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Abertura do Sínodo Arquidiocesano Abertura do Sínodo Arquidiocesano 

Cardeal Tempesta abre o Sínodo Arquidiocesano sobre as Missões na Festa de Corpus Christi

O Sínodo, o segundo a ser realizado na arquidiocese, será um tempo intenso de escuta, diálogo e unidade sobre a missão, a fim de que se manifeste a presença de Jesus Cristo em todos os ambientes da cidade do Rio de Janeiro.

*Por Carlos Moioli

Na celebração da Solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo – a Festa de Corpus Christi, realizada na Catedral de São Sebastião, no dia 8 de junho, o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, abriu oficialmente o Sínodo Arquidiocesano para as Missões, que irá acontecer em três etapas até o dia 8 de junho do Ano Santo de 2025.

“Dentro da nossa celebração de Corpus Christi, estamos abrindo o Sínodo Arquidiocesano sobre as Missões com o desejo e um olhar para o futuro do que já fazemos, que é a missão permanente”, disse o arcebispo.

Antes da missa solene na qual os fiéis, devidamente preparados, receberam a Indulgência Plenária, aconteceu a Oração das Vésperas na Igreja da Candelária, iniciada às 15h, seguida de procissão do Santíssimo Sacramento pelas avenidas Rio Branco e Chile até a Catedral de São Sebastião. O ostensório usado na procissão é o mesmo do Congresso Eucarístico Internacional, realizado no Rio de Janeiro, em 1955.

Procissão de Corpus Christi
Procissão de Corpus Christi

Ao chegar ao início da entrada da Catedral, ainda na Avenida Chile, Dom Orani desceu do carro-andor e carregou o Santíssimo Sacramento passando pelos tapetes com temas eucarísticos, confeccionados pelas paróquias, pastorais, movimentos e organismos eclesiais. 

Na Catedral, a Igreja-mãe da arquidiocese, ao acolher os bispos auxiliares, vigários episcopais, reitores dos seminários, membros do Cabido Metropolitano, sacerdotes, diáconos, seminaristas, consagrados e o povo de Deus, Dom Orani evidenciou o sentido da solenidade.

“Cristo caminha conosco. Nossa caminhada é com Cristo presente e vivo no meio de nós. Ele caminha junto com o seu povo, assim como fez pelas estradas da Palestina. Caminha entre nós através do Sacramento da Eucaristia, mas também no dia a dia de nossa vida. Não nos deixa nem um momento de nossa vida, e a maneira de visibilizar sua caminhada conosco, no dia de Corpus Christi, é para lembrar que não estamos sozinhos”, disse.

Na sua mensagem, antes de dar a bênção com o Santíssimo Sacramento, o arcebispo lembrou que colocava nas mãos de Deus todas as intenções e necessidades da Igreja, do Santo Padre pela recuperação após a cirurgia que fez, da arquidiocese e do povo de Deus, de maneira especial, pelos que choram e passam por dificuldades.

“Que essa bênção chegue ao coração das pessoas que choram a perda de entes queridos, os que choram pela violência da cidade e vivem na insegurança e os que passam fome e por necessidades. Também pelas pessoas que fazem o bem e recebem o contrário, o mal em suas próprias vidas, e os que procuram encontrar caminhos e luzes para o seu coração e suas vidas”, completou.

Sínodos arquidiocesanos

 

O Sínodo, o segundo a ser realizado na arquidiocese, será um tempo intenso de escuta, diálogo e unidade sobre a missão, a fim de que se manifeste a presença de Jesus Cristo em todos os ambientes da cidade do Rio de Janeiro.

O primeiro Sínodo, convocado, presidido e promulgado pelo então arcebispo Dom Jaime de Barros Câmara em 1949, há 74 anos, teve por objetivo salvaguardar, por meio do Direito Canônico e Eclesiástico, os princípios morais do cristianismo.

Novos horizontes

 

Na homilia, Dom Orani lembrou que a arquidiocese tem experiências bonitas de missão, quer os padres que trabalham em outras dioceses dentro e fora do Brasil, ou as ações organizadas pela arquidiocese e pelas paróquias que envolvem consagrados e leigos, mas que é preciso alargar os horizontes para uma evangelização mais eficaz.

Oração das Vésperas
Oração das Vésperas

“Temos muitas paróquias e comunidades eclesiais que vivem a missionariedade, trabalham muito bem, mas precisamos dar passo maior para responder os desafios do mundo de hoje. No segundo semestre do Ano Vocacional Missionário que estamos vivendo, iremos trabalhar e fortalecer o tema das missões. É necessário e importante, mais do que memória bonita do que nós vivemos, e que tenhamos estruturas que nos ajudem a viver a missão permanente”, disse.

O arcebispo reforçou que o Sínodo deseja “trazer as várias experiências missionárias que existiram e existem e estabelecer as experiências bonitas como um incentivo para plantar estruturas para o presente para o futuro que realmente possa desencadear um trabalho missionário e evangelizador.” Também observou que a missão deve ser renovada a cada dia, e sempre haverá necessidade de incentivo, de um reavivamento.

“Nossa cidade tem desafios e dificuldades de uma guerra urbana de sofrimentos, muitas vezes de violência, de falta de liberdade ou de ir e vir, mas com um povo bom, trabalhador e sempre de muita fé. Não podemos ter medo ou fechar os olhos diante dos problemas, mas abrir ainda mais, ser uma Igreja em saída, o fermento no meio da massa. Nossa missão faz anunciar Jesus Cristo e o nosso compromisso com o tempo novo”, disse.

“A Festa de Corpus Christi de 2023 marca o horizonte que queremos expandir ainda mais o nosso coração missionário e evangelizador. Somos uma Igreja unida, que sabe respeitar as pessoas, as ideias e opiniões um do outro na unidade da diversidade. Neste sentido, é preciso encontrar caminhos, aproveitar os dons de cada um, ter um espírito missionário responsável, amplo e ardoroso, e assim levar adiante a bela e importante missão que cada um de nós é chamado a desempenhar”, concluiu o arcebispo.

Cerimônia de abertura

 

Representando o povo de Deus presente na Igreja Particular de São Sebastião do Rio de Janeiro, o arcebispo, bispos auxiliares, sacerdotes, diáconos, seminaristas, religiosos, consagrados e um membro de cada vicariato territorial e não territorial posicionaram-se em semicírculo em torno do Evangeliário.

Dom Orani acendeu uma vela no Círio Pascal e, com ela, acendeu a vela de Dom Antônio Catelan, organizador do Sínodo, e assim sucessivamente um por um. De velas acesas, o povo de Deus, rezando a Ladainha de Todos os Santos, suplicou as luzes do Espírito Santo para iluminar, fortalecer e conduzir este tempo fecundo de sinodalidade e missão. A cerimônia foi concluída com o Juramento de Fidelidade e a Profissão de Fé.

“Em primeiro lugar, quero agradecer a Dom Orani pela decisão que tomou de convocar o Sínodo Arquidiocesano e nos dar a oportunidade de participar desse momento tão importante, tão singular na história desta Igreja Particular”, disse Dom Catelan, anunciando que nas próximas semanas será publicado o regimento com as orientações do Sínodo.

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10 junho 2023, 16:08