Sínodo: caminhamos num espírito de escuta e aprendizagem
Irmã Grazielle Rigotti, ascj - Vatican News
Foi concluída no dia 31 de março a consulta ao povo de Deus, iniciando-se o estudo da Etapa Continental do Sínodo sobre a sinodalidade. Assim, as sete assembleias continentais produziram documentos que foram entregues em fase anterior para que fossem o ponto de partida a um discernimento. De 12 de 19 de abril, um grupo de estudiosos, vieram dos cinco continentes para iniciar a reflexão para a elaboração do Instrumentum Laboris.
Relembrando o caminho da Etapa Continental
Na coletiva realizada nesta quinta-feira, 20 de abril, após breve introdução foi apresentado pela Irmã Nathalie Becquart, Subsecretária da Secretaria Geral do Sínodo, um breve histórico dos trabalhos da Etapa Continental, aberta no último 28 de outubro. A religiosa relembrou que na ocasião, a Secretaria Geral publicou um Documento para a Etapa que foi escrito após cuidadosa reflexão sobre os frutos da primeira etapa das sínteses de todas as Conferências Episcopais da Igreja Universal, assim como das Igrejas Orientais, e grupos como Institutos Religiosos, Movimentos de Leigos, entre outros.
Do mesmo modo, Ir. Nathalie relembrou que a Etapa Continental tem por objetivo incentivar a criação ou o fortalecimento dos vínculos das Igrejas vizinhas e, ao mesmo tempo, fomentar as relações entre a Igreja Universal e as Igrejas Particulares. Por isso, neste sentido, “em cada Assembleia Continental, alguns membros da Secretaria Geral vieram para participar deste "caminhar juntos", num espírito de escuta e aprendizagem da experiência das Assembleias Continentais para a próxima etapa do Sínodo.”
Dom Timothy John Costelloe, S.D.B., Arcebispo de Perth e Presidente da Conferência Episcopal Australiana, também partilhou sua experiência vivida durante o processo de construção do documento entregue pela Oceania, com todas as particularidades culturais, sociais e econômicas do continente. Segundo Dom Timothy, a diversidade acentuada nos documentos produzidos pelas diversas realidades eclesiais “aponta para um aspecto muito importante da sinodalidade, especialmente porque pensamos nela no contexto de uma Igreja global, universal: há mais de uma forma de ser a Igreja.”
A participação do "sexto continente"
Por sua vez, Pe. Lucio Adrián Ruiz, Secretário Geral do Dicastério da Comunicação, partilhou a experiência da escuta do “sexto continente”, ou seja, aquele digital. Afirmou que "foram os missionários e evangelizadores digitais que, atendendo ao chamado do Papa Francisco para realizar o Sínodo da Sinodalidade, com o objetivo de escutar o povo de Deus, discernindo no Espírito, que quiseram realizá-lo para alcançar todas aquelas pessoas que não participam das instituições da Igreja, mas que estão nas redes e que querem seguir este caminho da Igreja".
Destacou ainda o Secretário que "foi alcançada uma grande população, de todas as idades, especialmente entre 18 e 40 anos, e especialmente uma grande população jovem, entre crentes e não-crentes ou distantes da Igreja, interessados neste caminho".
“Descobrimos tantos missionários e evangelizadores em ambientes digitais, que fazem um trabalho muito importante com todos os tipos de pessoas; eles precisam ser acompanhados, ajudados, apoiados e treinados, para que possam viver sua fé e acompanhar seus seguidores, e assim caminhar juntos no mundo, que é um só, hoje presencial e digital", ressaltou ainda Pe. Lúcio.
Por fim, Padre Hyacinthe Destivelle, O.P., Oficial do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, falou sobre a relevância do Sínodo sobre a sinodalidade para o ecumenismo quando destacou que “o processo sinodal da Igreja Católica é uma contribuição para o movimento ecumênico. Sinodalidade e ecumenismo são de fato dois caminhos que têm um objetivo comum: um melhor testemunho dos cristãos de hoje, ‘para que o mundo creia’.”
O grupo de trabalho responsável pela avaliação da Etapa Continental e pela leitura dos Documentos Finais das sete Assembleias Continentais concluiu sua reunião hoje e confiou suas reflexões e discernimento ao grupo responsável pela redação do Instrumentum laboris. O documento está com sua entrega prevista para o final do mês de maio.
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