Busca

Conferência Episcopal Italiana (CEI), um momento dos trabalhos do Comitê nacional do Caminho sinodal Conferência Episcopal Italiana (CEI), um momento dos trabalhos do Comitê nacional do Caminho sinodal

CEI, dom Baturi: escuta sinodal "deve tornar-se decisão de governança"

No último sábado e domingo, em Roma, foram realizados os trabalhos do Comitê nacional do Caminho sinodal dos bispos italianos. As cinco comissões que o integram são chamadas a indicar pistas de missão, com a contribuição das Igrejas locais, para identificar as "condições de possibilidade" que favoreçam "o anúncio do Evangelho neste tempo"

Vatican News

Ouça e compartilhe

Ouvir profundamente uns aos outros para decidir em conjunto a direção da caminhada e da governança. Para a Conferência Episcopal Italiana (CEI), não se trata de "uma técnica", mas sim "um esforço comum para chegar a construir decisões em conjunto". Portanto, as Igrejas locais, os Escritórios e Serviços da CEI, o Comitê nacional, todos são "chamados a identificar propostas e escolhas operacionais". Essa foi a ênfase dada por dom Giuseppe Baturi, secretário-geral da Conferência Episcopal Italiana, no início dos trabalhos do Comitê nacional do Caminho sinodal - moderados por dom Claudio Giuliodori, membro da presidência do Comitê - que se realizaram em Roma nos dias 24 e 25 de fevereiro. Para dom Baturi, "a escuta deve tornar-se razão de governança. A participação e a corresponsabilidade devem permear a Igreja em vários níveis".

Nos próximos meses, à medida que a conclusão da fase sapiencial se aproxima, os vários percursos se fundirão em um único caminho rumo às escolhas esperadas para o final da primavera de 2025. Na certeza de que, como disse monsenhor Valentino Bulgarelli, secretário do Comitê, "não há processos paralelos, mas um trabalho compartilhado entre leigos, presbíteros e bispos para amadurecer a Tradição a serviço das Igrejas locais".

A contribuição das Igrejas locais

A própria essência do Comitê, em sua pluralidade de competências, biografias e proveniências, é uma expressão do desejo de unir a todos. Dividido em cinco Comissões - "Missão segundo o estilo de proximidade", "Linguagem e comunicação", "Formação para a fé e a vida", "Corresponsabilidade e ministerialidade", "Mudança de estruturas" - sua tarefa é identificar as "condições de possibilidade" para a proclamação do Evangelho neste tempo. Nas reflexões, esperadas para o final de abril, serão inseridas as contribuições, as experiências vividas, e as propostas imaginadas pelas dioceses. Um grande discernimento eclesial que levará à Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana em maio próximo: "Nestes meses - explicou dom Erio Castellucci, presidente do Comitê - será preparada uma síntese de todas as contribuições elaboradas em diferentes níveis que serão levadas à Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana prevista para maio. Enriquecida pela confrontação entre os bispos, ela será apresentada ao Conselho permanente em setembro e servirá como base para a primeira assembleia sinodal programada de 15 a 17 de novembro de 2024". "A partir de meados de novembro de 2024 até fevereiro de 2025 - continuou - as Igrejas locais poderão enviar indicações, sugestões e observações em vista da segunda assembleia sinodal, a ser realizada de 31 de março a 4 de abril de 2025. A partir dessas etapas, surgirá a visão geral que, após a Assembleia Geral em maio de 2025, será entregue às Igrejas particulares, dando início à fase de recepção.

Comunicação, um campo de testes

As primeiras percepções importantes surgiram da discussão nas Comissões. A missão não é proselitismo, mas a essência constitutiva da Igreja convocada por Deus para contribuir com a realização de seu sonho para toda a família humana. Uma consciência de si mesma e de sua relação com o mundo - na perspectiva do Concílio - que deve encontrar expressão em todas as formas de linguagem com as quais a comunidade eclesial comunica e se comunica. De técnica estratégica, a comunicação torna-se assim um campo de teste para a capacidade da Igreja de se encarnar na realidade. Nessa linha, a formação é confiada a toda a comunidade, tendo como referência a pedagogia de Jesus. Daí, a necessidade de ir além do modelo escolástico da iniciação cristã, o reequilíbrio de esforços entre este último e a educação de jovens e adultos, a atualização da formação de presbíteros desenvolvendo a ideia de comunidades vocacionais, a criação de espaços de formação comuns entre leigos e presbíteros e bispos, o cuidado com a aliança educacional.

Amadurecimento dos modelos de governance

No que diz respeito à corresponsabilidade, em um complemento ao discernimento, surgiu a necessidade de realizar aprofundamentos sobre alguns nós específicos, como os órgãos de participação e os vários ministérios. Esse é o quadro no qual se insere a mudança de estruturas, que não significa apenas o uso de bens materiais, mas o amadurecimento de modelos de governance inspirados em uma visão de Igreja-comunidade em missão. "Esses são os primeiros frutos do discernimento - concluiu dom Antonio Raspanti, membro da Presidência do Comitê -, que se somam ao grande fruto da edificação em curso de um novo método eclesial. Um método que amadurece suas próprias conclusões e proposições a partir da escuta, paciente, por vezes cansativa, sempre frutífera, do Povo de Deus".

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

27 fevereiro 2024, 12:45