Frei Sidney, Ver para crer: Um percurso espiritual, artístico e simbólico
Vatican News
Frei Sidney Damásio Machado, OFMCap, autor do livro Ver para crer: Um percurso espiritual, artístico e simbólico, visitou a Rádio Vaticano nos dias passados e foi hóspede de Silvonei José no programa Em Romaria. Frei Sidney falou da sua obra e de como o seu livro poderá levar o leitor a descobrir o belo pela arte, o quanto o nosso Criador fez tudo com extrema perfeição e excelência. Um percurso espiritual e vivo diante das obras de Deus.
O frei capuchinho Sidney Damasio Machado, que nasceu em Joinville e reside atualmente em Curitiba. A obra marca os 25 anos de vida religiosa do frei.
Segundo frei Sidney, o livro - publicado pela Editora Angelus - é um retiro espiritual e trata da fé por meio de imagens. “Ele condensa uma experiência de vários anos pregando em retiros espirituais. A obra tem 12 capítulos; na verdade, são 12 meditações”. Frei Sidney explica que uma das especificidades da obra é ser um retiro, um percurso espiritual e de oração que leva a um exercício de interiorização. “Outro diferencial é que une fé, espiritualidade, arte e linguagem simbólica, que são meus campos de competência, além da psicologia”.
Com uma linguagem bastante acessível, “sem pesar para quem está lendo”, pois o frei quer ser entendido e não complicar a vida dos leitores, o conhecimento que está por trás de todas as imagens usadas no livro oferece “uma experiência sólida do ponto de vista teológico e também da antropologia e das ciências humanas”. Desta forma, destaca o escritor, é possível fazer uma experiência espiritual que seja totalizante, com a espiritualidade não sendo teoria, “mas algo concreto, prático e que toca nossa corporeidade”.
Frei Sidney Damasio Machado tem doutorado em Teologia com especialização em espiritualidade, mestrado em Teologia Espiritual e especialização em Bens Culturais da Igreja, todos pela Pontificia Università Gregoriana, na Itália; especialização em Psicopedagogia e bacharelado em Teologia e Filosofia, estudos realizados no Brasil. Antes de começar as especializações que o levaram à construção de “Ver para Crer”, Sidney Damasio Machado fez, entre 1988 e 1991, o ensino profissional de nível técnico na Escola Técnica Tupy, em Joinville, onde nasceu em 1972.
O prefácio do livro é de Dom Ruberval Monteiro (OSB), que escreve:
“Nosso autor fez um belíssimo percurso, do qual este livro é uma generosa partilha. Começando pelo interesse sobre a beleza das imagens antigas, foi entrando pouco a pouco no mundo da linguagem simbólica, tão desvalorizada por um lado e tão abusada por outro, buscando fundamentos sólidos nos grandes estudos multidisciplinares do século XX e XXI. Sua tese de doutorado na Universidade Gregoriana é uma delicada e forte contemplação da pessoa de São Francisco através de seu vocabulário, comum ao seu tempo, mas esquecido nos séculos seguintes, e oferece-nos uma nova luz sobre os escritos deste santo medieval que se mantém atualíssimo justamente pelos símbolos profundos escondidos detrás das palavras”.
Dom Ruberval Monteiro prossegue:
“(…) As pregações de Frei Sidney são um bálsamo humanizante que abre as portas de nossos sentidos para deixar entrar o Mistério da Graça. A organização em doze capítulos já é simbólica em si mesma, pois retoma o tema dos doze meses do ano, este percurso que a terra faz ao redor do sol em 360º, como a girar em torno a Cristo, o verdadeiro sol de nossa vida, oferecendo-nos diferentes e complementares pontos de vista do mesmo Mistério, que além de não se esgotarem, permitem múltiplas e riquíssimas leituras, coisa que somente a linguagem simbólica permite”.
"Somente os seres humanos podem ter uma compreensão simbólica da realidade porque conseguem partir de algo concreto que se toca com os sentidos para compreender algo muito maior que dilata as fronteiras do próprio ser humano. Simbolizar é juntar duas partes de uma unidade que foi separada, sendo que a parte que não se vê é aquela mais importante, que se refere à essência da coisa. Por exemplo, uma imagem circular, de modo inconsciente, remete ao princípio, à harmonia, à proteção, ainda que não se pense imediatamente nisto, o corpo experimenta este retorno à origem, as duas “partes” se encontram, unificando a pessoa que a contempla. O mesmo vale para outras formas, cores, sons, movimentos, sabores, odores, superfícies. São Francisco recomendava a seus frades que, depois das pregações, eles cantassem com as pessoas. Modo totalizante de integrar os sentidos nos ritmos e vibrações, na beleza contemplada com todos os sentidos".
Ouça na íntegra a entrevista à Rádio Vaticano – Vatican News.
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