JMJ de Lisboa: a alegria do Papa de reencontrar jovens
Silvonei José, Lisboa – Vatican News
Na tarde desta terça-feira a missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude no Parque Eduardo VII presidida pelo Patriarca de Lisboa dom Manuel Clemente, com a presença de milhares de jovens. E nesta quarta-feira chega o Papa Francisco.
Quando faltavam exatamente 250 dias para o início da Jornada Mundial da Juventude que teve início neste dia 1º de agosto e se encerra no próximo dia 6 na presença de Francisco, o Santo Padre compartilhava a alegria do reencontro neste evento mundial em Portugal. Durante a tradicional audiência geral e falando aos peregrinos de língua portuguesa recordava que no domingo anterior tinha sido celebrado nas dioceses o Dia Mundial da Juventude, com o pensamento dirigido para o encontro de jovens que se realizará - disse - no próximo ano em Lisboa. “A alegria de nos encontrarmos e a vontade de estar juntos são sinais fundamentais para o mundo de hoje, dilacerado por confrontos e guerras”, afirmou.
“Desde o ano de 2021, a Jornada Mundial da Juventude é celebrada nas Igrejas particulares precisamente na Solenidade de Cristo Rei. O tema desta JMJ, em Lisboa é 'Maria levantou-se e partiu apressadamente' (Lc 1,39).”
Então Francisco reforçava que “o segredo para permanecer jovem” está precisamente nestes dois verbos – levantar e partir. Dirigindo-se aos jovens, pediu para que “não fiquem parados pensando em si mesmos, desperdiçando a sua vida em busca de conforto ou da última moda”, mas que “se façam à estrada, saiam dos seus medos para estender a mão a quem precisa.” “Hoje precisamos de jovens que sejam verdadeiramente transgressores. Não conformistas. Que não sejam escravos dos celulares, mas mudem o mundo como Maria, levando Jesus aos outros, tratando dos outros, construindo comunidades fraternas com os outros, realizando sonhos de paz”, afirmou o Papa.
Em 22 de abril de 1984, São João Paulo II instituía a JMJ, entregando a Cruz de Cristo e pedindo para que os jovens a levem ao mundo, “como sinal do amor do Senhor Jesus pela humanidade, e anunciem a todos que somente em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção”. Desde aquele anúncio foram realizadas 36 JMJs, reunindo milhões de jovens de países diversos, que partiram de seus países para se encontrarem ao redor do Papa e realizar o grande encontro com Cristo.
Finalmente o dia chegou: Lisboa acolhe os jovens de todas as partes do mundo, na espera da chegada do Papa Francisco que vem confirmá-los na fé. Essa será a 37ª JMJ. Na mensagem enviada aos jovens para esta jornada, o Santo Padre recorda que, depois da Anunciação, Maria poderia ter se concentrado em si mesma, nas preocupações e temores derivados da sua nova condição. Mas, ao contrário, “‘levanta-se e põe-se em movimento’, porque tem a certeza de que os planos de Deus são o melhor projeto possível para a sua vida. Maria torna-se templo de Deus, imagem da Igreja a caminho, a Igreja que sai e se coloca a serviço, a Igreja portadora da Boa-Nova”.
Esse, portanto, é o propósito das JMJs: o encontro pessoal dos jovens com Jesus Cristo e com os irmãos, que os impele para ir e anunciar o Evangelho a todos os povos. E não foram poucas as ocasiões em que os papas reforçaram o sentido evangelizador das jornadas mundiais da juventude.
Já na primeira edição internacional, realizada em 1987, em Buenos Aires, na Argentina, São João Paulo II exortou: “Jovens, Cristo, a Igreja, o mundo espera o testemunho de suas vidas, baseado na verdade que Cristo nos revelou!”. Em 2011, o Papa Bento XVI, em sua última JMJ antes de renunciar ao pontificado, convidou os jovens reunidos em Madri, na Espanha, a permanecerem firmes na fé. “Permanecer no Seu amor significa viver radicados na fé, porque esta não é a simples aceitação de uma verdade abstrata, mas uma relação íntima com Cristo, que nos leva a abrir o nosso coração a este mistério de amor e a viver como pessoas que se sabem amadas por Deus”, afirmou. Em 2013, ao concluir sua primeira JMJ, no Rio de Janeiro, o Papa Francisco exortou os jovens: “Ide, sem medo, para servir!” Diante de 3,7 milhões de pessoas na praia de Copacabana, o Bispo de Roma acrescentou: “Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido por vocês!”.
Como o próprio Papa Francisco expressou em sua mensagem, após o distanciamento causado pela pandemia, a JMJ deste ano em Lisboa será a ocasião de experimentar novamente a alegria do encontro com Deus e com os irmãos e, “como Maria, levemos Jesus dentro de nós, para comunicá-lo a todos”.
De Lisboa para a Rádio Vaticano, Silvonei José
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