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Pessoas fazem fila do lado de fora de um escritório de imigração enquanto esperam para solicitar um passaporte, em Porto Príncipe, Haiti, 17 de fevereiro de 2023. REUTERS/Ralph Tedy Erol Pessoas fazem fila do lado de fora de um escritório de imigração enquanto esperam para solicitar um passaporte, em Porto Príncipe, Haiti, 17 de fevereiro de 2023. REUTERS/Ralph Tedy Erol 

Nenhuma notícia de sacerdote claretiano sequestrado no Haiti, país à beira do caos

O assassinato do presidente Jovenal Moïse em 2021 não fez outro senão agravar a crise política e econômica da ilha caribenha, já martirizada por terremotos devastadores e furacões. Gangues armadas disseminam violência, obrigando escolas a fecharem suas portas.

Fome, violência, cólera, total instabilidade política. Esta é a situação atual do Haiti, uma nação que parece destruída, sem instituições, com uma população faminta e gangues armadas dominando com violência o cenário urbano.

A crise política e econômica se agravou após o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021 e com os protestos da população contra o alto custo de vida e a insegurança social. Enquanto não diminuir a violência desenfreada das gangues, é pouco provável que sejam convocadas novas eleições. 

Em 2022, o país viveu um impasse político, aumento dos preços do gás e da água e uma onda de violência das gangues com sequestros e mortes. Um dos últimos sequestros de que se tem notícia é o do padre Antoine Macaire Christian Noah, missionário claretiano, e do qual ainda não se tem notícias desde 7 de fevereiro passado. 

Escolas e outras instituições educacionais também estão em colapso desde que passaram a ser alvo das gangues criminosas. No início de fevereiro, de fato, cerca de 30 escolas foram fechadas devido à violência nas áreas urbanas do país. Mais de um quarto das instituições de ensino fecharam desde outubro de 2022. Isso só aumenta a possibilidade de crianças serem recrutadas por grupos armados.

A dimensão das necessidades humanitárias, entretanto, é alarmante. O Haiti hoje tem uma população de cerca de 12 milhões. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA), a fome atingiu níveis catastróficos, ou o nível 5, o mais alto na Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar em Cité Soleil, a maior comunidade de Porto Príncipe, capital do Haiti.

Segundo a última análise da Classificação, conhecida como IPC, um recorde de 4,7 milhões de pessoas estão atualmente enfrentando fome aguda, nível 3 ou mais alto, incluindo 1,8 milhão de pessoas em Fase de Emergência, nível 4, e pela primeira vez no Haiti, 19 mil pessoas estão em Fase de Catástrofe, nível 5.

Em Cité Soleil, o aumento da insegurança alimentar preocupa nos últimos três anos. Atualmente, 65% de sua população, especialmente os mais pobres e vulneráveis, estão nos mais altos níveis do IPC, com 5% em necessidade urgente de assistência humanitária.

Já o cólera matou mais de 457 pessoas, com outros 22.500 casos suspeitos. Mais de 155.000 pessoas estão deslocadas, principalmente como resultado da violência de gangues.

*Com informações da Agência Fides

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28 fevereiro 2023, 08:41