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Encontro aconteceu no final de semana em Lisboa Encontro aconteceu no final de semana em Lisboa 

Desafios do Ministério do Catequista são analisados por especialistas de Portugal e Espanha

O grupo de 19 catequetas portugueses e espanhóis se encontrou em Lisboa para o II Encontro Luso-Hispano. Na pauta, o desafio lançado pelo Papa Francisco em 2021 com a proposta do ministério do catequista. Os especialistas não procuram diretrizes, mas respostas concretas aos desafios da transmissão da fé através de "caminhos comuns nas duas igrejas locais".
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Vatican News

"O Ministério do Catequista na Igreja Local" foi o tema central da reflexão que os 19 especialistas de catequese levaram a Lisboa para o II Encontro de Catequetas Luso-Hispano, uma oportunidade para “apresentar linhas de reflexão” para o novo ministro na Igreja e a concretização nas igrejas diocesanas. O cônego Luís Miguel Figueiredo Rodrigues, professor de universidade católica e presidente da Comissão Arquidiocesana para a Educação Cristã da Arquidiocese de Braga, concedeu entrevista à Educris, o portal da Educação Cristã em Portugal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), e afirmou que "a missão como catequetas, como teólogos, é refletir e oferecer à Igreja o produto dessa reflexão. Estamos procurando dotar as nossas igrejas locais de reflexão para que possam ajudar na tomada de decisão de quem tem de decidir”.

Além disso, ele comentou que hoje “o ministério do catequista coloca muitas questões, como passar de uma Igreja que se divide entre clérigos e não clérigos para uma igreja que se entende a partir do batismo. Uns com ministério ordenado, outros instituídos outro ministério reconhecido. Que tipo de comunidade desejamos para que os ministérios sejam serviço do povo de Deus para o povo de Deus”.

O padre Miguel López Varela, delegado da catequese na Arquidiocese de Santiago de Compostela, na Espanha, disse que o novo ministério, “sendo muito antigo e rico”, exige que “se defina o perfil de catequista e as suas funções específicas no território diocesano”. Um ministério que, segundo ele, "é fundamental para enfrentar os novos caminhos. Sempre tivemos catequistas trabalhando na evangelização, mas hoje passa a ter um lugar importante de trilhar novos caminhos para a pastoral”.

Uma Igreja Ministerial e Missionária

Durante os dois dias de encontro no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, na grande Lisboa, os especialistas procuraram “apresentar linhas de reflexão e ação” que ajudem a “facilitar as decisões futuras sobre o lugar” e “o papel do catequista na missão de uma Igreja que enfrenta grandes desafios à transmissão da fé”. Afinal, como reforçou o Pe. Juan Carlos Carvajal Blanco, secretário-geral da Associação Espanhola de Catequetas, “o ministério do catequista é um desafio para a própria Igreja porque no processo de renovação que segue o Papa, de uma conversão pastoral e missionária da Igreja, Francisco reivindica o papel do leigo, do batizado como discípulo missionário". Para o também professor da Universidade de San Dâmaso, em Madri, é fundamental a assunção, por parte dos leigos, da natural responsabilidade nas comunidades cristãs.

“É impossível considerar e sustentar este marco sinodal que o Papa potencia se não existirem leigos que assumam, de modo estável, o serviço da Igreja na propagação do evangelho. A Igreja é ministerial para ser sinodal. É impossível que o seja se não existem leigos que aceitem a missão de modo estável, para a qual sejam indicados.”

Um processo lento, com passos seguros

Para os especialistas, a instituição do ‘Ministério de Catequista’ vai implicar uma reflexão “complexa e profunda”, numa dinâmica de Igreja que quer ser sinodal e ministerial, com um foco claro na formação de catequistas.

“Vamos ter um processo lento", afirmou Pe. Jusan, "o mais fácil é que os párocos, os bispos, procurem candidatos para que em pouco tempo os instituam. Mas o que pretende o Papa tem um alcance maior. Supõe um processo de mudança de mentalidade. E essa é sempre muito mais lenta. Neste encontro, demo-nos conta de tudo o que implica a instituição do catequista. Quais os critérios de seleção, por onde vamos em termos de formação, quais os perfis que devem aparecer e a missão que devem cumprir nas igrejas particulares”.

A formação como base

O Pe. Rui Alberto, da Editora Salesianos, segue a mesma linha de pensamento e assume que “todos andamos um bocadinho à procura dos modos como implementar esta intuição. Em Portugal, Espanha e um pouco por todo o mundo”. E finalizou:

“Uma coisa é certa: instituído ou não, para servir o povo de Deus precisamos de mais e melhor formação. Temos de procurar aproveitar os recursos que existem para nos tornarmos mais capazes, melhores pessoas, mais maduros, mais adultos, com uma fé mais profunda. Depois é preciso adquirir as competências concretas para fazer catequese nos vários contextos. Conhecer a realidade onde vivem os catequizandos para as ajudar a ser felizes por que essa é a meta da catequese.”

Colaboração: Educris

As entrevistas do II Encontro de Catequetas Luso-Hispano

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21 junho 2023, 08:00