A caridade e a fé salvam vidas em Rio do Sul diante da segunda maior enchente da história local
Andressa Collet - Vatican News
A principal cidade da região do Alto Vale do Itajaí, "Rio do Sul, que leva o nome de um rio, virou um mar", como bem descreveu Cristian Stassun, secretário de Governo da prefeitura catarinense, que tem ajudado no resgate a pessoas e animais. O rio que corta o município atingiu nível histórico (13,04 metros), registrando a segunda maior enchente da história local, após aquela de 1983 quando o nível da água atingiu 13,58 metros. Um sofrimento cíclico para a população que precisa enfrentar as grandes cheias:
Cristian Stassun - "A última grande enchente que tivemos foi exatamente 40 anos atrás. Estamos retomando novamente o resgate de pessoas de animais, as ações solidárias na cidade de Rio do Sul. A gente teve imagens aqui da nossa Catedral São João Batista, quase que chegou água nela. Várias capelas, várias igrejas inundadas, então a gente teve aqui um grande evento climático e todos estamos solidários e trabalhando, principalmente no resgate de pessoas e animais. A gente passou uma noite terrível ontem porque a água subia e as pessoas vinham para o forro das casas. Chegamos a fazer um resgate de uma senhora que ela se escondeu, ela tentou subir no forro da casa e a água estava chegando no pescoço. Ela já estava com hipotermia. Para acessar ela, para o barco passar pelos fios de alta tensão, porque a água chegou nos fios dos postes, tivemos que desligar todo bairro, pela questão da energia, para acessar ela e, por Deus, a gente conseguiu salvar."
As chuvas têm dado trégua na região, mas Rio do Sul continua inundada nesta segunda-feira (20) após a quinta enchente só neste ano na cidade que tem mais de 70 mil habitantes e fica a cerca de 200km da capital, Florianópolis (SC). Segundo a Defesa Civil, quase 20 mil pessoas estão desalojadas com a tragédia que invadiu tantas vidas e casas. O curso das águas dá chance somente a barcos e canoas em forma de ajuda humanitária para resgatar pessoas e animais, levar comida e medicamentos.
Mas quem não pode ajudar nessa frente, tem acolhido os desalojados em suas casas ou ajudado doando alimentos, água e colchões aos abrigos, por exemplo: uma caridade que tem se estendido por todo Alto Vale, afirma Cristian, ao acrescentar: "a gente vê que o ser humano perante os eventos climáticos é muito pequeno. E o que sobra para nós, que estamos aqui, é um ajudar o outro, um estender a mão para o outro. Na sua maior situação de vulnerabilidade, o ser humano está lá ajudando o outro. A caridade e a fé é o que salva vidas e o coração da gente".
Mutirões de ajuda com espírito samaritano
O Pe. Arnaldo Allein, coordenador de Pastoral da diocese de Rio do Sul, reforça esse apoio fundamental da própria comunidade que tem ganhado força com a campanha SOS Alto Vale, organizada pela Mitra Diocesana, Caritas local e Fórum das Entidades do Campo e da Cidade do Alto Vale do Itajaí.
Doe para a campanha SOS Alto Vale
Erich Augusto Giovanella Kertzendorff, da secretaria da Cúria Diocesana e Caritas local, explica que estão trabalhando em parceria com a Defesa Civil e recebendo produtos de primeira necessidade como alimentos, itens de higiene pessoal e limpeza. Doações de qualquer valor também estão sendo arrecadadas pela Mitra Diocesana para auxiliar na reconstrução das vidas e das casas dos atingidos, através da chave-PIX da diocesederiodosul@gmail.com (ou pela conta n. 27920-X - Ag. 0276-3 do Banco do Brasil):
"Os próprios outros municípios que não foram atingidos estão mandando produtos de higiene pessoal e limpeza, porque muitas pessoas estão fora de casa. A situação aqui é bem crítica, principalmente nessa enchente que aconteceu sem previsão alguma: essa última enchente acabou levando todas as mobílias das pessoas. Então, estamos atuando nessa frente de ajuda humanitária: o que as pessoas precisam de maneira urgente que são produtos de limpeza, alimentos e higiene pessoal. Também roupas, mas isso, graças a Deus, temos ainda muito do que tínhamos em estoque."
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