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Schevchuk: queremos ser livres para estar à disposição de Deus e fazer o bem

"Hoje no Dnipro, a nossa Jordânia ucraniana, desde as fronteiras com a Belaruss, passando por Kiev e até ao Mar Negro, ouve-se uma voz, a voz de quem clama no deserto - deserto da guerra, deserto trazido com a devastação e maldade do invasor, - a voz que invoca a liberdade, a voz que anuncia a boa nova, a voz que nos prepara para o encontro com Cristo que está para vir ao Jordão."

Cristo nasceu!

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, hoje é 15 de janeiro de 2023 e na Ucrânia é o 326º dia da grande guerra em grande escala que o ocupante e invasor russo trouxe para nossa terra martirizada.

Hoje, a Ucrânia está se recuperando do enorme ataque de foguetes de ontem. Segundo as notícias desta manhã, 57 mísseis de vários tipos foram disparados ontem contra a Ucrânia. A cidade de Kyiv e sua região, as regiões de Dnipropetrovsk e Zaporizhzhia e Kharkiv, e as regiões de Vinnytsia, Lviv e Ivano-Frankivsk foram bombardeadas. A maior tragédia aconteceu na cidade de Dnipro: o míssil russo X-22, chamado de "assassino de porta-aviões", atingiu um grande prédio de apartamentos. Esse foguete, planejado pelos mesmos construtores para batalhas navais, foi usado contra civis. As operações de resgate em Dnipro duraram a noite toda. Ainda há pessoas sob os escombros. No momento, sabe-se que pelo menos 18 pessoas morreram, embora com o andamento dos esforços de resgate o número de mortos aumente. Cerca de 100 pessoas ficaram feridas. O Dnipro anunciou três dias de luto e todos nós lamentamos os mortos e rezamos por esta cidade heróica.

Novamente na linha de frente, estão em andamento pesados combates. Está em chamas o chamado "arco" de Luhansk-Donetsk. Pesadas batalhas  são relatadas perto de Bakhmut e Soledar, e perto de Kreminna.

Mas neste dia, nesta manhã de domingo, queremos agradecer a Deus e às Forças Armadas da Ucrânia por sobrevivermos, por estarmos vivos e podermos hoje, neste domingo, estar diante da face de Deus e rezar pela vitória da Ucrânia. Agradecemos ao Senhor Deus pela vida, bem como pelo dom da salvação e pelo presente de um novo dia para nossos militares, moças e rapazes. Rezamos por nossos socorristas, por nossos médicos, por nossos trabalhadores da energia que ontem e hoje trabalham, consciente e heroicamente, salvando vidas e fornecendo aos pacíficos cidadãos da Ucrânia os meios necessários para sobreviver nesta estação fria.

 

Queremos que o mundo inteiro nos ouça neste domingo, queremos dizer a todas as pessoas de boa vontade: a Ucrânia resiste! A Ucrânia luta! A Ucrânia reza!

Segundo os nossos ritmos litúrgicos, hoje a nossa Igreja inicia o período pré-festivo da Epifania no Jordão. Este domingo é chamado de domingo antes da Epifania. Ou seja, os ritmos litúrgicos centram a nossa atenção na preparação para o encontro com Cristo no Jordão, na Epifania do Jordão durante o Batismo do nosso Salvador.

Hoje, o trecho do Evangelho deste domingo apresenta aos nossos olhos a figura de João Batista, que o evangelista Marcos chama de "a voz do que clama no deserto". Obviamente, citando o profeta Isaías, Marcos tem em mente o evangelista que volta da Babilônia a Jerusalém e anuncia a boa nova de que o cativeiro acabou, que Deus destruiu aquele grande império que deportou os israelitas de sua terra. O Senhor Deus libertou seu povo da escravidão assíria. E é claro que hoje o tema da libertação prevalece na nossa leitura espiritual, na escuta do Evangelho. O tema da libertação do homem do pecado e da morte, da libertação do homem da perdição eterna no mistério do Batismo é hoje aquela voz que, através de João no deserto, chama o homem moderno ao arrependimento, à verdadeira liberdade.

Hoje a palavra "liberdade" é tão desvalorizada quanto a palavra "amor" ou a palavra "paz". Hoje, na Ucrânia, mais do que nunca, sentimos que estamos pagando um preço muito alto pela liberdade. Não basta ser livres da escravidão. É preciso ser livre para alguma coisa. E hoje queremos ser livres para estar à disposição de Deus, sempre dizendo "não" à escravidão russa. Estar livres para fazer o bem. A fim de proteger a vida humana. Na verdade, hoje o ocupante russo está matando ucranianos porque eles disseram "não" à escravidão russa, imperial e comunista.

E hoje no Dnipro, a nossa Jordânia ucraniana, desde as fronteiras com a Belaruss, passando por Kiev e até ao Mar Negro, ouve-se uma voz, a voz de quem clama no deserto - deserto da guerra, deserto trazido com a devastação e maldade do invasor, - a voz que invoca a liberdade, a voz que anuncia a boa nova, a voz que nos prepara para o encontro com Cristo que está para vir ao Jordão.

Deus abençoe a Ucrânia! Deus, cure nossas feridas com o poder da graça do Espírito Santo. Deus, Tu que nos revelaste a tua paternidade no Jordão, revelaste-te a nós como Deus Pai em seu Filho Jesus Cristo, e nos darás a adoção divina pelo mistério do Batismo com o poder e a graça do Santo Espírito. Tu és o Deus da liberdade. Ajuda-nos a resistir nesta batalha leal de testemunho cristão, neste deserto moderno da humanidade. Deus, abençoe a Ucrânia com Sua paz celestial!

Que a bênção do Senhor esteja sobre vocês por meio de Sua graça e amor pela humanidade, agora e para todo e sempre, amém!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Svyatoslav+

Pai e Primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana
15.01.2023

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