Olhar com terna compaixão, agir com prontidão
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo Diocesano de Campos (RJ)
“Nunca afastes de algum pobre o teu olhar” ( Tb. 4, 7). Vale muito para hoje onde a cultura do descarte e da indeferença coloca nossos irmãos/ãs pobres na invisibilidade e a margem da vida.
Mostra-nos a coragem e a coerência de Tobite que mesmo sendo perseguido pela sua solidariedade continua a viver seu testemunho claro de partilha e compromisso com seus irmãos de infortúnio. Mais adiante lembra os 60 anos da Encíclica Pacem in Terris, a Carta em que a Igreja recebe e aprofunda os direitos humanos, especialmente menciona os direitos da integridade física e a proteção social, moradia, saúde, trabalho, salário justo.
A seguir, também recordando a Encíclica Laborem Exercens de São João Paulo II, ensina-nos que o trabalho é para o homem, não o homem para o trabalho, resgatando sua dignidade e suas exigências de trabalho justo e decente.Vamos aos pobres para sermos enriquecidos por eles, desenvolvendo antes que nada a fraterna amizade e a partilha do que somos e temos.
Mais que atividades de visita ou de doação de mantimentos, damos nossa presença, escuta e convivência espontânea que busca estar com eles e participar da sua vida. Não é necessário um grande planejamento ou um roteiro exaustivo para este dia ou semana que antecede, mas sentar com eles para acolher seus anseios, espectativas e sonhos.
O Papa cita finalmente a Santa Teresinha do Menino Jesus, sobretudo a passagem que ela explica que a caridade deve ser agápica, isto é não ficar no fundo de nosso interior, mas alegrar e iluminar nossos semelhantes.
Encerra convidando-nos a vivenciar o lema de não afastar o nosso olhar do pobre e a mantê-lo sempre fixo no rosto humano e divino do Senhor Jesus Cristo. Deus seja louvado!
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