Igrejas Orientais: em Jerusalém estão as nossa fontes
Vatican News
“Em Jerusalém estão as nossas fontes, e nós queremos continuar unidos e solidários com os irmãos e as irmãs que ali continuam a testemunhar o Evangelho”. Com estas palavras, o arcebispo Claudio Gugerotti reforçou em sua carta o pedido de ajuda a todos os fieis pelo sustento da Terra Santa.
A cada ano, a coleta realizada na sexta-feira Santa é direcionada à manutenção dos locais sagrados e para encorajar a presença cristã, por meio de atividades solidárias, como a manutenção das estruturas pastorais, educativas, assistenciais, sanitárias e sociais. Os territórios que beneficiam de várias formas de apoio da Coleta são os seguintes: Jerusalém, Palestina, Israel, Jordânia, Chipre, Síria, Líbano, Egito, Etiópia, Eritreia, Turquia, Irã e Iraque.
A coleta solidária
Em regra, a Custódia da Terra Santa recebe 65% da arrecadação, enquanto os 35% restantes vão para o Dicastério para as Igrejas Orientais, que os utiliza para a formação dos candidatos ao sacerdócio, sustento do clero, atividades educativas, formação cultural e subsídios às diversas circunscrições eclesiásticas do Oriente Médio. Durante séculos, a organização composta pela Ordem dos Frades Menores, se comprometeu a cuidar da conservação e revitalização dos lugares santos do cristianismo na Terra de Jesus e em todo o Oriente Médio.
Por ocasião do início do período quaresmal, o arcebispo dom Cláudio Gugerotti, prefeito para as Igrejas Orientais, escreveu uma carta para recordar e fazer um apelo à solidariedade. Em menção ao Papa Francisco, o arcebispo recordou que “o Santo Padre, no sulco de quanto sempre afirmado pelos seus Predecessores, também este ano encarrega o Dicastério para as Igrejas Orientais a reavivar o convite para permanecer solidário com a comunidade cristã da Terra Santa, como já fez o Apóstolo das Gentes, São Paulo, com a coleta organizada para a igreja de Jerusalém.”
O sofrimento da Terra
De fato, a Terra Santa tem sofrido com as guerras – como a que durou mais de 12 anos na Síria, e terremotos que continuam a assolar o território. O arcebispo fez memória também dos gestos de profanação sofridos recentemente na Igreja da Flagelação, ao longo da Via Dolorosa, em Jerusalém: “naquele Crucifixo mutilado somos convidados a reconhecer a dor de tantos dos nossos irmãos e irmãs que viram igualmente destroçados os corpos dos seus entes queridos sob as ruínas ou atingidos pelas bombas e a percorrer com eles, mãos nas mãos, a estrada da Cruz”, declarou.
Em relatório apresentado pela organização, os recursos recebidos no ano anterior serviram para restauração e manutenção dos locais sagrados, além de servirem a obras em benefício da comunidade carente local. Mais do que uma oferta, para Gugerotti o gesto material precisa ser acompanhando do desejo de manter viva a memória das origens.
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