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Arcebispo de Lviv, Dom Mieczyslaw Mokrzycki Arcebispo de Lviv, Dom Mieczyslaw Mokrzycki 

Arcebispo de Lviv: gratos pelo apoio de todos, estamos cansados desta guerra

O arcebispo Mokrzycki expressa sua gratidão a todos aqueles que, também por meio da oração, oferecem sua contribuição para a paz e a solidariedade nesses meses de conflito: "os católicos ucranianos se sentem apoiados por toda a Igreja Católica. Somos muito gratos ao Papa que, desde o início, tem estado próximo de nós".

Xavier Sartre - Lviv

Uma porção "pequena" da Igreja que, no entanto, oferece uma grande contribuição para a paz nessas horas trágicas para a Ucrânia. É a Igreja latina, presente principalmente no oeste do país, hoje uma minoria com entre 700 mil e um milhão de fiéis. À frente dessa Igreja está o arcebispo latino de Lviv, Mieczyslaw Mokrzycki, polonês, que lidera a arquidiocese desde 2007 e agora está empenhado em compartilhar as provações do povo ucraniano desde o início da invasão russa em 22 de fevereiro de 2022. O arcebispo Mokrzycki recebeu o Vatican News na residência comprada por seu antecessor, o cardeal Marian Jaworski, quando a arquidiocese foi restabelecida depois de 30 anos quando desapareceu devido ao regime soviético.

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Dom Mokrzycki, a Igreja Latina é uma minoria na Ucrânia. Como ela pode contribuir para a paz?

Desde o início da guerra, convidamos nossos fiéis, acima de tudo, a rezar - como pediu Nossa Senhora de Fátima - pela paz, pela conversão da Rússia e da Ucrânia. Também convidamos as pessoas a irem à igreja com mais frequência, a jejuarem e a pedirem misericórdia ao Senhor, pois precisamos muito dela. Estamos esperando por essa paz de maneira especial há muito tempo e também pedimos aos nossos padres, freiras e fiéis que se aproximem dos necessitados, que perderam filhos, maridos, pais ou seus lares, encontrando-se nas ruas. Também acolhemos muitos refugiados em nossos centros pastorais e confiamos e esperamos que Deus realize esse milagre, porque todos nós já estamos cansados dessa guerra, porque ela nos traz sofrimento, insegurança e pobreza. As pessoas estão ficando mais pobres e mais frágeis.

Sentem-se apoiados pela Igreja?

Os católicos latinos ucranianos se sentem apoiados por toda a Igreja Católica. Somos muito gratos ao Santo Padre, que tem estado próximo de nós desde o início. Ele reza todos os dias e, especialmente aos domingos e quartas-feiras, invoca a paz para a Ucrânia e convida não apenas os católicos, mas todos os demais a fazerem o mesmo. O Papa também pediu um jejum pela paz na Ucrânia. Também somos muito gratos a todas as igrejas irmãs do mundo, não apenas da Europa, por essa solidariedade, pela ajuda econômica e humanitária, pelas muitas visitas que as várias conferências episcopais fizeram aqui, onde trabalharam muitas organizações, tanto católicas quanto civis. Sentimos essa proximidade, esse apoio e somos muito gratos. Esperamos que eles não nos abandonem, porque aqui na Ucrânia estamos exaustos por causa dessa guerra permanente, esperamos que eles também não se cansem e fiquem sempre perto de nós.

Em um país em guerra como a Ucrânia hoje, como a voz da Igreja e especialmente sua mensagem de misericórdia e perdão pode ser ouvida?

Nossa Senhora de Fátima nos pediu para rezar pela paz e pela conversão da Rússia, porque o mal vem de pessoas que não respeitam a lei divina, que não respeitam os mandamentos. Deus não faz guerra, porque Ele é amor. São aqueles que não têm paz em seus corações que fazem a guerra. É por isso que devemos sempre pedir misericórdia a Deus para que Ele perdoe nossas fraquezas, nosso distanciamento da Igreja, da lei divina. Voltemos ao caminho que Ele nos mostra, porque os mandamentos e nossa boa conduta sempre trazem paz ao mundo.

O senhor pode se comunicar com os fiéis latinos na Rússia? De que maneira?

A Igreja latina da Rússia também tem seu papel a desempenhar. Ainda estamos em contato com o arcebispo de Moscou, bem como com outras dioceses. Ele também disse que estava rezando pela Ucrânia, condenou pública e claramente a guerra conduzida pela Rússia e teve a coragem de dizer que a guerra que começou em 2022 não era justa. Eles sempre nos mostram que também são católicos e que há pessoas boas na Rússia que não querem essa invasão.

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28 novembro 2023, 09:46