Cardeal Zuppi em Camaldoli: cristãos se comprometam contra a política ignorante
Antonella Palermo - Vatican News
Ao recordar as origens do “Código de Camaldoli”, que nasceu em julho de 1943, o Cardeal Matteo Zuppi, afirmou: “Devemos constatar que a paz nunca é um bem perpétuo, nem mesmo na Europa. Esta consciência deveria levar-nos a uma maior responsabilidade e decisões. Após 80 anos, o Código remonta a um dos momentos mais obscuros da longa noite de guerra".
O Cardeal Zuppi recordou que, naquela época, havia um Papa, que, como Francisco, hoje, falava sem cessar de paz, Pio XII: “Todos os Papas do século XX tiveram que enfrentar os sofrimentos das guerras, buscando, de qualquer forma, meios pacíficos, curando as feridas da humanidade e favorecendo soluções para os problemas”.
Atenção a uma política epidérmica
O Cardeal Matteo Zuppi fez uma abordagem ampla sobre um dos problemas da sociedade de hoje: “Divórcio entre cultura e política, não apenas para os católicos. O resultado desse fenômeno é o de uma política epidérmica, que, às vezes, ignora o dia-a-dia, tem pouca visão e é marcada por interesses modestos, mas muito salientes e polarizados".
A seguir, o Cardeal exortou a “fazer atenção com este tipo de política” e denunciou: “Muitas vezes, acabamos sendo suas vítimas, levados pelo engano da competição digital que, de certo modo, não significa capacidade, conhecimento e soluções dos problemas. Trata-se, portanto, de uma verdadeira traição da política”.
Compromisso dos católicos na política
O Presidente dos Bispos italianos concluiu seu discurso aos participantes na Conferência sobre "O Código de Camaldoli", falando, sobretudo, da decepção em relação à política: “O fato de não haver mais partidos de inspiração cristã, não deve, certamente, se tornar um álibi para não buscar novas formas de fazer política. A Igreja não tem outro interesse a não ser o bem de toda a comunidade. Por isso, o compromisso dos católicos, quando sincero e generoso, é despolarizante e representa um antídoto contra as toxinas que poluem a democracia. Voltar a Camaldoli é uma necessidade e um apelo à responsabilidade: olhar para o futuro e não ser prisioneiro do presente”.
Confrontos sobre questões civis, sem personalismos
Por fim, o Cardeal Matteo Zuppi convidou os presentes a “deixar-se inspirar pela história”, mediante encontros e reflexões sobre questões civis, um pedido feito, de modo particular, a partir da base da Igreja: “Trata-se de uma atitude de abertura e solicitude como seres proativos, que revela a ausência de interesses imediatos pessoais ou de categoria”. Neste sentido, o Cardeal exortou os fiéis “a ter coragem, no respeito das diversas sensibilidades, de se questionar sempre, dialogando e ouvindo uns aos outros, no espírito do Evangelho”.
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