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Papa encontra famílias refugiadas na Sala Paulo VI - 18.03.2023 Papa encontra famílias refugiadas na Sala Paulo VI - 18.03.2023 

Catequese de Quaresma: “A Paz como presente”

O Santo Padre, em uma das entrevistas que foram lançadas recentemente disse que gostaria de receber a paz mundial como presente desse seus aniversário jubilar. De fato, não se esperava que o mundo entrasse, em tão pouco tempo, numa dinâmica de guerra.

Vatican News

No último dia 13 de março a Igreja celebrou os 10 anos da eleição ao Pontificado do Papa Francisco, assim como no próximo domingo, 19 de março, celebraremos o dia da sua Posse como Papa e Bispo de Roma. Esses 10 anos de Pontificado, sem dúvida, tem sido marcado pelas “surpresas de Deus”, como aponta o próprio Papa.

O Santo Padre, em uma das entrevistas que foram lançadas recentemente disse que gostaria de receber a paz mundial como presente desse seus aniversário jubilar. De fato, não se esperava que o mundo entrasse, em tão pouco tempo, numa dinâmica de guerra, polvilhada em guerras locais ou de nível mais internacional. Mas, sabemos que a guerra é a expressão mais horrenda das consequências do pecado no coração do ser humano.

Homem e mulher foram colocados no Paraíso (Gn 1,26-31;2,4b-25), porém instigados pelo diabo (o divisor), eles caíram na maior e mais funesta tentação: “sereis como deuses” (Gn 3,5). Hoje, não é difícil perceber que o ser humano continua sendo tentado a ser como deus, com o poder de a tudo poder subjugar aos projetos individuais ou de grupos. Tudo isso, levado ao extremo têm feito a humanidade cair em um caos assustador, cheio de morte e de dor. Bento XVI, em 2013, declarou que “quando se falsifica a relação com Deus com uma mentira, pondo-se no seu lugar, todas as demais relações são alteradas (...) o outro torna-se um rival, uma ameaça (...); o mundo deixa de ser o jardim no qual viver com harmonia, mas um lugar a explorar e no qual se ocultam insídias (...); a inveja e o ódio pelo outro entram no coração do homem” (Audiência 06/02/2013).

Quando o ser humano se torna ídolo de si próprio o que emerge é morte e dor. As guerras que o mundo está presenciando são uma amostra do que a comunhão do ser humano com um ídolo é capaz, porque é preenchida pela soberba e pelo orgulho. Porém, para além das guerras bélicas há muitas outras, movidas por ídolos no coração do homem; obra do diabo que divide e instiga os corações e as mentes, cria guerras interiores e exteriores naqueles que dialogam com a tentação. O tentador sabe quais as fraquezas de cada um e, astutamente, vai propondo a satisfação das necessidades individuais de modo prazeroso, mas amargas e ilusórias. Por isso mesmo, “estejamos atentos a não pôr a esperança no dinheiro, no orgulho, no poder e na vaidade, pois tudo isto não nos pode prometer nada de bom!” (Francisco, Audiência 11/06/2014).

Deveríamos pedir diariamente: “Não nos deixes cair na tentação” (Mt 6,13). Papa Francisco acrescenta que “é com esta última invocação que o nosso diálogo com o Pai celeste entra, por assim dizer, ao cerne do drama, ou seja, ao âmbito do confronto entre a nossa liberdade e as ciladas do maligno” (Audiência 01/05/2019). Nesta Quaresma, assistindo, ainda e com dor, o desenrolar de tantas guerras, cada um de nós deveria fazer um bom exame de consciência sobre como temos procurado viver aquilo que rezamos no Pai Nosso. Poderíamos nos perguntar: Há pecados de soberba na minha vida: irritação, resisto a perdoar, quero mais ser servido do que servir, trato com delicadeza e caridade os irmãos? Sou egoísta, guardando tudo só para mim? Procuro rezar por aqueles que me tenham ferido de algum modo? Essas são algumas, dentre tantas outras perguntas que nós podemos fazer.

O exame de consciência, diário, deve nos ajudar a perceber e procurar debelar as “pequenas guerras” que travamos em nós e entre nós, e fugirmos das tentações que o inimigo de Deus nos propõe. A Quaresma é tempo privilegiado para fazermos uma boa revisão de vida e colocarmos no centro Aquele que é a verdadeira Paz: Jesus Cristo. Fazendo assim, possamos, cada um pessoalmente, dar a Papa a paz como presente. Presente que, com certeza, o Santo Padre fará chegar ao coração de Deus.

Fortaleza, 20 de março de 2023

Pe. Rafhael Silva Maciel

Missionário da Misericórdia

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20 março 2023, 09:27