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O pôr do sol é visto sobre uma cerca de arame farpado em uma praia na ilha de Yeonpyeong, perto da fronteira marítima da 'linha limite norte' com a Coreia do Norte, em 8 de janeiro de 2024. (Photo by Jung Yeon-je) O pôr do sol é visto sobre uma cerca de arame farpado em uma praia na ilha de Yeonpyeong, perto da fronteira marítima da 'linha limite norte' com a Coreia do Norte, em 8 de janeiro de 2024. (Photo by Jung Yeon-je)  (AFP or licensors)

Católicos norte e sul-coreanos rezam pela reconciliação

A tradição desta especial Celebração Eucarística teve início em 7 de março de 1995 com a primeira Missa pela reconciliação celebrada pelo então arcebispo de Seul e administrador apostólico de Pyongyang, cardeal Stephen Sou-hwan Kim.

Enquanto o mundo prende a respiração devido à crescente tensão política e militar entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, fiéis católicos reuniram-se em oração em Seul e em Pyongyang para invocar a paz e a reconciliação.

Na Catedral de Seul foi celebrada a especial “Missa pela reconciliação”, inicativa do cardeal Stephen Kim em 1995 - com a Eucaristia ou com a simples oração –levada em frente pela comunidade católica de ambos os lados da fronteira no paralelo 38. A deste 9 de janeiro foi a Eucaristia n. 1400 que testemunha a atenção orante da Igreja pelo caminho da paz e da reconciliação na península coreana.

Depois da Missa pela reconciliação – relata um comunicado da Arquidiocese de Seul – a assembleia dos presentes recitou a oração atribuída a São Francisco, que diz: “Deus, fazei-me um instrumento de vossa paz. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão”. Hoje essa oração ressoa e sobe ao Altíssimo também além fronteira, pronunciada pelos fiéis da “Associação dos Católicos Norte-Coreanos”, reconhecida pelo governo de Pyongyang.

 

De fato, em 15 de agosto de 1995, Pe. Augustine C. Park, sacerdote coreano que durante muitos anos exerceu serviço pastoral nos Estados Unidos, visitou Pyongyang e conseguiu chegar a um acordo com aquele grupo de católicos norte-coreanos para usar tal oração como uma "oração pela reconciliação”. Desde então, todas as terças-feiras os fiéis da Catedral de Seul e da Associação de Católicos Norte-Coreanos da Igreja de Changchung, em Pyongyang, recitam esta oração, em comunhão espiritual e de propósito.

Na Missa celebrada na terça-feira, 9, em Seul, dom Job Yobi Koo, bispo auxiliar de Seul que presidiu a Eucaristia, recordou na sua homilia que “a motivação do cardeal Stephen Kim para iniciar esta Missa não era a de ‘rezar pela mudança do ‘outro’, mas sim a de 'rezar para obter de Deus a graça da reconciliação e da unidade'.

Posteriormente, a intenção era de 'rezar para que possamos nos tornar um instrumento de perdão e reconciliação, por meio do qual todos os seres humanos desta terra possam se unir com amor".

Dom Koo tomou nota do fato de que, "na península coreana e em todo o mundo, se promove uma atitude de ameaça contra os outros e se busca a paz com as armas, em vez de se buscar a paz por meio do encontro e do diálogo". Por esta razão, a luz da reconciliação está se atenuando”.

 

O prelado também recordou que a Igreja sul-coreana celebrou uma Missa pela paz por ocasião do 70º aniversário do armistício da Guerra da Coreia, no dia 27 de julho de 2023.

Durante aquela celebração, o Papa Francisco enviou uma mensagem e, abençoando a Península Coreana, “encorajou-nos a sermos profetas da paz”, disse. Também na Mensagem Urbi et Orbi por ocasião do Natal de 2023 - acrescentou dom Koo - "o Papa fez votos de que se aproxime o dia em que os laços fraternos serão fortalecidos na península coreana, abrindo caminhos de diálogo e de reconciliação que possam criar as condições para uma vida duradoura".  “Agora – concluiu o prelado – é o momento de abandonar o ódio para seguir o caminho indicado por Jesus. Rezemos juntos para que possamos nos tornar autênticos apóstolos da paz”.

A tradição desta especial Celebração Eucarística teve início em 7 de março de 1995 com a primeira Missa pela reconciliação celebrada pelo então arcebispo de Seul e administrador apostólico de Pyongyang, cardeal Stephen Sou-hwan Kim. No início, bispos e sacerdotes de Seul celebravam a Missa alternadamente. A partir de 2000, foram os novos sacerdotes ordenados na comunidade a presidir a Eucaristia. A tradição prosseguiu por 29 anos, sempre às terças-feiras às 19h, apenas com uma breve interrupção durante a pandemia.

A partir de maio de 2017, celebrando o 100º aniversário da aparição de Nossa Senhora em Fátima, o cardeal Andrea Soo-jung Yeom, então arcebispo de Seul, com uma carta pastoral extraordinária quis acrescentar a prática da recitação do Rosário após a Missa pela reconciliação, com a intenção de confiar a paz na Península Coreana e a paz no mundo à Virgem Maria.

* Agência Fides

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10 janeiro 2024, 07:42