Marselha: "construir políticas sólidas de acolhimento", afirma dom Satriano
Andressa Collet - Vatican News
Os 70 bispos do Mediterrâneo começaram nesta quinta-feira (21) os trabalhos junto aos Encontros Mediterrâneos, organizados pela Arquidiocese em Marselha, na França, a sede que irá contar com a presença do Papa Francisco a partir desta sexta-feira (22). A iniciativa começou no último domingo (17) e dá continuidade a outros dois encontros de reflexão e espiritualidade dos prelados sobre o tema realizados na Itália: em Bari, em 2020, e depois em Florença em 2022, ambos promovidos pela Conferência Episcopal Italiana.
Encontro dos bispos em Marselha
Entre os prelados convidados está o arcebispo de Bari-Bitonto, dom Giuseppe Satriano, a convite do cardeal Jean-Marc Aveline, arcebispo local. O italiano participou de um encontro nesta quinta (21) como representante da margem sul-europeia do Mediterrâneo junto com outros prelados, cada um a frente de uma margem diferente da bacia mediterrânea (Norte da África, Bálcãs, Europa Oriental, ...). "Ver pela primeira vez os bispos das Igrejas do Mediterrâneo e de outras regiões, todos juntos, foi um convite claro para construir a paz e a concórdia nessa 'área estratégica, cujo equilíbrio reflete seus efeitos em outras partes do mundo'", comentou dom Satriano.
Na oportunidade, foram analisados os desafios enfrentados pela Igreja nesses locais, como a disparidade econômica, os conflitos políticos e religiosos, as mudanças climáticas e ambientais, e o fenômeno da migração - uma das prioridades defendidas pelo Papa Francisco. Em entrevista a Michela Nicolais, da agência católica de notícias SIR, dom Satriano continuou:
Marselha também será palco de um debate conjunto sobre o tema que irá reunir os bispos e os jovens. Para dom Satriano, Marselha realmente trabalhou nesse aspecto: nos olhos dos jovens, continuou o arcebispo italiano, "li esperança, mas também determinação para enfrentar uma cultura de indiferença que leva inexoravelmente ao medo do outro. Uma impressão positiva e esperançosa para o futuro de todos". E o prelado finalizou:
"Justamente nestes dias, uma declaração de Abbé Pierre voltou à minha mente: 'Devemos amar as portas porque elas são o lugar onde ninguém para, o lugar por onde se passa, de onde se sai, onde todos os encontros acontecem'. Aprender a habitar espaços vazios, livres da hipertrofia do ego, espaços humildes e não prepotentes, esse é o caminho que pode nos ajudar a olhar além para construir políticas sólidas de acolhimento e, acima de tudo, uma cultura que reflita o humanismo que o Mediterrâneo exala."
* M.Michela Nicolais - SIR
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