Porto Alegre sedia Congresso Internacional de Teologia Litúrgica
Por Pe. Gerson Schmidt - Porto Alegre
A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), por meio da Escola da Humanidades, e a Comissão de Liturgia Arquidiocese de Porto Alegre promoveu dos dias 28 a 30 de agosto o Congresso Internacional Teológico-Litúrgico.
O evento foi organizado pela Arquidiocese de Porto Alegre, pelo Curso de Graduação em Teologia e pelo Programa de Pós-Graduação em Teologia da PUCRS, sendo organizado por uma equipe arquidiocesana coordenada por Pe. Gustavo Haas.
O congresso teve por objetivo refletir sobre a intrínseca relação entre a celebração litúrgica (lex orandi) e a fé da Igreja (lex credendi) no contexto da celebração dos 60 anos da Sacrosanctum Concilium, da rica Carta Apostólica Desiderio Desideravi, do Papa Francisco e a publicação da 3ª edição típica do Missal Romano para o Brasil.
Mais de 300 participantes estiveram no Congresso oriundos de todo o Brasil, entre padres, religiosos, professores, seminaristas, estudantes, leigos em geral. O Congresso contou com a assessoria renomada de especialistas em liturgia, em especial de Dom Aurelio García Macías do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, da Espanha, que palestrou em dois momentos sobre “OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO LITÚRGICA HOJE” e “MISSAL ROMANO: UMA TRADIÇÃO ININTERRUPTA DA LEX ORANDI DA IGREJA”.
“A celebração litúrgica forma ou deforma os fiéis”, afirmou Dom Aurelio, de acordo com o modo que se celebra. O axioma “Lex Orandi, lex Credendi” significa que o que a Igreja reza o que a Igreja crê e quanto mais celebra e reza, mais se fortifica na sua fé recebida da Tradição e da Sagrada Escritura, quanto mais crê, mais celebra, louva e reza.
“A liturgia é a Escola da fé da Igreja”, como afirmou Dr. Dom Jerônimo Pereira, OSB, que discursou sobre “PERCURSOS E PERCALÇOS DA TEOLOGIA LITÚRGICA” e “A FORMAÇÃO LITÚRGICA NO BRASIL – PROPOSTAS, CAMINHOS REALIZADOS E DESAFIOS ATUAIS”. O monge beneditino e doutor em Sagrada Liturgia afirmou que “a melhor formação litúrgica é uma celebração bem preparada e celebrada”.
O professor gaúcho da PUCRS Dr. Frei Luiz Carlos Susin, OFM, ministrou a palestra sobre “O RITO EM QUE HABITAMOS: DIMENSÕES ANTROPOLÓGICAS DO RITO”. Frei Susin disse que, se a Liturgia é cume e fonte, na alegoria da montanha, para chegar-se ao cume não podemos esquecer a base, a própria montanha.
O Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Prof. Dr. Dom Antônio Catelan realizou a 5ª conferência sobre “LITURGIA, CELEBRAÇÃO DO MISTÉRIO PASCAL E ANTÍDOTO CONTRA O VENENO DA MUNDANIDADE ESPIRITUAL”. O liturgista concluiu sua conferência, lembrando uma analogia de Santo Agostinho que todos éramos trigos espalhados, reunidos pelo querigma, amassados pela catequese, umedecidos pela água batismal e assados pelo fogo do Espírito Santo pelo Sacramento da Crisma.
O congresso realizou também mini-seminários com temas litúrgicos específicos, de acordo com o interesse dos participantes, e promoveu também diversos momentos de celebração litúrgica, para conciliar estudo e oração, razão e fé. A Igreja não edita um novo missal, linguagem errônea for utilizada. Realiza uma Terceira Edição melhorada, com alguns pontos adaptados, segundo à renovação querida pela Constituição Sacrosanctum Concilium, do Concilio Vaticano II. A liturgia atualiza o mistério de Deus estudado na Teologia.
Papa Francisco disse que “na Igreja é possível encontrar certas formas de espiritualidade que não conseguiram integrar adequadamente o momento litúrgico. Muitos fiéis, embora participassem assiduamente nos ritos, especialmente na Missa dominical, hauriam alimento para a sua fé e a sua vida espiritual sobretudo de outras fontes, de tipo devocional. Nas últimas décadas, houve muito progresso. A Constituição Sacrosanctum Concilium, do Concílio Vaticano II, representa o centro deste longo trajeto”. Um dos conferencistas lembrou as palavras do Papa Francisco na Audiência Geral de fevereiro de 2021, realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico: “Um cristianismo sem liturgia é um cristianismo sem Cristo, totalmente sem Cristo”.
*Pe. Gerson Schmidt é jornalista, assessor do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano.
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