Quaresma no Sri Lanka: caminho entre provações, rumo à alegria plena

“O que estamos vivendo neste ano é uma Quaresma um pouco diferente dos anos anteriores, porque o Sri Lanka vive uma situação de grande sofrimento econômico, político, social e também moral. Vemos uma decadência dos valores morais, especialmente na vida política e naqueles que deveriam agir pelo bem comum: é uma situação muito desagradável e que nos faz refletir".

A declaração à Agência Fides é do pe. Basil Rohan Fernando, sacerdote da Arquidiocese de Colombo e diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM) na ilha do subcontinente indiano. “Muitos cidadãos, muitas famílias, inclusive católicos - recorda o sacerdote - encontram-se em situação de pobreza e não têm comida para se alimentar. Muitos vivem em um estado de privação e precariedade. Por isso a Quaresma para todos nós é um tempo de retorno a Deus e um tempo para experimentar as obras de misericórdia: procuramos passar tempo com Deus em oração e Adoração, celebramos a Via Sacra todas as sextas-feiras e fazemos gestos de caridade para com os necessitados, que são tantos”.

"Como sacerdotes e religiosos - observa o sacerdote - somos chamados a confortar os que sofrem e a dar não só alimento material, mas também espiritual. Neste sentido ativamos a rede nacional das Pontifícias Obras Missionárias nas dioceses, pedindo para celebrar uma especial Missa, todos os dias durante 40 dias, em apoio à população da nação que está sendo provada pela crise, para que o Senhor possa infundir a todos uma luz de esperança".

Padre Fernando conta que a Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma foi traduzida para a língua local e difundida em todas as comunidades "com a intenção de preparar nossos corações para celebrar com alegria a Ressurreição de Cristo". As palavras do Papa - afirma - "nos ajudam a viver em maior profundidada o nosso caminho espiritual, precisamente para aprender a viver a alegria também em momentos de provação".

Todos os fiéis católicos neste tempo, relata, “iniciam um caminho interior, pontuado por atos penitenciais, que é um caminho espiritual rumo à alegria plena. Dizemos aos fiéis: na nossa condição somos chamados a jejuar da tristeza para nos enchermos de gratidão a Deus e confiar nele. Devemos jejuar da amargura, do egoísmo e do rancor, para nos reconciliarmos com Deus e com o próximo e para saborear a alegria plena que só Deus nos dá”.

*Agência Fides