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Segundo as estatísticas da Fides, 18 missionários foram mortos em 2022 Segundo as estatísticas da Fides, 18 missionários foram mortos em 2022 

Duas missionárias, rostos dos mártires de hoje

Irmã Luisa Dell'Orto, morta no Haiti, em junho passado, e irmã Maria De Coppi, morta a tiros em Moçambique, em setembro. Suas vidas e suas histórias de dedicação e amor são o emblema do Dia dos Missionários Mártires celebrado neste 24 de março, dia em que foi assassinado, em 1980, em El Salvador, dom Óscar Arnulfo Romero Galdámez, o santo que foi a voz dos últimos e dos oprimidos.

Benedetta Capelli – Vatican News

Pequenas, mas com o coração cheio de Deus. Irmã Luisa Dell'Orto e irmã Maria De Coppi compartilham a força do Evangelho pregado com a vida e depois com o sorriso de quem confia no Senhor. Missionárias unidas pelo amor ao povo ao qual serviram e pela morte violenta ocorrida com meses de diferença. A irmã Luísa, Pequena Irmã do Evangelho, assassinada, no Haiti, em 25 de junho passado, e a irmã Maria, missionária comboniana, assassinada em Moçambique, em 6 de setembro de 2022, são o emblema do Dia dos Missionários Mártires celebrado nesta sexta-feira, 24 de março, sobre o tema “Sereis minhas testemunhas”. O dia foi instituído, em 1993, pelo Movimento Missionário Juvenil das Pontifícias Obras Missionárias.

O sangue dos missionários

De acordo com o dossiê anual da Agência Fides, 18 missionários foram mortos em 2022, dentre eles as duas religiosas italianas. O Dia tem como objetivo apoiar a missão da irmã Luisa dell'Orto, no Haiti, que animou o "Centro Kay Chal" em Porto Príncipe até o fim, destinado a cuidar e educar 300 crianças da periferia. "A semente lançada por Luisa não morre", disse Maria Adele Dall'Orto, irmã da religiosa. A religiosa também trabalhou em Madagascar, onde permaneceu até o ano 2000.

Irmã Maria, uma mulher que se tornou moçambicana

Ao lado do povo de Moçambique durante 60 anos, franca e sincera porque não escondia as dificuldades que vivia, uma mulher de espírito. É assim que pe. Loris Vignandel, missionário fidei donum da Diocese de Concordia-Pordenone, descreve a irmã Maria De Coppi, comboniana, nascida em 1939, morta na noite de 7 de setembro, no ataque terrorista à missão de Chipene, na província de Nampula, no norte do país africano. Ele também estava lá naquela noite na missão, junto com o padre Lorenzo Barro, que escaparam ambos do ataque. "Ela, disse ele, "foi certamente um belo testemunho de proximidade com aquela população". Uma mulher de fortes e grandes relações, aquelas que vividas na vida cotidiana. Honestamente, penso em meu coração que houve também a intercessão de irmã Maria naquela noite, muitos de nós estamos convencidos disso".

Uma morte, sublinhou pe. Loris, que gerou união, com a comunidade muçulmana se solidarizando com o ocorrido e com a população local cuidando dos sobreviventes. “O sangue dos mártires – acrescentou – é realmente semente para os novos cristãos”. Irmã Maria também viveu a guerra civil no país e estava convencida de que o pior já havia passado para ela. “Você vai ver – me dizia ela – vamos conseguir desta vez também. Não foi assim, mas selou a sua presença em Chipene entre os últimos ao dar o seu sangue”.

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24 março 2023, 13:52