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O cartaz da  "Campanha da Fraternidade 2024" O cartaz da "Campanha da Fraternidade 2024"  

O cartaz e símbolos da Campanha da Fraternidade do Brasil

"Assumida pelas Igrejas Particulares da Igreja no Brasil, a Campanha da Fraternidade tornou-se expressão de comunhão, conversão e partilha. Comunhão na busca de construir uma verdadeira fraternidade; conversão na tentativa de deixar-se transformar pela vida fecundada pelo Evangelho; partilha como visibilização do Reino de Deus que recorda a ação da fé, o esforço do amor, a constância na esperança em Cristo Jesus (Cf. 1Ts 1,3)", explica a CNBB.

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

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"Infelizmente, ainda vemos no mundo muitas sombras, sinais do fechamento em si mesmo. Por isso, lembro da necessidade de alargar os nossos círculos para chegarmos aqueles que, espontaneamente, não sentimos como parte do nosso mundo de interesses (cf. FT 97), de estender o nosso amor a "todo ser vivo" (FT 59), vencendo fronteiras e superando "as barreiras da geografia e do espaço" (FT 1)", escreveu o Papa Francisco na mensagem por ocasião do lançamento da Campanha da Fraternidade 2024, que tem como tema “Fraternidade e Amizade Social” e o lema “Vós sois todos irmãos e irmãs”.

“A Campanha da Fraternidade da qual participamos  - disse por sua vez dom Jaime Spengler na homilia da Missa por ele presidida no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, no 1º Domingo da Quaresma - nos ajuda a viver a fraternidade ainda mais concretamente; oferece oportunidade para viver ainda mais intensamente a espiritualidade quaresmal; auxilia na vivência concreta do mandamento da caridade, do amor ao próximo, que sintetiza o mandamento da caridade, toda Lei e os profetas”.

Neste contexto, Pe. Gerson Schmidt* nos propõe hoje a reflexão "O cartaz e símbolos da Campanha da Fraternidade do Brasil":

 

"A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se encontrou, em 11 de janeiro, em audiência com o Papa Francisco. A agenda faz parte da visita anual ao Pontífice e aos Dicastérios que integram a Cúria Romana que a presidência da Conferência faz sempre após a vivência das assembleia gerais da CNBB. Esta é a primeira vez que a atual presidência se encontra com o Santo Padre. Entregaram ao Papa a Terceira Edição do Missal Romano do Brasil e o texto-base da Campanha da Fraternidade. De acordo com o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), também da Conferência dos Bispos latino-americanos e do Caribe (CELAM), dom Jaime Spengler, a mensagem que fica do

Papa para a Igreja no Brasil e o povo brasileiro é de promover a fraternidade. “Trouxemos a ele o texto-base da Campanha da Fraternidade deste ano”, disse. Dom Jaime expressa que o Papa ficou impressionado com o tema “Fraternidade e Amizade Social” e também com a arte do cartaz da campanha. “A arte fala de comunhão, fraternidade e de se encontrar ao redor da mesa. Isto o impressionou e ele incentivou a continuar assim”, disse Spengler. O cartaz da Campanha foi criado pelos jovens de Brasília (DF) Samuel Sales e Wanderley Santana e apresenta o cenário da comunidade como uma casa, espaço onde se acolhe os irmãos e irmãs para a partilha do alimento e da vida. A casa é a referência do lar, que deve ser um templo sagrado, Igreja Doméstica, um sacrário da Vida. O Papa Francisco e a CNBB insistem há muitos anos nessa imagem da Igreja como uma casa de acolhida fraterna. Em muitas de seus documentos, Papa Francisco fala também da Igreja como mãe acolhedora e amorosa. As diretrizes da CNBB dos últimos anos apontam a analogia da Igreja como uma casa de 4 Pilares: pilar da Palavra, pilar do Pão, pilar da Caridade e pilar da Missão.

O cartaz da Campanha da Fraternidade apresenta diversas pessoas ao redor de uma mesa, que é o local sagrado ao redor da qual todos se encontram: indígenas, negros, brancos, homens, mulheres, gestante, crianças, jovens, cadeirante, adultos e idosos, o que remete ao sacramento da amizade de Deus com a humanidade, a aliança de amor selada por Deus concretizada em definitivo na Páscoa, sobretudo concretamente na Eucaristia. Destaco aqui, além das crianças e dos idosos, a mulher gestante, como santuário da vida que deve ser preservada desde o ventre da mãe até a velhice. O útero da mulher – enquanto possível - deve ser preservado como fábrica da vida. O cadeirante nos desafia aqui na proposta quaresmal de visitação maior dos fragilizados pela vida, pela enfermidade, pela dor e pelo sofrimento, nas mais diversas doenças. Negros, índios e brancos envolvem as principais etnias presentes no Brasil. Todas as raças e línguas, todas as culturas, sem preconceitos e barreiras, devem ter oportunidade de estar ao redor da mesa da Vida. Note-se no desenho do cartaz que todas as pessoas, de diferentes situações, estão apoiadas umas nas outras, lembrando de alguma forma a representação da última ceia, mas sobretudo os imperativos da caminhada sinodal de comunhão, participação e missão, tão queridas pelo Papa e por toda a Igreja Católica atual. Nesse apoio e união, em torno da mesa de comunhão, é que os sorrisos destas pessoas se escancaram, bem retratados no cartaz. Lembre-se que a Campanha da Fraternidade, mesmo tendo data de começo e fim, tem sua temática estendida por todo o ano, culminando sobretudo na segunda etapa do percurso sinodal, em outubro deste ano de 2024. Esta campanha convoca os cristãos a uma maior participação nos sofrimentos de Cristo como possibilidade de auxílio aos pobres, iniciando na Quaresma e ressoando pelo ano todo (cf. Documento CNBB 34, n. 4.3)"

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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26 fevereiro 2024, 09:23