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A apresentação do livro em Bolonha com a presença do cardeal Matteo Zuppi A apresentação do livro em Bolonha com a presença do cardeal Matteo Zuppi 

"Papas e Mídia", o novo livro de Dario Viganò. Cardeal Zuppi: preenchida uma lacuna historiográfica

O Cardeal Matteo Zuppi, Presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI) e Arcebispo de Bolonha, apresentou, nesta sexta-feira, 23, em sua arquidiocese, o livro do Presidente da Fundação “Memórias audiovisuais de Catolicismo”, intitulado “Papas e Mídia”. O volume percorre os processos editoriais dos grandes documentos do Magistério pontifício, no decorrer do século XX, sobre os meios audiovisuais de massa. Trata-se de "uma era importante nas relações entre a Igreja Católica e os meios de comun

Paolo Ondarza – Vatican News

Durante a apresentação do livro “Papas e Mídia”, de autoria do Padre Dario Edoardo Viganò, o Cardeal Matteo Zuppi, afirmou: “O objetivo deste volume é preencher uma lacuna historiográfica e abrir novas pistas de pesquisa para o futuro”. O Arcebispo de Bolonha definiu a obra "uma primeira resposta importante, segundo o desejo do Papa Francisco, de investigar as fontes audiovisuais e refletir sobre a evolução da relação entre o Catolicismo e os novos meios de comunicação”.

A capa do livro
A capa do livro

Por isso, o Cardeal Zuppi percorreu algumas etapas do itinerário histórico da relação entre a Igreja e os meios audiovisuais de massa: da Bênção de Leão XIII aos agentes cinematográficos às encíclicas “Vigilanti Cura” de Pio XI e “Sacra Virginitas e Miranda prosus” de Pio XII.

Entre a evangelização e a vigilância

Segundo o Arcebispo de Bolonha, “na oscilação inicial de uma atitude, que via os meios de comunicação como instrumento de evangelização e apostolado, mas também como estímulo para um compromisso renovado de controle e moralização, pode-se perceber a evolução da ação da Igreja Católica em vista dos novos meios de comunicação. É o que o autor, Padre Viganò, tenta evidenciar em seu volume.

Mas, o Cardeal Zuppi acrescenta: “De um lado, nunca foi descartado o desejo de permanecer vigilantes e atentos, para garantir o respeito dos ditames religiosos, também por parte dos novos meios de comunicação; por outro lado, tornava-se cada vez mais necessária uma maior consciência para adaptar, com eficácia, a mensagem cristã a uma sociedade, em meio aos processos de globalização. A resposta a esta necessidade tomou um rumo cada vez mais internacional, por meio de um novo enfoque entre os meios modernos de comunicação”.

A mudança de paradigma do Vaticano II

Segundo o Presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), este é "um dos sinais mais evidentes daquele caminho de amadurecimento, que os meios de comunicação de massa representavam na evolução social e antropológica do contexto contemporâneo", que a Igreja foi capaz de reelaborar como uma mudança de paradigma, verdadeira e real, a partir do Concílio Vaticano II".

Antonio Tajani: uma pesquisa completa

Por sua vez, o Ministro do Exterior da Itália, Antonio Tajani, enviou uma mensagem aos participantes, presentes na apresentação do volume, expressando sua sintonia com o conteúdo do livro: “Trata-se de uma pesquisa aprofundada, que dá mais luz àquele processo que levou os meios de comunicação modernos a se afirmar como instrumento privilegiado de abertura a uma projeção global do Pontificado, sem precedentes. O século XX contribuiu para modelar novas formas de presença da instituição eclesiástica na modernidade e, ao mesmo tempo, aumentar sua influência planetária. Este novo horizonte universal contou com significativas implicações sociais, culturais e políticas que, permitiram aos Papas liberar sua imagem de uma dimensão, centrada em Roma e no Vaticano, estabelecendo um novo curso geopolítico, que revolucionou a imagem do Pontificado no mundo inteiro”.

Dario Viganò: um modo de pesquisa até então negligenciado

Durante a apresentação do seu livro, o autor Padre Dario Edoardo Viganò, tentou empregar um modo de pesquisa como a dos processos de redação dos grandes documentos do Magistério, no século XX, bastante negligenciado na época. Em particular, “não seria errado dizer que a encíclica “Miranda prosus” pretendia captar os sinais, no magistério do Papa Pio XII, que anunciavam a inauguração de uma nova era de diálogo em relação ao cinema e à mídia”. Padre Viganò concluiu dizendo que “a sua obra também explora o valor da pesquisa de arquivo, importante para reconstruir uma gênese histórica dos processos editoriais e evidenciar suas etapas”.

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25 junho 2023, 08:00