População de Aleppo busca refúgio na Igreja de São Francisco
Marco Guerra - Cidade do Vaticano
O norte da Síria é uma das áreas do país mais devastadas pelos 12 anos de conflito e em Aleppo a destruição causada pelo terremoto se soma àquela - ainda presente - devido aos bombardeios. A população civil experimentou este terremoto com ainda mais medo e terror do que durante o período dos bombardeios, como contou ao Vatican News o padre Bahjat, pároco da Igreja latina de São Francisco em Aleppo. Na primeira noite após o terremoto, a paróquia acolheu quase 500 pessoas, entre idosos, crianças e famílias amedrontadas que, como outras da cidade, se refugiaram na Igreja por serem consideradas estruturas mais sólidas do que as suas "casas frágeis gravemente danificadas". ".
2000 refeições quentes para toda a comunidade
“Não temos colchões e cobertores para todos e essas 500 pessoas dormiam nas cadeiras e bancos – diz o padre – ainda lhes demos o que precisavam, para comer e beber. Os tremores diminuíram, mas agora precisamos avaliar os danos e ver quantas pessoas não poderão voltar para suas casas”.
Pe. Bahjat então aponta que as condições climáticas muito duras, com chuva forte e frio, não estão ajudando no trabalho de socorro. Neste contexto - continua o pároco - a paróquia de São Francisco está de portas abertas para todos, só ontem distribuiu cerca de 2.000 refeições quentes, das quais quinhentas foram enviadas para as áreas mais afetadas que são Aleppo Leste, onde há um tipo de construção mais frágil. "A distribuição das refeições continuará enquanto conseguirmos", assegura o sacerdote.
Danificados os campanários da Igreja de São Francisco
A igreja de São Francisco em Aleppo realizou recentemente a restauração da cúpula, danificada pelos bombardeios durante os anos mais sangrentos da guerra. O terremoto agora danificou "seriamente" as duas torres sineiras, mas a estrutura geral da igreja parece ter resistido bem ao impacto do tremos. "Todos me dizem que não sentiram o pânico da noite passada, mesmo durante a guerra - sublinha o padre Bahjat - o choque foi muito forte e durou muito tempo, ainda há medo e todos dormimos ontem à noite com um olho aberto, os tremores estão diminuindo, esperemos que o pior já tenha passado, esta manhã as pessoas foram verificar os danos em suas casas".
A visita do núncio
Nestas horas, o sacerdote sírio está recebendo muitos telefonemas de todo o mundo, de “amigos” que pretendem garantir ajuda às populações atingidas pelo sismo.
“O problema é que a construção do pós-guerra nunca começou, tudo está bloqueado pelo embargo que nos isola da comunidade internacional”, explica Bahjat, “não há investimentos, há muita corrupção e as pessoas continuam a emigrar, nenhuma solução vem de uma política de sanções”.
Enquanto a Igreja em todo o mundo Igreja na Sírias estão organizando a ajuda para chegar ao local, o pároco de São Francisco em Aleppo se encontrará com o núncio apostólico, cardeal Mario Zenari, que chegará de Damasco para mostrar proximidade à comunidade afetada: “Já avisaram que haverá uma série de encontros entre os bispos sírios e as realidades católicas para coordenar uma estratégia de intervenção”.
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