva relata sua experiência e o surgimento de um grupo que durante a Pandemia rezava levando a Mãe do Perpétuo Socorro para confortar pacientes internados com o Covid 19.
“Tenho o costume de me aproximar dos pacientes para consolar, animar e dizer que Deus está ciente do que estão passando, pois, a mãezinha já falou com ele e nós estamos em oração por eles. Recordo de um paciente que se aproximou e nos disse para que rezasse no naquele momento e rezamos. Parecia que duvidasse. E dessa experiência no Hospital Ferreira Machado surgiu o grupo que rezava na frente de todos os hospitais onde estávamos pacientes infectados pelo Covid 19”, revela Tânia.
A devoção à Mãe do Perpétuo Socorro une gerações que participam todas as terças feiras da Novena Perpétua a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Momentos para agradecer, mas de pedir a intercessão da Virgem. Diante do ícone os devotos se ajoelham e depositam suas suplicas e pedidos.
Na Casa da Mãe do Perpétuo Socorro lugar de acolher e cuidar. Jovens assumem a missão de evangelizar seguindo os passos de Santo Afonso, fundador da família Redentorista.
Uma das dimensões dos Redentoristas é a missão de evangelizar e ajudar os pobres a terem vida e dignidade. Uma missão que é estendida aos leigos que auxiliam na ação solidaria no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Uma presença centenária que busca unir fé e cuidado dos pobres e vulneráveis. A irmã Vanusa da Silva Fortunato, da Congregação das Missionárias de São José é testemunha dessa ação dos Redentoristas na Diocese de Campos.
“Celebrar cem anos da presença dos Redentoristas em Campos é sinal de gratidão a Deus pelo trabalho pastoral realizado por eles ao longo desses anos essa presença é uma riqueza para a nossa cidade esse trabalho em conjunto com o bispo e os sacerdotes diocesanos. Os Redentoristas anunciam a copiosa redenção e trouxeram para nós a devoção a Mãe do Perpétuo Socorro com eles aprendemos que a Mãe nos socorre em todos os momentos de nossa vida. Fazer parte dessa comunidade para mim é uma riqueza a minha vocação nasceu neste solo santo onde fui catequizada, minha conversão aconteceu aqui. Sou ex aluna da escola sagrada família. Fiz parte do coral da missa das crianças, fiz parte do grupo jovem mojoc e hoje como religiosa faço parte de algumas pastorais. Conviver com os Redentoristas para mim é um grande aprendizado é estar próximo do Redentor. Hoje no meu coração o sentimento que tenho é gratidão por fazer parte dessa história”, relata irmã Vanusa.
Histórias transformadoras na vida de jovens que aprenderam a viver os valores cristãos na Escola da Mãe do Perpétuo Socorro. Lucas Nunes Soriano destaca o itinerário de fé e de espiritualidade que fez no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Exemplo de cuidado, cidadania e de vivencia dos valores cristãos, éticos e morais que acompanha a vida do jovem aluno do Curso de Comunicação Social.
“Minha participação no Santuário do Perpétuo Socorro junto aos Missionários Redentoristas sempre foi muito marcante em minha vida. Minha primeira atuação foi no ano de 2005, na catequese infantil. Durante os estudos para a Primeira Comunhão no ano de 2007 fiz minha inscrição para servir nas missas como coroinha, e, assim, fui me apaixonando cada vez mais das pastorais do Santuário. Ao longo do tempo participei de alguns movimentos: Grupo de Reflexão, Grupo Jovem, Pastoral da Liturgia. Em 2016, ingressei no Seminário Santo Afonso, Juiz de Fora/ MG onde fiquei alguns meses me aprofundando no carisma redentorista. Ainda em 2016 no mês de julho retornei a Campos. A presença redentorista é tão forte em meu caminho que o meu primeiro emprego foi na Congregação Redentorista, em que faço parte como colaborador até hoje. Também sou Ministro Extraordinário da Distribuição da Sagrada Comunhão, nas missas no Santuário”, reflete Lucas.
Fotos : Jércia Gomes
Vídeos: Jércia Gomes e Lucas Soriano
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