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Leigos e clérigos participantes Leigos e clérigos participantes 

Igreja do Brasil prepara com intensidade Jubileu da Esperança de 2025

Depois da Itália, o Brasil é o país que mais está empenhado na preparação do Ano Jubilar, ressaltou o arcebispo Rino Fisichella durante o encontro.

Pe. Gerson Schmidt*

Com o lema “Peregrinos de Esperança”, o Jubileu a ser celebrado em Roma em 2025 está sendo preparado em todo o mundo. O Brasil está se empenhando bastante para o Jubileu. A CNBB já imprimiu mais de 25 livretos especificos - Cadernos do Concílio - que servem de subsídios de apoio, motivação e reflexão com resgate dos documentos conciliares.

Dom Rino Fisichella fala aos presentes
Dom Rino Fisichella fala aos presentes

A convite da CNBB, Dom Rino Fisichella (pró-prefeito da Seção para as questões fundamentais da evangelização no mundo do Dicastério para a Evangelização) esteve presente nos dias 29 e 30 de janeiro orientando e explicitando as dimensões práticas e o sentido espiritual do Jubileu. Cerca de 300 pessoas entre sacerdotes, bispos, religiosos e leigos estiveram presentes no auditório João Paulo II, na Casa Dom Luciano Mendes, em Brasília, capital do Brasil. Dom Rino disse que depois da Itália, o Brasil é o país que mais está empenhado na preparação do Ano Jubilar. Falou que, diferente dos Jubileus Extraordinários, esse Jubileu é uma tradição da Igreja desde o ano 1300, em que a Igreja de Roma em particular passa a acolher inúmeros peregrinos que buscam passar pela porta Santa na sede do Igreja Católica, nas cidades de Pedro e Paulo, especificamente nas duas Basílicas a eles dedicadas, que abrigam as sepulturas desses dois grandes apóstolos, colunas vigorosas do Cristianismo. O Pró-prefeito do Dicastério da Evangelização disse que "o Jubileu é uma questão de fé que o Povo Santo espera para viver a misericórdia do Pai". 

Subsídios da CNBB para o Jubileu
Subsídios da CNBB para o Jubileu

“As palavras de Dom Rino foram efusivas e inspiradoras, ajudando-nos a entender que a Igreja é chamada a viver na dinâmica da esperança, olhando para o futuro e contribuindo com a transformação do mundo pelo espírito de caridade, fraternidade e amor. O símbolo do jubileu fala por si mesmo: a cruz cuja base é a âncora, lembra-nos que só em Cristo encontraremos a paz neste mundo e a salvação, no mundo futuro”, lembra-nos o Padre Rogério Ferraz, que é padre da Arquidiocese de Porto Alegre e secretário executivo do Regional Sul 3. 

Em compromissos pela América Latina, como presidente da Conferência Latino-americana(CELAM) e também da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil(CNBB), dom Jaime Spengler em Bogotá conversou com Dom Rino Fisichela sobre o encontro preparatório.

"O número de participantes - clérigos e leigos - foi grande. O encontro foi muito bem avaliado. Certamente foi uma ótima oportunidade para também compreensão do material que está sendo publicado: material de animação e formação… há de se ressaltar a apresentação do amplo calendário das diversas iniciativas celebrativas envolvendo e atingindo distintas expressões do Povo de Deus!", disse Spengler. Frisou que nas iniciativas de preparação é importante ressaltar o significado do Ano Jubilar: ser peregrinos de Esperança.

Membros participantes do Regional Sul 3
Membros participantes do Regional Sul 3

O coordenador de Pastoral do Vicariato de Guaiba, Pe. Daniel Alves da Silva, presente no encontro em Brasília, disse que "a escolha do lema Peregrinos da Esperança nos faz compreender que nossa caminhada cristã é uma caminhada NA esperança, segundo o sopro do Divino Espírito Santo. É claro, aqui caminhamos na esperança, mas só compreenderemos realmente com clareza quando chegarmos em Deus. A esperança nos dá sentido, nos permite viver na graça do Santo Batismo. A escolha desse lema de caminhada na Esperança já é preparação para o Jubileu de 2033, Jubileu de dois mil anos do ato salvífico que chamou a humanidade das trevas à Luz Admirável. A nossa vocação maior é estarmos em Deus".

Dom Leomar Brustolin, Arcebispo de Santa Maria e presidente do Regional Sul 3, que corresponde 18 dioceses do Rio Grande do Sul, sintetizou o encontro numa frase-síntese: "Atentos aos sinais do nosso tempo, é urgente uma conversão pastoral para a missão". Lembrou o compromisso assumido na V Conferência Latino Americana da Igreja em Aparecida do Norte de uma busca decidida de conversão pastoral para que todas as atividades paroquiais sejam articuladas a partir da perspectiva da Igreja em Missão. Diz assim o Documento de Aparecida no número 370: "A CONVERSÃO PASTORAL de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária.  Assim será possível que o único programa do Evangelho continue introduzindo-se na história de cada comunidade eclesial com novo ardor missionário, fazendo com que a Igreja se manifeste como mãe que vai ao encontro,  uma casa acolhedora, uma escola permanente de comunhão missionária" (Texto conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, 370).

Rumo ao Jubileu 2025

Concluiu Dom Leomar: "Todos percebemos a complexidade de nosso tempo e que nos deixa por vezes perplexos por situações difíceis de enfrentar. Se falamos em sinais dos tempos devemos recolhecer a ação de Deus em meio a esses desafios. Por isso, os desafios se tornam oportunidade de uma evangelização mais participativa, sinodal e missionária. Diante dos desafios precisamos rever nossas práticas evangelizadoras, a partir de um conceito muito importante para o Documento de Aparecida que desde 2007 nos alerta: a importância da conversão pastoral. Conversão significa arrepender-se de algum modo de fazer pastoral e evangelizar só de manutenção e não ter a ousadia missionária. Por isso, o terceiro aspecto fundamental, diria que é o eixo de toda a ação evangelizadora, é a missão. Ir ao encontro do outro. É levar Jesus Cristo. É destacar a salvação que o Senhor nos trouxe. É recuperar o horizonte da esperança como bem fala o Papa Francisco ao convocar o Jubileu de 2025. Essa esperança é uma esperança de um horizonte capaz de dar sentido à vida e promover a ética e a solidariedade. Portanto, mais que desafios, temos oportunidades para evangelizar. É preciso interpretar os sinais dos tempos em meio a esses desafios". 

Calendário do Jubileu pode ser consultado clicando aqui.

*Pe. Gerson Schmidt, jornalista e colaborador da Rádio Vaticano

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02 fevereiro 2024, 08:03