Organismos do Povo de Deus: expressão da sinodalidade na Igreja
Padre Modino - Aparecida
Seus representantes insistem em que a Igreja do Brasil já vive essa sinodalidade, mas também reconhecem que o desafio é “fazer uma caminhada em conjunto, em sinodalidade”, dado que “não existe Igreja sem comunhão e sem sinodalidade”, segundo Moema Rodrigues Muricy, presidenta da Conferência Nacional dos Institutos Seculares do Brasil (CNISB). Se trata de “fortalecer essa experiencia”, insiste o padre André Luiz do Vale, presidente da Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP), de, seguindo o pedido do Papa Francisco fazer realidade “esse processo de escuta, de fala, de união, especialmente criar essa comunhão entre todos”, destaca o diácono José Oliveira Cavalcante, presidente da Comissão Nacional dos Diáconos (CND).
Uma sinodalidade que “é um desafio, mas é um belo projeto do Evangelho”, segundo a Ir. Elaine Cordeiro de Souza, presidenta da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). Uma necessidade de avançar que também destaca Gomes de Oliveira, presidenta do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, insistindo em que “essa sinodalidade já está acontecendo, essa assembleia aqui já traz quando nós já podemos participar, temos direito a voz, mas ainda é um passo longo que a gente precisa dar”, pois segundo ela “não dá para caminhar juntos com algumas restrições”.
Os institutos seculares do Brasil mostram sua adesão, comunhão, participação e agradecimento à Presidência da CNBB, pedindo “a continuidade desse caminho em favor de uma sociedade mais justa, mais fraterna nessa caminhada comum”. Um sentir presente entre os diáconos, que dizem ter “a obrigação de estar sintonizados com tudo aquilo que acontece na própria Conferência Nacional dos Bispos”. Isso porque a sinodalidade “é algo necessário para que as coisas da Igreja, ou de modo geral do mundo, consigam chegar a um ponto que seja bom para todos, fortaleça a nossa Igreja e nos conduza ao Reino de Deus”, enfatiza o presidente da CND.
Falar de sinodalidade é falar de comunhão, de participação, afirma a Ir. Elaine. A religiosa insiste em que “todos os organismos queremos ser o sinal visível do rosto da Igreja que Jesus quer”. Para isso se faz necessária “uma abertura maior”, pede Sônia Gomes de Oliveira, que ressalta que “o laicato está na base, ele consegue trabalhar, ele consegue fazer um papel organizativo nas paróquias, nas dioceses, mas quando chega no grande espaço de decisão, nós ainda não temos esse poder de decisão”.
Os presbíteros do Brasil, na voz de seu presidente, dizem que eles vão “fortalecer ainda mais essa realidade, seja caminhar junto com o povo de Deus, com os nossos bispos”. Mas eles também pedem ser escutados, “tanto pelos bispos quanto também pelo povo de Deus”. Uma sinodalidade a ser construída numa Igreja “que tem muitas tendências”, segundo a presidenta da CRB, que insiste em que “isso é muito bom, porque é a eclesialidad, é a universalidade da Igreja”. Uma sinodalidade que “vivemos com muita aproximação, tentativa de comunhão, abertura e acreditando que o Espírito, a Divina ruah, vai fazer a obra boa dela para bem dos pobres, para bem da Igreja”, ressalta a religiosa.
Sônia Gomes de Oliveira afirmou que o CNLB espera da Igreja, e da CNBB enquanto instituição, um maior fortalecimento do protagonismo dos leigos. Um sujeito eclesial que, em sua avaliação, está maduro, está nas comunidades e tem conseguido fazer coisas bonitas e, principalmente, está dando testemunho efetivo de Jesus Cristo na evangelização na Igreja no Brasil.
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