Pe. Renato Chiera e missionários brasileiros estão em Roma para transformar vidas com o amor de Jesus
Andressa Collet - Vatican News
O abraço recebido de uma jovem de 18 anos em Fortaleza (CE) salvou a vida de Francisco Nivando. Direto da Piazza del Popolo em Roma, onde se realiza uma das iniciativas do projeto Missão de Rua, o brasileiro da Comunidade Católica Lumen se integra a outras comunidades internacionais para anunciar Jesus a irmãos que possam estar em situação de vulnerabilidade tanto quanto ele estava quando ganhou aquele abraço e foi visto pela sociedade, após 8 anos vivendo em situação de rua e se drogando, devido a abusos vividos dentro do seio familiar. Francisco disse que ele e a irmã foram abusados pelo pai por muito tempo.
Dentro da Lumen, Francisco fez um caminho de recuperação e hoje é missionário da comunidade. Junto com a esposa, são responsáveis por um centro social que acolhe crianças e jovens em situação de vulnerabilidade no Brasil e, através da sua experiência pessoal, procura mudar a história de vida de outras pessoas como ele:
"Deus ele me deu uma oportunidade e mostrou para o mundo que o amor sempre vai vencer, que o amor sempre vence, que a misericórdia d'Ele é muito maior do que o julgamento do homem. E que só o amor transforma, só o amor faz com que as pessoas entendam que temos que ter mais empatia uns pelos outros, que a cultura da indiferença ela tem que ser descartada, temos que ir ao encontro do outro - como fala tanto o nosso Santo Padre: uma Igreja que sai, uma Igreja que toca na carne sofredora que vai ao encontro."
A Missão de Rua em Roma
O testemunho de vida do brasileiro é apenas um de tantos que estão percorrendo praças, escolas, terminais rodoviários, prisões e hospitais de Roma através de uma iniciativa promovida pela comunidade italiana Novos Horizontes. Durante esta semana, o projeto Missão de Rua com o tema "Viva para algo grande" tem engajado 400 jovens missionários de diferentes partes do mundo para anunciar a alegria salvadora do Evangelho. O Papa Francisco inclusive saudou o grande grupo no Angelus do último domingo (15):
Amor que também inspira os líderes das comunidades internacionais como a italiana Chiara Amirante, da Novos Horizontes, que promove a iniciativa em Roma; e os brasileiros Pe. Renato Chiera e Lúcia Inês Cardoso da Silva, da Casa do Menor. Com a iminência do Dia Mundial das Missões no domingo (22), Lúcia fala da integração entre os missionários e as pessoas que encontram diariamente para testemunhar a alegria e a beleza do Evangelho. São cerca de 25 os brasileiros que, além da Casa do Menor e da Lumen, vieram de realidades como da Fazenda da Esperança e Missão Belém.
"Todos que estão aqui são missionários que foram tocados pelo amor de Deus e transformaram as suas vidas. E a língua diferente não atrapalha. A língua do amor fala mais alto do que o alemão, do que o italiano. A língua não nos separa, nos une."
A rua é a minha Igreja
O Pe. Renato Chiera, fundador da Casa do Menor, também se lançou para Roma. Aos 81 anos de idade, das periferias das grandes capitais brasileiras veio encontrar o Jesus sofredor pelas ruas de Roma, como ele mesmo conta, porque "o mesmo Jesus que sofre no Brasil, sofre também em Roma. Em comunhão de carismas, todos têm o amor de Jesus presente nesses moradores de rua".
"Estamos aqui para nos unir a esta experiência, mas para nos unir a outros carisma e agradecer ao Papa de ter a coragem de uma Igreja Sinodal. Que nós entendemos o que é isso: nós queremos uma Igreja que caminhe junto. Os carismas não podem ficar cada um por si, se endeusando. Todos devem ser a serviço do reino, a serviço de Deus."
Uma missão que é de rua mesmo, insiste o Pe. Renato Chiera que é italiano, mas já se sente brasileiro por tamanha obra realizada pela Casa do Menor nestes 45 anos de Brasil - e que agora também se estende até a Guiné-Bissau e chega até Roma. O missionário procura transmitir a pedagogia do amor e da presença ao encontrar Jesus nas pessoas não amadas: "a rua é a minha Igreja, o meu sacrário, a minha óstia viva", afirma o padre de rua, ao contar sobre a sua experiência em evangelizar na Europa:
"Eles estão acostumados em ser parados para dar dinheiro. Quando tu fala que não quer dar dinheiro, mas uma coisa muito mais importante, um abraço, dizer que você é importante, é amado por Deus, e que eu vim do Brasil para você, para dizer que eu te quero bem! Nós queremos levar esse amor concreto, essa é a evangelização para mim. Nós estamos acostumados a evangelizar falando, falando de Deus, e não passa nada: mas se você ama, depois tu pode até falar de Deus e eles vão entender."
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